Chimpanzé resgatado do narcotráfico chega ao maior santuário da América Latina
Após anos vivendo em cativeiro, o animal está sendo mantido sob cuidados, com outros de sua espécie, em Sorocaba, no interior de São Paulo

Após anos vivendo em cativeiro, o animal está sendo mantido sob cuidados, com outros de sua espécie, em Sorocaba, no interior de São Paulo
Uma história de superação! Anos após ser resgatado do narcotráfico e ter vivido em cativeiro, o chimpanzé Yoko, de 38 anos, finalmente, pôde se reunir com a sua espécie! O animal chegou, na última segunda-feira (24), ao Santuário dos Grandes Primatas de Sorocaba, no interior de São Paulo. No local, está a maior comunidade de chimpanzés sob abrigo da América Latina.
Apesar de hoje ter uma vida calma e ser mantido sob cuidados, o Yoko enfrentou dificuldades durante grande parte da vida e tudo começou logo após seu nascimento. Isso porque traficantes de drogas colombianos compraram o animal ainda filhote. “Neste período, ele foi explorado, vivia acorrentado e era forçado a hábitos totalmente contra a sua natureza”, narrou a ONG Projeto GAP Brasil em uma postagem no Instagram.
Com o narcotráfico, o chimpanzé andava de bicicleta, desenhava, assistia à televisão e até fumava. Por isso, posteriormente, o primata morou em um circo na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela. No local, a exploração continuou, até que, no início dos anos 2000, autoridades o resgataram. Em seguida, o mamífero viveu em diferentes instituições, passando, por último, pelo Bioparque Ukumari, na cidade de Pereira, na Colômbia.
Na habitação, por muito tempo, o chimpanzé tinha a companhia dos primatas Pancho e Chita. No entanto, os animais morreram baleados por agentes após fugirem do local. O acontecimento motivou a transferência de Yoko para o Santuário dos Grandes Primatas de Sorocaba.
“Está um pouco estressado por causa da viagem, mas está bem de saúde. Aqui, ele vai ter a oportunidade de conviver com outros chimpanzés e de ter comportamento de tal. Ele é muito humanizado, mas precisa ter um comportamento de chimpanzé para desenvolver as qualidades da sua espécie”, afirmou a veterinária Camila Gentile Francisco, ao ‘G1’.
Nas redes socias, a ONG responsável pelo santuário compartilhou os primeiros momentos após a chegada do animal. “Yoko, aos poucos, vai explorando sua nova casa e se habituando com todo o espaço e a vocalização dos outros chimpanzés. E já conseguimos até flagrar alguns momentos de relaxamento”, diz a publicação. De acordo com a organização, o primata ainda irá passar por algumas avaliações antes de se reunir com seus colegas.
“Cumprido o período de quarentena e seguido todas as exigências de controle zoosanitário, a equipe do Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba começará, de forma bem cautelosa, e respeitando o tempo de cada um, a aproximação com outros chimpanzés”, relatou.
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*Texto sob orientação de Helena Gomes