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Vinagre de Maçã: série mostra como uma influencer enganou o mundo

Published 07/02/2025
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Vinagre de Maçã: Série é inspirada em história real - Divulgação

A série “Vinagre de Maçã”, da Netflix, tem como foco a personagem Belle Gibson, interpretada pela atriz indicada ao Emmy, Kaitlyn Dever, que mentiu para o mundo e fez sucesso nas redes sociais ao afirmar que tinha um tumor maligno no cérebro. A trama não se limita à história de Gibson; ela investiga o impacto da influência digital sobre a percepção pública e a confiança em alternativas de saúde.

No mundo conectado de hoje, onde redes sociais desempenham um papel importante na disseminação de informações, propostas de saúde alternativas podem, rapidamente, ganhar os holofotes.  Inspirada em um caso real, a produção expõe como narrativas enganosas podem comprometer vidas.

Vinagre de Maçã e as ‘promessas milagrosas’ da internet

Gibson, que se autoproclamava sobrevivente de um câncer terminal, alegou ter revertido a doença apenas com dieta e tratamentos naturais. Suas mentiras atraíram milhões de seguidores e a transformaram em um ícone da “indústria wellness”. No entanto, em 2015, a verdade veio à tona: Gibson não tinha câncer. Ademais, toda a sua história era uma fraude. A influenciadora recebeu uma multa de mais de US$ 1 milhão por enganar pacientes com câncer.

A história de Belle Gibson, que saiu da realidade para as telas, não é um caso isolado. Vale ressaltar que a indústria do bem-estar, que movimentou  US$ 6,32 trilhões em 2023, segundo dados do Global Wellness Institute, frequentemente alimenta a proliferação de ‘remédios milagrosos’.

Para o oncologista Carlos Gil Ferreira, diretor médico da Oncoclínicas&Co. e presidente do Instituto Oncoclínicas, esse fenômeno é preocupante. “Narrativas de cura sem base científica geram falsas esperanças e, pior, desviam pacientes de tratamentos eficazes. É uma questão grave de saúde pública”, alerta.

Por fim, o especialista faz um alerta: o impacto dessa desinformação vai além da saúde física. “Muitos pacientes, ao perceberem que foram enganados, enfrentam níveis severos de ansiedade e culpa por terem abandonado tratamentos comprovados”, explica. As redes sociais foram os principal canal de disseminação dessas ideias, muitas vezes promovidas por influenciadores sem qualquer formação médica, mas com alto poder de persuasão.

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