Síndrome de Burnout: casos são mais elevados entre mulheres
De uma pesquisa feita com mais de 65 mil pessoas, 42% das mulheres relataram sofrer com a condição

De uma pesquisa feita com mais de 65 mil pessoas, 42% das mulheres relataram sofrer com a condição
A síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional relacionado ao trabalho. Dados do Ministério da Saúde mostram que afeta, sobretudo, as mulheres. Só para se ter uma ideia, em 2023,o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 393 atendimentos relacionados a esse tipo de episódio. Destes, 282 eram casos de pacientes do sexo feminino. Pouco mais de 100 eram homens.
A pesquisa Women in the Workplace 2021, feita pela consultoria McKinsey & Company e pela organização LeanIn, mostra que das mais de 65 mil pessoas entrevistadas nos Estados Unidos e Canadá, 42% das mulheres relataram sofrer com a síndrome, enquanto o índice entre os homens foi de 35%.
“Em muitas das vezes a pessoa não percebe que tem relação com o trabalho, mas quando são afastadas ou entram em férias elas melhoram, os sintomas diminuem”, diz o psicanalista e psicólogo Ronaldo Coelho. Ele afirma que, em um cenário patriarcal nas corporações, “as mulheres precisam enfrentar ambientes de trabalho machistas, com colegas que as deslegitimam em seu saber e, consequentemente, exigem mais delas”. Tudo isso somado aos cuidados domésticos, “que afetam muito mais as mulheres do que os homens”.
ter o diagnóstico não é simples. Em suma, exige uma avaliação clínica aprofundada por especialistas da saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. Portanto, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais rápido o tratamento pode começar.
O trabalho foca em identificar pensamentos negativos e modificar comportamentos potencialmente prejudiciais. Em alguns casos mais graves, a equipe pode recomendar uma abordagem medicamentosa, com antidepressivo e/ou ansiolítico. Além disso, é fundamental o paciente construir uma rede de apoio com amigos e familiares.