Psicóloga explica como fobias podem ser tratadas com a ajuda do uso de realidade virtual

Nataly Martinelli, psicóloga especialista no tratamento de fobias, explicou em seu livro como o problema pode ser tratado coma a ajuda de mecanismos tecnológicos

Mais de 35 milhões de brasileiros sofrem com Fobia e muitos não buscam tratamento – Unsplash/ Eliza Diamond

A vacinação contra o coronavírus segue em andamento em todo o país. Não gostar de tirar sangue, se sentir desconfortável com a aplicação de injeções é relativamente normal, porém muitas pessoas possuem um medo extremo de realizar algum procedimento que envolve agulhas e tendem a fugir de vacinas e tratamentos intravenosos.

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Alguns dos sintomas mais comuns da aicmofobia, como é chamado o pavor de agulhas, são sensações de desmaio, aumento do ritmo cardíaco apenas em pensar em injeções, hiperventilação ou falta de ar, dores no peito e tontura.

Nataly Martinelli, psicóloga especialista em fobias com o uso da realidade virtual, destaca que pessoas com fobias específicas, como é o caso da aicmofobia, utilizam como mecanismo de defesa o enfrentamento com intensa ansiedade, sofrimento ou evitação, que muitas vezes resultam em problemas e impactos na vida pessoal como, por exemplo, deixar de tomar a vacina contra a Covid-19.

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“A diferença entre o medo e a fobia, está em sua intensidade, duração e sintomas. Avião, sangue, lugares fechados, multidões, altura, parecem palavras simples, mas que causam ansiedade em muitas pessoas que convivem com uma fobia. Hoje aproximadamente 35 milhões de pessoas no Brasil sofrem com alguma fobia”, explica Nataly.

Clara, 27 anos, uma das pacientes de Nataly, evitou hospitais durante muitos anos e com isso acabou deixando de realizar diversos procedimentos técnicos. “Na verdade, nem consigo me lembrar qual foi a última vez que fui, afinal, já fiquei 4 anos sem fazer exame de sangue e 6 anos sem tomar vacina”, relatou ela no livro Fobia: Enfrentando com Coragem, de Nataly.

Realidade Virtual no tratamento de Fobias

O uso de realidade virtual como tratamento para Clara, realizado pela psicóloga, levou a paciente a entrar em contato gradativamente a procedimentos com o uso de agulhas e sangue.

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Na primeira sessão, a jovem de 27 anos foi exposta a uma seringa e orientada sobre como devia manipulá-la. Técnicas de hipnose acompanharam o quadro de dessensibilização sistemática, até que sua ansiedade ao ver extração de sangue desapareceu. Hoje, Clara superou seu medo e se tornou até doadora de sangue, então a vacina para o combate ao coronavírus deixou de ser uma questão para ela.

“Um dos maiores desafios para as pessoas que apresentam alguma fobia, de qualquer tipo, é que quanto mais deixamos de fazer algo que nos deixa ansioso, mais esse medo aumenta. Evitar desenvolver ou agravar um quadro de fobia, é fundamental nos tempos que estamos vivendo“, conta Nataly.

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“Fobia: enfrentando com coragem” é o título do livro que foi lançado recentemente por Nataly Martinelli, que auxilia pessoas com fobias a lidarem com seus medos por meio de um tratamento com o uso de realidade virtual e a adoção do acróstico C.O.R.A.G.E.M, metodologia aplicada pela psicóloga. O livro apresenta um processo de autoconhecimento para o enfrentamento dos medos e o desenvolvimento de recursos e respostas para a busca da coragem.

“O meu livro Fobia Enfrentando com Coragem tem um valor emocional muito significativo, pois eu escrevi essa obra com intuito de agradecer e presentear uma das pessoas mais importantes da minha vida que vem, a cada dia, aprendendo a lidar com os seus medos intensos. Escrevemos pelas pessoas e para as pessoas – uma troca grande de informação“, relata Nataly.

Além de um livro sobre como vencer medos intensos, ele serve como uma bússola que guia para um processo de autoconhecimento, contando com informações e técnicas para trazer a coragem que muitos precisam.

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