‘SkinnyTok’: dieta viral entre os jovens preocupa especialistas
A nova tendência das redes sociais incentiva a fome extrema e o emagrecimento através de práticas prejudiciais à saúde, como substituir alimentos por líquidos

A nova tendência das redes sociais incentiva a fome extrema e o emagrecimento através de práticas prejudiciais à saúde, como substituir alimentos por líquidos
Com mais de 25,7 mil posts em somente uma mídia, a hashtag apresenta frases motivacionais, como “Se seu estômago está roncando, finja que ele está te aplaudindo”, além de recomendações para perder gordura. Muitas delas, segundo especialistas, são maléficas e ajudam a desencadear doenças, como o incentivo a apenas uma refeição diária ou uma dieta baseada em frutas. Influenciadores desse meio, que se apresentam como supostos aliados, ainda sugerem enganar a fome com líquidos.
Desta forma, seus seguidores passam a ver a comida somente como um combustível para sobreviver, desestimulando o prazer e prejudicando a relação com a alimentação. Ademais, eles buscam mascarar os comportamentos restritivos através da assimilação com práticas de bem-estar. Para os produtores de conteúdo do SkinnyTok, resistir à vontade de comer significa força e coragem.
Os profissionais explicam, no entanto, que os métodos compartilhados podem ser, além de prejudiciais à saúde, ineficazes. “Pesquisas mostram que eles, frequentemente, agem contra o seu corpo, desencadeando respostas que tornam a perda de peso mais difícil. As pessoas culpam a força de vontade quando não conseguem seguir uma dieta. A verdade é que seu corpo é feito para resistir à perda rápida de gordura. Portanto, a chave é trabalhar com a sua biologia, não contra ela”, detalhou a especialista em nutrição, Maria AbiHanna, à ‘Forbes’.
De acordo com profissionais, o desejo por aprovação e pertencimento, muito presente nos adolescentes, os torna vulneráveis a tendências como a SkinnyTok.“Quando sua validação social está atrelada à aparência e à magreza, isso cria um ciclo de feedback psicológico prejudicial que pode moldar sua autoestima até a idade adulta”, ressaltou o especialista em saúde mental, Stephen Buchwald, para a revista.
Os estudiosos também afirmam que a exposição a esse tipo de conteúdo pode levar ao desenvolvimento de ansiedade, depressão, transtornos alimentares e dismorfia corporal. Por isso, a fim de evitar esses efeitos, eles sugerem deixar de seguir os influenciadores do nicho, checar os fatos fornecidos e buscar ajuda profissional.
“Se as mídias sociais estão afetando negativamente seu bem-estar mental, procurar um terapeuta pode ajudar. Você não precisa lidar sozinha com os problemas de imagem corporal. A terapia oferece um espaço seguro para aliviar essas pressões e desenvolver autopercepções mais saudáveis”, indicou.