Com o passar do tempo, a suplementação de algumas vitaminas tornou-se um hábito bem disseminado. Porém, muitas vezes, seu corpo pode não precisar delas. E a prova disso é que a Sociedade Americana de Endocrinologia reuniu-se para rever a necessidade do uso de vitamina D. Entenda mais segundo a publicação da Agência Einstein:
Para que serve a vitamina D?
De acordo com a agência, a vitamina D tem como principal função regular os níveis de cálcio e fósforo no sangue, sendo essencial para a saúde óssea. Ademais, os estudiosos têm notado que ela é relevante para funções musculares e imunológicas.
Cuidados
Apesar de todos os benefícios, a suplementação rotineira pode não ser a melhor atitude a se tomar. “Muitas pessoas, no mundo todo, tomam a vitamina D em quantidades que ninguém controla direito, sem ninguém saber se essas doses realmente fazem, ou não, bem para alguma coisa. Por isso, veio a necessidade da criação de novas diretrizes”, aponta a endocrinologista Marise Lazaretti, membro da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), que participou da elaboração do documento que foi divulgado em junho.
Riscos
Quem utiliza quantidades muito grandes de vitamina D por tempo prolongado e sem auxílio médico, deveria ficar de olho. “Ao contrário do que muitos pensam, apesar do fato de ela ser vitamina, não é inócua. Altas doses utilizadas por períodos longos podem desencadear elevação do cálcio no sangue, náusea, vômito, fraqueza, anorexia, desidratação e até insuficiência renal”, alerta o endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Carlos Andre Minanni.
Além disso, ele atesta que, em casos extremos, alterações neuropsiquiátricas, como confusão, psicose ou coma, além de pancreatite e bradiarritmia – arritmia caracterizada pelos batimentos cardíacos lentos – também podem ocorrer. Com isso, o ideal é não suplementar a vitamina por conta própria, mas pedir a orientação de um especialista e, assim, segui-la.
Grupos indicados
O estudo chegou à conclusão de que existem grupos que são indicados a tomar a vitamina D, que seriam considerados os indivíduos de risco. “Eles devem tomar a sumplementação sem condicioná-la ao exame, é uma das grandes novidades desse guia. A imposição da dosagem pode restringir o acesso de quem, de fato, precisa de uma dose maior da vitamina”, diz Lazaretti.
Os grupos que precisam de suplementação são estes:
- “Crianças e adolescentes de 1 a 18 anos, para os quais se confirmou que o nutriente reduz o risco de raquitismo e observou-se que evita infecções respiratórias agudas”.
- “Idosos com mais de 75 anos, nos quais a substância minimiza o risco de mortalidade”.
- “Gestantes, já que protege contra pré-eclâmpsia, parto prematuro e baixo peso ao nascer”.
- “Pessoas com pré-diabetes, pois o nutriente diminui a probabilidade de diabetes nesse grupo específico”.
“Já para a maioria dos adultos com menos de 75 anos e sem nenhuma doença preexistente, as diretrizes desaconselham a dosagem rotineira, bem como a suplementação além da ingestão diária recomendada”, conclui Minanni.