Mulheres no surf: Da primeira surfista à medalha de Tatiana Weston-Webb

Conheça a história da mulher neste esporte e descubra o que as atletas tiveram de enfrentar para chegar onde estão hoje

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Conheça a história das mulheres no surf – COB/William Lucas

O surf como modalidade olímpica começou em Tóquio, época em que o feminismo já tinha voz. Porém, a história do esporte começa um pouco diferente. Abaixo, conheça um pouco sobre a trajetória das mulheres no surf e como elas chegaram ao topo através de nomes como Tatiana Weston-Webb, que levou prata na competição.

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As primeiras surfistas

A primeira mulher que soube domar o mar foi a Princesa Kelea, do Havaí, em 1445. Porém, só em 1600, uma grande quantidade de mulheres começou a surfar e, desde então, a lutar por seus direitos de igualdade. Um acontecimento que marca bastante o preconceito em relação às mulheres na modalidade foi quando a primeira ganhou uma competição mundial. Ela era a australiana Pauline Menczer, que tinha 23 anos na época.

A profissional venceu diversos homens. O prêmio eram 25 mil euros e um troféu, porém ela recebeu um objeto quebrado e nenhum valor monetário. A taça era de pouca qualidade e estava rachada, a parte de madeira estava descolada da de metal. Depois de um tempo, ela passou a ser hostilizada pelos surfistas.

História do surf feminino no Brasil

Nascida em Nova York, Margot Rittscher foi a primeira surfista mulher registrada no Brasil. Apesar de ser norte-americana, se mudou para Santos aos 15 anos e, com isso, foi naturalizada brasileira. Durante muito tempo, foi julgada e ofendida por homens. E quem lhe deu forças foi seu irmão, Thomas Rittscher Júnior, que construiu e a presenteou com sua primeira prancha de madeira.

Mais tarde, na década de 90, a nação brasileira conhecia sua primeira surfista profissional, Brigitte Mayer. De Maricá, Rio de Janeiro, a jovem foi a primeira a disputar o Circuito Mundial de Surf (WSL). Com o tempo, as garotas a viam brilhar e passaram a se inspirar em Mayer.

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Medalha de prata nas Olimpíadas

Apesar de ter conhecido o surf e sido incentivada pelo pai, Tatiana Weston-Webb fez história na Olimpíada de Paris. A jovem de 28 anos nasceu em Porto Alegre, mas viveu a maior parte de sua vida nos Estados Unidos, já que foi morar lá ainda bebê. A paixão pelo mar começou através de Douglas Weston-Webb, seu genitor. “Minha primeira lembrança é de quando era bem pequenininha. Tinha uns dois aninhos e meu pai já me empurrava na prancha. Lembro que era uma prancha laranja bem grande. Desde esse momento, amei o sentimento”, contou em entrevista ao UOL.

Apesar de ter dupla nacionalidade, quando decidiu se inscrever para a Olimpíada de 2024, preferiu apresentar-se como brasileira. “Quando eu decidi virar brasileira de verdade, minha vida mudou. Eu estou representando mais do que um país, estou representando pessoas que sonham e lutam para correr atrás dos seus sonhos”, afirmou. E o sentimento só intensificou quando se apaixonou por Jessé Mendes, seu marido.

Tatiana, que já havia vencido diversas competições importantes do esporte, levou para casa a medalha de prata e honrou suas ancestrais do surf.

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