Vinho natural, orgânico ou vegano? Entenda as diferenças

Sommelière explica detalhadamento como cada tipo é produzido para você escolher a melhor opção

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Saiba quais são os tipos de vinho e como cada um é produzido – Getty Images Pro/luknaja

Aliar o sabor ao cuidado e preocupação com o meio ambiente tem se tornado um excelente diferencial competitivo nesse mercado. Por fim, causar menos impacto ambiental também é consequência do desenvolvimento da tecnologia na produção de vinhos, assim como leveza, benefícios e sabor. Entenda mais através do conhecimento da sommelière da Wine, Thamirys Schneider:

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Natural

De acordo com a especialista, um vinho natural é quando não há intervenção alguma na produção ou nos vinhedos, o que aproxima dos métodos mais primitivos da elaboração. “A visão de produção é fazer o vinho mais natural possível. Ou seja, sem uso de insumos químicos, conservantes, microrganismos selecionados, clarificantes, filtragem ou tecnologias mais avançadas. Muitos produtores, ainda, se opõem até mesmo ao uso das barricas, por exemplo”, esclarece.

O tema ainda está em debates, pois o termo ainda é muito complexo no mundo do vinho“Não há regras consolidadas do que pode ou não ser feito, inclusive, dar margem para ser considerado natural sem, necessariamente, ser. Outro fator complexo diz respeito à dificuldade de fiscalização, por não haver regras consolidadas, é difícil fiscalizar sobre a veracidade da produção natural”, afirma.

Para o consumidor, ainda é muito distante saber o que tem no vinho bebido.

Orgânico

Todo vinho natural é orgânico, mas nem todos os vinhos orgânicos adequam-se ao termo natural. Há quem pense que vinho orgânico e natural são sinônimos, mas não são. “De forma resumida, para um vinho ser considerado orgânico, não pode haver nenhum insumo químico sintético no cultivo da vinha. Resumidamente, é uma produção sem agrotóxicos, pesticidas, inseticidas, fertilizantes e fungicidas. Há regras de produção muito bem estabelecidas que geram uma fiscalização rigorosa na defesa de um vinhedo livre de produtos químicos sintéticos. Pode-se usar insumos naturais nos vinhedos e na vinificação, haver uso de tecnologia nos vinhedos, como colheitas mecânicas e diferentes técnicas de amadurecimento, o que não pode é ter uso de agroquímicos nos vinhedos.”, aponta.

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Vegano

Nem todos os vinhos naturais ou orgânicos são veganos. “A uva, matéria-prima do vinho, é uma fruta. Todavia, durante as etapas de elaboração de um vinho ou após a fermentação – para retirar algumas partículas suspensas indesejadas -, pode haver presença de componentes animais, como a albumina (claras de ovos), caseína de leite e gelatina. Além desses, isinglass (“cola de peixe”) – inclusa na etapa de clarificação do vinho. Isso faz com que o vinho não seja considerado vegano, pois teve contato com algum componente de origem animal”, explica.

Schneider conta que alguns produtores optam por não fazer a filtragem, outros fazem a clarificação por decantação, e há também aqueles que utilizam elementos de origem vegetal e mineral: “Um exemplo é a proteína extraída da ervilha, da semente da uva ou bentonita (mineral extraído da argila) para realizar esse processo. Nestes casos, os vinhos são considerados veganos. É válido ressaltar que também há regras a serem seguidas para elaborar um vinho vegano, assim como uma rigorosa fiscalização de órgãos reguladores e fiscalizadores”.

Vale lembrar que um vinho pode ser vegano e não ser orgânico, caso tenham agroquímicos utilizados nos vinhedos. “Ou seja, vinho orgânico e vegano também não são sinônimos, por mais que os vinhos veganos possam também ser orgânicos e vice-versa”, esclarece.

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