Além da economia de energia: placas solares fazem com que solo de deserto fique fértil

Um time de pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Xi’an conduziu um estudo no Deserto de Talatan, localizado na China, utilizando uma instalação solar chamada Gonghe Photovoltaic Park

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Diferente do que os profissionais pensavam, as placas não afetaram o ecossistema do deserto negativamente, pois elas ajudaram a revitalizá-lo – Reprodução YouTube

Até então, especialistas acreditavam que não era possível utilizar um solo de deserto para plantações, porém, uma experiência recente com placas solares provou o contrário. Descubra:

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O estudo

Um time de pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Xi’an conduziu um estudo no Deserto de Talatan, localizado na província de Qinghai, na China. No experimento, eles usaram uma instalação solar significativa, chamada Gonghe Photovoltaic Park (Parque Fotovoltaico de Gonghe, em tradução literal). O objetivo era determinar como o equipamento afetaria os arredores do lugar. Dessa forma, a investigação examinou 57 indicadores de ambientes, como composição do solo, temperatura, umidade e biodiversidade.

Benefícios das placas solares vão além da economia de energia

Diferente do que os profissionais imaginavam, as placas não afetaram o ecossistema do deserto negativamente, pois elas ajudaram a revitalizá-lo. Parece impossível de acreditar, mas a qualidade do solo e a saúde ecológica foram beneficiados, já que a sombra constante acabou contribuindo para a hidratação retida, as baixas temperaturas da terra e a redução da evaporação.

Novo ponto de vista

Ou seja, isso fez com que os olhos dos cientistas brilhassem, já que a descoberta pode mudar realidades onde a água e a vegetação são escassas. E, no caso do Parque Fotovoltaico de Gonghe, a presença dos painéis solares alteraram a distribuição de energia pelo deserto, criando um ambiente hospitaleiro para a vida das plantas. Porém, apesar das boas novas, mais estudos serão necessários para entender se o efeito funcionaria a longo prazo, especialmente para analisar a biodiversidade, os ciclos de água e os padrões climáticos.

Como capturar neblina para fornecer água a cidades secas

O relatório ‘Combinando Abordagens para Gestão da Água e Adaptação às Mudanças Climáticaspublicado pelo Pnuma, apontou que, até 2050, cerca de seis milhões de pessoas irão enfrentar escassez de água devido ao aumento da procura. Além disso, estudos mostram que a maior demanda ocorre na América Latina. Por isso, pesquisadores chilenos analisaram formas alternativas de obter o líquido e descobriram que a resposta pode estar na neblina. Clique aqui e leia a matéria completa.

Editora e repórter da Bons Fluidos. A jornalista já passou pelo Estadão, Band e AnaMaria Digital