Quem foi Tereza de Benguela, homenageada no Dia da Mulher Negra?

Tereza de Benguela é, assim como outras grandes mulheres negras, um nome esquecido pela historiografia nacional

Tereza
Obra do pintor suíço Félix Edouard Vallotton (1865 -1925); imagem é comumente associada a Tereza de Benguela, líder quilombola brasileira no século 18 – Reprodução

No dia 25 de julho,  comemora-se no Brasil o Dia da Mulher Negra. No exterior, celebra-se a data como Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A líder quilombola Tereza de Benguela foi símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil no século XVIII. Porém, o que se sabe sobre ela?

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Tereza de Benguela

Na História, não há muitos registros sobre seus feitos – assim como há escassez de atos de grande parte das mulheres da época. Com coragem, assumiu uma missão árdua: liderou o Quilombo do Quariterê, no Mato Grosso, fronteira com a Bolívia. A liderança veio depois que seu companheiro, José Piolho, morreu, assassinado por soldados.

A historiadora Aline Nascimento, em entrevista à Folha, explica este comportamento:  “Essa liderança mais rígida era não só por ser uma mulher, mas por dar conta de toda uma estrutura de defesa e articulação”.

Por navegar com barcos imponentes pelos rios do pantanal, ela ficou conhecida como “Rainha Tereza”. Em sua gestão,  coordenou um forte aparato de defesa. Além disso, formou um parlamento para decidir, em grupo, as ações da comunidade.

Não há registros oficiais de como Tereza morreu. Uma versão fala que ela cometeu suicídio depois de ser capturada por bandeirantes, por volta de 1770. Por fim, outra versão afirma que foi assassinada e sua cabeça ficou exposta no centro do Quilombo.

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