Consumir carnes processadas aumenta risco de diabete e câncer de intestino; veja o que dizem especialistas

Um novo estudo encontrou relação entre os alimentos e o diabetes tipo 2; além disso, o serviço público britânico e a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer ainda chamam atenção para o desenvolvimento de câncer

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Carnes processadas podem causar diabetes tipo 2 e câncer de intestino; entenda – Canva Equipes/Joshua Resnick

Um novo estudo indica que comer carnes processadas – como presunto, mortadela, peito de peru, linguiça, bacon, salame e salsicha – com frequência pode resultar em alguns malefícios sérios para a saúde. Entre eles, segundo a BBC, diabetes tipo 2 e o câncer de intestino estão inclusos. Entenda mais:

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O estudo

Quase 2 milhões de pessoas de 20 países diferentes participaram da pesquisa. Os especialistas afirmam à revista acadêmica The Lancet Diabetes and Endocrinology que encontraram uma relação entre o diabetes tipo 2 e as carnes processadas e vermelhas. Eles chegaram à conclusão de que consumir duas fatias grossas de presunto (50g) ou um bife pequeno (100g) por dia parecia ser um risco à saúde.

“Os dados sugerem que cortar carnes vermelhas e processadas da dieta pode não só proteger as pessoas de doenças cardíacas e derrames, mas também de diabetes tipo 2, uma doença em ascensão em todo o mundo”, conta o especialista em medicina cardiometabólica da Universidade de Glasgow, Naveed Sattar, ao veículo britânico.

Fatores de risco

Apesar de pesquisa ter sido muito bem feita, os profissionais entrevistados pela BBC afirmam que o dado não pode ser conclusivo e, muito menos, causar medo ou pânico nas pessoas. “É impossível descartar totalmente todos os outros possíveis fatores de risco, como outros alimentos que as pessoas que participaram do estudo consumiram, e o estilo de vida delas”, afirma o site britânico.

Duane Mellor, membro da Associação Britânica de Nutricionistas, chamou atenção: “Os autores tentaram controlar outros fatores de risco associados ao aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2, incluindo maior peso corporal, tabagismo, consumo de álcool e baixa ingestão de legumes e verduras”. Ademais, o veículo de notícias detalhou que alguns dados importantes para a constatação estavam faltando. Entre eles, o histórico familiar e a circunferência abdominal, por exemplo. E, segundo os especialistas entrevistados, é importante lembrar que estudos como este dependem dos participantes falarem a verdade e se lembrarem do que comeram.

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Porém, eles também atestam que a análise tem que ser sim levada em consideração, pois revela como as quantidades dos alimentos podem fazer bem ou mal. “Este é um estudo importante que, apesar da inevitável natureza observacional das evidências, é muito bem feito”, completou Sattar.

“Nossa pesquisa fornece a evidência mais abrangente até o momento de uma associação entre o consumo de carne processada e carne vermelha não processada e um risco futuro maior de diabetes tipo 2. Ela reforça recomendações para limitar o consumo de carne processada e carne vermelha não processada para reduzir os casos de diabetes tipo 2 na população”, declarou a pesquisadora principal do estudo, Nita Forouhi, à BBC.

O que diz o serviço público de saúde britânico?

O serviço público de saúde britânico, NHS, por sua vez, indica que as pessoas comam 70 gramas de carne vermelha ou processada (peso após o cozimento), ou menos, por dia, pois declara que esses alimentos em grande quantidade (90g para cima) podem causar câncer de intestino. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer declara que os produtos estão na mesma categoria de risco que o tabagismo e o amianto.

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A explicação se dá através do preparo. “A carne processada foi modificada para dar sabor ou prolongar seu prazo de validade. As substâncias químicas e métodos utilizados – como defumar, curar, adicionar sal ou conservantes – podem ser um fator. E, embora a carne seja uma boa fonte de proteínas, vitaminas e minerais, às vezes também contém muita gordura saturada, que tem sido associada a níveis elevados de colesterol no sangue, um fator de risco para doenças cardíacas”, finalizou BBC.

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