Antioxidante, anti-inflamatório, anti-hipertensivo, antidiabético e antimutagênico: conheça mais sobre o Chá Verde

Na coluna desta semana, Jamar Tejada desvenda os benefícios do chá verde, essa bebida tão querida no mundo todo

Vai aí uma xícara de chá verde? – Freepik

Em uma das minhas colunas, citei as três ervas que tenho sempre disponíveis no meu armário: camomila, melissa e o chá verde, e é sobre essa última que hoje vos escrevo: o chá verde.

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Por morarmos num país de clima quente, o chá não é lá tão popular, mas vou começar pelo fato de que o chá é uma bebida muito, mais muito famosa! Engana-se quem pensa que os sucos, a água de coco ou o “tenso” refrigerante são as bebidas mais consumidas no mundo! Depois da água, o chá é a segunda bebida mais popular, sabia? Pois é!  

Aí você deve estar se perguntando: Mas qual chá? O de camomila, capim cidreira, maçã? Não, criatura! Todos esses são “fakes”, porque não são chás, só pegaram carona no nome do seu irmão pop. Todos os outros preparados são infusões ou decocções. Chá mesmo, o legítimo, é aquele que é preparado pela Camellia sinensis, e todos os chás verde, vermelho, preto e branco provêm dessa planta, o que muda entre eles, que caracteriza a cor, é a época de colheita e a forma de processamento — geralmente, quanto mais fermentado, menos polifenóis (fitonutriente encontrado nas plantas). Sendo assim, o branco, que não sofre fermentação, é mais rico nesse antioxidante; já o preto é o mais rico em cafeína, e escureceu porque ficou mais oxidado.

Bom, não vou escrever aqui sobre todos os chás, mas só a nível de curiosidade, o chá mais consumido do mundo é o preto, responsável por 75% do chá consumido no mundo, e o chá verde, meu preferido, assim como dos chineses e dos japoneses, por apenas 22%.

CHÁ VERDE NA ANTIGUIDADE? SIM!

Há referências do chá verde desde o I Ching, o Livro das Mutações, que começou a ser escrito em 5000 a.C. na China, mas diz a lenda que o chá verde foi descoberto e reverenciado pelo imperador Shennon, que deitado à sombra de um arbusto acabou adormecendo antes de beber uma taça de água fervida (o imperador mandava ferver toda a água que bebia com medo dos “micróbios”). Uma brisa fez algumas folhas caírem na taça, com a água ainda quente, resultando em chá. Depois de observar os seus poderes desintoxicantes, refrescantes e revigorantes, entre outros, o chá foi levado para os monges budistas e a classe alta chinesa, e a partir daí começou a fazer parte dos rituais e se tornou símbolo de status.

Após o quarto e quinto século na China, o chá começou a ser preparado de uma forma muito diferente da que é preparada nos dias de hoje, na forma de tijolinhos de chá. E o que era isso? Depois de colhidas, as folhas da Camellia sinensis eram umedecidas, esmagadas num almofariz e apertadas num bolo de chá que davam esse aspecto de tijolinho, onde se acrescentavam uma variedade de outros ingredientes, como arroz, gengibre, sal, cascas de laranja, cebola e se cozia o preparado. Durante a dinastia Tang, esta era a forma de preparação mais comum, assim como envelopes com folhas de chá esmagadas, que eram recomendados para as dores reumáticas quando se inicia a primeira grande distribuição de chá.

Mas foi só na dinastia Song (960-1279) que o chá verde deixa de ser comercializado apenas em bolinhos, vira pó e se torna realmente popular, especialmente da China para o Japão.

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Benefícios e propriedades

Mas eu não sou fã do chá verde apenas pela história milenar, mas sim pelas diversas propriedades da planta. Ele é antioxidante, anti-inflamatório, anti-hipertensivo, antidiabético e antimutagênico, ou seja, é um chá que combate a inflamação, o envelhecimento, a gordura (e embora vocês gostem de saber sobre isso, não é sobre esse aspecto que eu vou escrever) e até previne de câncer!

E todas essas ações são respostas dos polifenóis, micronutrientes encontrados na planta que tem todas essas ações, reduzindo os temíveis radicais livres e o estresse oxidativo no nosso organismo. Esses polifenóis do chá verde se chamam catequinas, são essas substâncias que controlam as atividades do sabor e todas essas ações biológicas.

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E existem ainda vários tipos de catequinas. A dominante, e mais importante catequina do chá verde, é Epigallocatechina gallate (EGCG), um potente antioxidante que captura e neutraliza pró oxidantes e radicais livres, sendo 200 vezes mais poderoso do que a vitamina E. Além disso, essa catequina protege contra infecções digestivas e respiratórias, além de ajudar a bloquear as ações progressivas do câncer, luz ultravioleta, e metástase em sinais de nascença da pele, estômago, intestino, fígado ou pulmões.  

O consumo de chá pode ser profilático nos casos de artrite inflamatória, reduzindo a velocidade do desarranjo da cartilagem articular e o risco de enterocolítes ulcerativas, tumores e cânceres de cólon, tá bom ou quer mais?

O chá verde também reduz a agregação plaquetária mais do que a aspirina ou o extrato seco de Ginkgo biloba e inibem bactérias patogênicas que causam o envenenamento alimentar, aumentando os níveis de acidophilus (bactéria do bem) e bloqueando a associação da bactéria associada com a cárie dental, pois é até no sorriso ele ajuda!

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Comprovado cientificamente

Entre todos os estudos que já li do chá verde, um que gosto muito foi realizado em 2003, pelos pesquisadores da Universidade Nacional de Singapura que avaliaram a relevância do chá na prevenção de panes cerebrais de 957 pessoas acima dos 50 anos.

O consumo da bebida entre essa turma foi acompanhado durante dois anos seguidos. Além disso, até 2010 todos os voluntários passaram, a cada biênio, por exames neurológicos e responderam questionários sobre informações médicas e atividades físicas e sociais e o que se percebeu é que aqueles que tomavam pelo menos uma xícara de chá por dia estavam 50% mais protegidos contra os efeitos do declínio cognitivo, comum depois de certa idade, e quem possuía predisposição genética à doença de Alzheimer colheu ainda mais benefícios.

Entre esse grupo, o consumo do líquido culminou em uma redução de 86% no risco de sofrer com apagões na memória. Surpreendente, não?

SEM EXAGEROS, OK?

Você leu tudo isso e agora já está pensando em correr pro mercado comprar um chazinho verde? Ok! Acho ótimo! Mas NÃO EXAGERE.

Segundo um estudo publicado pela European Food Safety Authority (EFSA), organismo europeu que fornece informações sobre segurança alimentar para a Comissão Europeia, o consumo de infusão de chá verde é seguro para o ser humano desde que respeitado o limite máximo diário de 800mg. O consumo de doses superiores a 800mg pode induzir um aumento significativo de transaminases séricas e causar dano hepático.

Então, três xícaras de chá ao dia são bem-vindas e caso não curta chá e prefira as cápsulas, converse com seu médico, nutricionista ou farmacêutico sobre a dose certa, ok? Porque vai depender da quantidade de catequina encontrada em cada cápsula. Pode ser, por exemplo, que uma cápsula de 200mg de determinada marca, tenha alta concentração de catequinas, assim como outra de 1000mg tenha um nível muito baixo da mesma, então questione o profissional de saúde, mas não tenha medo, afinal é uma das plantas mais consumidas e estudadas no mundo por causa de seus tantos benefícios!

Como tudo, todo equilíbrio e todo bom estudo é bem vindo! Bom chá!

Jamar Tejada


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