Primeira Infância: Cinco dicas para estimular a fala do seu filho
O momento das primeiras palavras pode gerar ansiedade nos pais, mas há dicas práticas que podem ajudar os filhos a desenvolverem a fala de forma natural e eficaz

O momento das primeiras palavras pode gerar ansiedade nos pais, mas há dicas práticas que podem ajudar os filhos a desenvolverem a fala de forma natural e eficaz
Com a chegada dos pequenos em casa, é natural que os pais se encham de dúvidas sobre o desenvolvimento dos filhos em relação à fala. Questões como “Quando meu filho vai começar a falar?”, “qual será a sua primeira palavra?” ou “é normal ele não conseguir formar frases completas?” surgem com frequência, tanto entre pais de primeira viagem quanto na chegada de um irmãozinho mais novo.
O neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, André Ceballos, explica que essas preocupações fazem parte do processo de aprendizado e são comuns entre os pais. “Ao acompanhar os marcos do desenvolvimento infantil, como os da fala, pode ajudar a aliviar ansiedades. Pois esses marcos funcionam como indicadores importantes para monitorar o progresso das habilidades de comunicação. Assim, ao observar se a criança está alcançando essas etapas no tempo esperado, é possível perceber se está se desenvolvendo dentro dos padrões normais ou se há algo que precise de atenção”, resume Ceballos.
Por exemplo, segundo os marcos estabelecidos pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), aos 18 meses, se espera que o bebê tente dizer três ou mais palavras além de “mamãe” ou “papai”. Aos dois anos, a criança já deve ser capaz de fazer pequenas perguntas e combinar pelo menos duas palavras, como “mais leite”. Ceballos ressalta que, além de acompanhar esses marcos, os pais podem adotar atitudes simples no dia a dia para estimular a fala de forma natural, criando um ambiente acolhedor e favorável ao desenvolvimento da linguagem.
Entre as dicas práticas para estimular a fala dos pequenos, o especialista em desenvolvimento infantil destaca as principais.
Mesmo que o bebê ainda não fale, é importante que os pais conversem com ele. Descrever ações do dia a dia, como “Agora vamos trocar a fralda” ou “Olha a sua mamadeira”, além de fazer perguntas simples, como “O que é isso?”, ajuda a criar uma conexão e estimular o entendimento das palavras.
A articulação de sons é essencial para o desenvolvimento de uma fala clara e compreensível. Conforme explica o neurocirurgião André Ceballos, é por meio dessa articulação que as crianças aprendem a formar as palavras corretamente, aprimorando sua comunicação. Ele orienta que os pais incentivem seus filhos a realizar atividades que envolvam movimentos específicos da boca. Por exemplo, abrir e fechar os lábios, esticar a língua para fora e movê-la em diferentes direções.
As canções, principalmente as infantis, com letras simples, ajudam no ritmo da fala e na memorização de palavras. Além disso, as brincadeiras musicais também tornam o aprendizado mais divertido e envolvente.
Ler para o filho é uma das ferramentas mais poderosas para estimular o desenvolvimento da linguagem e expandir o vocabulário desde os primeiros anos de vida. A leitura cria um ambiente rico em estímulos, onde a criança começa a associar palavras a objetos, ações e emoções. Ao ouvir a entonação da voz dos pais, ela desenvolve habilidades de escuta, compreensão e até mesmo a capacidade de imitar sons e palavras.
“Livros com imagens vibrantes e histórias simples são ideais para os primeiros contatos com a leitura, pois capturam a atenção da criança e a envolvem de maneira lúdica. À medida que os pais leem, é possível fazer pausas para apontar as figuras, explicar o que está acontecendo e fazer perguntas, como ‘O que você acha que vai acontecer agora?’. Essas interações ajudam a criança a entender o enredo e a se envolver mais ativamente com a história”, orienta André Ceballos.
Mesmo nos primeiros meses de vida, a interação social é essencial para o desenvolvimento da fala. Embora os bebês ainda não se comuniquem verbalmente, observar e interagir com outras crianças ou adultos cria um ambiente estimulante, onde começam a aprender a ouvir e reagir aos sons ao seu redor. Brincadeiras simples, como sorrir, fazer caretas ou falar com o bebê enquanto ele observa, também ajudam a “conversar” e estimular o entendimento da linguagem.
Segundo o especialista em desenvolvimento infantil, André Ceballos, quando o bebê vê outras crianças ou adultos falando e sorrindo para ele, começa a associar sons a expressões e emoções, o que contribui para o desenvolvimento da fala. Esses momentos de interação social são importantes para criar a base da comunicação verbal futura.
Por fim, o médico ressalta que embora cada criança tenha seu próprio ritmo de crescimento e aprendizado, é importante que os cuidadores estejam atentos aos marcos do desenvolvimento da fala e da linguagem. “Com esses parâmetros, é possível perceber com mais clareza se há algum atraso no desenvolvimento, como dificuldades em formar palavras ou se expressar de maneira clara. Identificar esses sinais precocemente possibilita que os pais busquem as orientações adequadas, garantindo que a criança receba o suporte necessário para seu desenvolvimento”, conclui.
*Matéria feita em parceria com Alice Veloso, da Publika.aí Comunicação