O ator Bruce Willis deu uma pausa na carreira ao ser diagnosticado com afasia, doença que dificulta a fala; neurologista explica quais as principais causas e consequências dessa condição
Nessa quarta-feira, 30 de março, a família de Bruce Willis anunciou que o ator fará uma pausa na sua carreira após ser diagnosticado com afasia. Pelas redes sociais, a esposa e os filhos explicaram a situação.
“Queríamos compartilhar que nosso amado Bruce está passando por alguns problemas de saúde e recentemente foi diagnosticado com afasia, o que está afetando suas habilidades cognitivas. Como resultado disso, Bruce está se afastando da carreira que significou tanto para ele. Este é um momento realmente desafiador para nossa família e estamos muito gratos por seu amor, compaixão e apoio contínuos”, disseram, na postagem.
Você sabe o que é, de fato, a afasia? A Bons Fluidos conversou com Dr. Felipe Chaves Duarte Barros, médico neurologista especialista em AVC. Ele explica que essa condição é um sintoma e, ainda que toda a musculatura que produz o som esteja saudável, o paciente não consegue se comunicar.
“Isso pode acontecer por uma combinação entre uma dificuldade de compreender as palavras. Elas passam a não fazer sentido para o paciente, e uma dificuldade de se expressar. O paciente não consegue dar nome ao que quer dizer e não consegue organizar isso em frases. Mesmo que ele tente escrever ou se comunicar de outra forma, como por gestos, também tem dificuldade”, esclarece.
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Segundo o Dr. Felipe, as causas mais comuns englobam AVC na região da linguagem, além de tumores e doenças neurodegenerativas — como o Alzheimer e a afasia progressiva primária. Como consequência, a fala do paciente é fragilizada.
Mas, como os pacientes se sentem? “Ao sentir sede, por exemplo, a pessoa com afasia pode ter dificuldade de trazer as palavras copo e água à mente e comunicar isso para seus cuidadores. Ao ser perguntado se quer ir ao banheiro, mesmo estando com vontade, ele tem dificuldade de entender o que essa frase quer dizer e responder uma coisa diferente do que ele sente.”
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O médico esclarece que o tratamento depende da causa da doença. Mas, no geral, o foco é trabalhar a reabilitação da linguagem com a ajuda de fonoaudiólogos, além de cuidados multiprofissionais com terapeutas, neuropsicólogos e neurologistas para garantir à pessoa mais conforto e autonomia.
“Pense que, de repente você fosse transportado para um país estrangeiro, onde todos não falassem a sua língua. E, pedindo uma licença poética aqui, ao falar consigo mesmo, você também respondesse nessa língua estrangeira. É uma sensação semelhante ao que sente um paciente com afasia grave. Seu cuidado exige muita empatia e compreensão sobre a doença”, finaliza.
