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Cantor Tom Parker morre, aos 33 anos, de câncer cerebral; é possível ser curado da doença?

Especialista explica que pacientes podem sim ser curados de alguns tumores, mas precisam de cuidados contínuos durante a vida; câncer cerebral é uma doença crônica e necessita acompanhamento médico e psicológico

Cantor Tom Parker morre, aos 33 anos, de câncer cerebral; é possível ser curado da doença? – Reprodução / Instagram / @tomparkerofficial

Nessa quarta-feira, 30 de março, o cantor britânico Tom Parker faleceu aos 33 anos após luta contra um tumor no cérebro que não era possível ser tratado com cirurgia. A notícia foi confirmada pelo The Wanted, boy band que Parker integrava.

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“Existe, realmente, um grande alarde quando a palavra câncer é solta em uma conversa, e isso faz com que muitos considerem até a usar outras palavras para nomear a doença. O fato do cérebro assustar muito vem do fato de que ele é um órgão muito nobre (na verdade, junto do coração, nosso órgão mais nobre), e danos no cérebro significam sequelas para pacientes jovens ou idosos”, explica o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, neurologista.

Cantor Tom Parker morre, aos 33 anos, de câncer cerebral; é possível ser curado da doença?

Segundo o especialista, as chances de cura nem sempre são maiores com o diagnóstico precoce.

“Até o momento, não existem recomendações a nível populacional para rastrear tumores cerebrais, apenas para rastrear tumores metastáticos que chegam até ele (como alguns tumores de pulmão e de pele).”

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Apesar do susto, o médico esclarece que alguns tumores têm melhor prognóstico e mesmo aqueles famosos por serem agressivos podem ter mutações genéticas que levam a esse melhor prognóstico. “Hoje buscamos saber mais sobre os tumores cerebrais e o seu DNA, e não somente pela ressonância e pelo microscópio. Através disso, conseguimos não só cogitar um melhor prognóstico, mas também levantar possíveis estratégias terapêuticas em casos selecionados”, conta o Dr. Gabriel.

Quanto às técnicas para vencer a doença, nos casos dos tumores cerebrais curáveis, a melhor estratégia, segundo o médico, seria a melhor neurocirurgia possível. “Nestes casos recomendamos sempre que o paciente busque um grande centro médico com neurocirurgiões oncológicos especialistas. Todo paciente com tumor cerebral, seja ele benigno ou maligno, deveria ser encaminhado para um grande centro médico especializado em tumores cerebrais”, diz. Dependendo do caso, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia também podem ser indicados.

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Para a maioria dos tumores cerebrais, que são incuráveis, é possível ainda assim ficar anos sem alterações e manter apenas um acompanhamento por ressonância magnética do crânio.

O médico lembra que alguns pacientes podem sentir-se ansiosos ou “assombrados” com a possibilidade da volta do tumor após o tratamento. “Podemos criar uma estratégia de acompanhamento segura, com ressonância e exames neurológicos, mesmo anos após o tratamento final. Acompanhamento psicológico, na verdade, deve ser ofertado desde o diagnóstico, para preparar o paciente e acompanhar todas as fases do tratamento, não só após o término. Quanto antes colocarmos o paciente em um meio multidisciplinar, melhor será o tratamento em todas as fases”, finaliza.

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