O que é a Hortoterapia e como ela pode contribuir para a saúde mental?
Estudos mostram que o tratamento traz desde benefícios emocionais a físicos, como elevar a autoestima, reduzir o estresse e melhorar a imunidade

Estudos mostram que o tratamento traz desde benefícios emocionais a físicos, como elevar a autoestima, reduzir o estresse e melhorar a imunidade
Para buscar um momento de sossego durante a correria do dia a dia e prevenir a saúde mental, apostamos em diferentes distrações, como usar a Internet, ver televisão ou ler um livro. Outras pessoas recorrem à uma tarefa que exige um esforço ainda maior, mas, para muitos, garante pleno conforto: o cultivo de plantas. Segundo estudos, a prática, reconhecida como um tratamento alternativo e chamada de Hortoterapia, é realmente eficaz.
Especialistas já apontavam que estar em meio à natureza poderia ser benéfico à saúde emocional. Uma pesquisa recente, publicada no JAMA Network Open, mostrou uma melhora no bem-estar de estudantes com sintomas de ansiedade ou depressão após escolas acrescentarem atividades ao ar livre à grade curricular. Dessa forma, podemos pensar que, se apenas ao olharmos para um jardim já nos sentimos melhor, imagine como seria se nos dedicássemos a cuidar dele? É isso que a Hortoterapia propõe. E os resultados têm sido tão positivos, que estão implementando a alternativa em hospitais, Unidades Básicas de Saúde e Centros de Atenção Psicossocial.
Em entrevista ao ‘Estado de Minas‘, o médico psiquiatra, Sérgio Rocha, explicou que a prática vem se popularizando por apresentar “inúmeros benefícios, além de ser uma atividade acessível e barata, quando comparada a outros métodos terapêuticos”. De acordo com o profissional, o tratamento traz vantagens tanto para a mente, quanto para o físico. “A hortoterapia melhora a coordenação de todos que se utilizam do método, como também aperfeiçoa suas habilidades motoras. O contato com a natureza evolui, também, a imunidade física e reduz a frequência cardíaca”, explicou.
Ademais, a jardinagem, utilizada como terapia ocupacional, impulsiona hábitos mais saudáveis, tal qual uma alimentação balanceada, além de ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade. Especialistas afirmam ainda que a atividade melhora a autoestima e promove maior interação social. Um exemplo ocorreu no Hospital Geral de Tailândia, no Pará, que usou a Hortoterapia na recuperação de pacientes internados.
“É uma forma de sentir-se útil e isso melhora a autoestima de nossos pacientes internados, além de ser um aprendizado de um ofício e o desenvolvimento de uma habilidade, esse momento contribui para a reinserção social e inclusão de alguns tipos de pacientes, funcionando como uma terapia ocupacional e social”, disse a fisioterapeuta Elynara Lira, à ‘Agência Pará’.
Apesar de auxiliar a saúde como um todo, a Hortoterapia não deve substituir outros tipos de tratamentos. “O ato de cuidar de plantas traz muitos benefícios, mas é importante pontuar que isso não exclui a necessidade de acompanhamento médico, ainda mais em casos graves”, alertou Rocha.
A prática, no entanto, pode ser atrelada às recomendações do seu médico e feita na sua casa! Não é porque você mora em apartamento ou não tem espaço para um jardim que não pode aderir à Hortoterapia. Por isso, teste cultivar plantas e temperos em pequenos vasos, que podem ficar na sacada ou, até mesmo, na janela.
*Texto sob orientação de Helena Gomes