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”A família é o melhor filtro para mediar”, diz psicóloga sobre adolescentes, saúde mental e internet 

A psicóloga Maria Rafart explica por que os pais devem estar sempre atentos à forma como os adolescentes costumam absorver o que vem do mundo virtual e, assim, evitar problemas

A psicóloga Maria Rafart explica por que os pais devem estar sempre atentos à forma como os adolescentes costumam absorver o que vem do mundo virtual – Unsplash/ Helena Lopes

A morte do jovem Lucas Santos, de 16 anos, filho da cantora Walkyria Santos (ex-Banda Magníficos), após não suportar uma série de críticas e ataques homofóbicos que recebeu em um vídeo compartilhado na plataforma TikTok, trouxe à tona novamente um discussão antiga: a saúde mental das pessoas no mundo virtual.

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A psicóloga Maria Rafart explica por que os pais devem estar sempre atentos à forma como os adolescentes costumam absorver o que vem do mundo virtual e, assim, evitar problemas a médio ou longo prazo, como a tragédia que aconteceu com Lucas.

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“Os adolescentes são especialmente vulneráveis quando se trata de lidar com críticas. A adolescência é um período no qual são imprimidas várias identidades, que acompanharão a pessoa na idade adulta: identidade sexual, ideológica, senso de percepção do próprio corpo, entre outras tantas… Por ter mais consciência da importância do mundo ao redor do que as crianças, os adolescentes tendem a se importar muito mais com a opinião alheia.
E quando as críticas surgem, podem ter efeitos avassaladores”
, explica. 

Toxicidade no mundo virtual

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“No mundo virtual, tudo fica muito amplificado: tanto os aplausos, na forma de likes, quanto os comentários negativos. Tudo na internet é para sempre, pois, por mais que se apaguem posts, ainda vale a máxima: os prints são eternos. Juntem-se alguns elementos, então, e uma combinação explosiva aparece: um adolescente deprimido, uma internet que nunca esquece, uma postagem pouco curtida, e muitas críticas em comentários. A explosão em forma de críticas pode resultar em graves danos à autoestima, e num adolescente predisposto a estar deprimido, pode ser fatal”, alerta.

No entanto, a especialista diz que a saída não é afastar os jovens da internet, que muita das vezes costuma ser tóxica principalmente para esta faixa etária. “Negar o acesso a redes sociais a um adolescente é como negar a um peixe que se desloque na água. Mas a vigilância é um ato de amor! O que pode ajudar nesse período de hiper sensibilidade às críticas, ainda é a velha fórmula de conversas em família, abertura para mostrar que errou, e muita mediação. A família ainda é o melhor filtro para mediar o que acontece dentro e fora de casa”, finaliza.

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Especialista em direito do entretenimento e presidente da Comissão de Defesa ao Direito de Liberdade de Expressão da Anacrim-RJ, o advogado José Estevam Macedo Lima fala da importância de combater, por meios legais, o ódio na internet, para que as pessoas entendam que o mundo virtual já não é mais terra sem lei.

As pessoas ainda, não têm noção do efeito devastador das ofensas que são feitas por meio da internet e o que elas podem causar. O tipo penal do crime de Stalking vem em um momento importante para paralisar esses abusos com requintes de crueldade. No entanto, para que a paralisação seja efetiva, precisamos que todos sejamos rápidos e eficazes no combate, incluindo desde os advogados da vítima, até as autoridades policiais, membros do Ministério Público e do Judiciário. O combate tem que envolver o maior número de entidades de classes que defendam não só a liberdade de locomoção, a privacidade, a honra e vida privada das vítimas, mas também o limite da liberdade de expressão instituído no inciso X, do art. 5, da Constituição Federal”, explica.

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