Por que criar vínculos com amigos é importante para uma criança?
Especialista em desenvolvimento infantil explica como as amizades na primeira infância influenciam o crescimento da criança, e destaca dicas para estimular esse comportamento; veja
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Especialista em desenvolvimento infantil explica como as amizades na primeira infância influenciam o crescimento da criança, e destaca dicas para estimular esse comportamento; veja
Ter amigos é uma das coisas mais valiosas da vida. São com os amigos que se compartilha risadas, desabafos e até mesmo os momentos difíceis, quando é preciso apoio e uma dose de motivação. E para as crianças, sobretudo na primeira infância, as amizades têm um peso ainda maior. Nessa fase da vida, elas estão construindo sua identidade, descobrindo quem são e aprendendo a se relacionar com o mundo ao seu redor.
De acordo com o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, Dr. André Ceballos, criar vínculos afetivos desde cedo contribui para o bem-estar da criança. “As relações de amizade nos primeiros anos de vida ajudam a criança a desenvolver empatia, aprender a lidar com conflitos e construir uma autoestima saudável. Esses laços também são importantes para o amadurecimento do cérebro, pois estimulam áreas ligadas às emoções e ao comportamento social”, explica.
Além do impacto no desenvolvimento individual, o especialista explica que as amizades na infância favorecem a sensação de pertencimento e segurança. “Crianças que têm amigos desde cedo tendem a demonstrar menos ansiedade em situações novas e lidam melhor com desafios emocionais, como a adaptação à escola, brigas, situações de tensão ou a o fato de estar distante dos pais em determinados momentos do dia”, comenta.
A primeira infância é um momento decisivo, onde as interações com outras crianças começam a moldar habilidades fundamentais. Para isso, é importante que os pais proporcionem oportunidades para que seus filhos interajam com outras crianças. Seja em encontros informais, como brincadeiras no parque, ou em atividades estruturadas, tais quais grupos de esportes ou artes. Esses momentos de convivência ajudam a criança a aprender a compartilhar, negociar e a se colocar no lugar do outro. Quanto mais essas experiências forem positivas, maiores serão as chances do filho desenvolver vínculos afetivos duradouros.
Além disso, Ceballos ressalta que, durante esses encontros, é fundamental que os pais incentivem certos comportamentos. “Por exemplo, se a criança estiver brincando com um amigo, é importante que ela aprenda a dividir brinquedos, esperar a sua vez e resolver pequenas divergências de forma pacífica. Esse tipo de aprendizado fortalece a amizade, e também contribui para o amadurecimento emocional da criança. A chave é sempre observar a dinâmica e, se necessário, dar orientações, para que a criança entenda que a amizade exige cuidado e dedicação”, orienta.
Por fim, o exemplo dos pais é essencial. As crianças aprendem muito observando o comportamento dos adultos ao seu redor. Quando os pais demonstram respeito, empatia e valorização das relações, eles modelam essas atitudes para seus filhos, que, ao longo do tempo, aprendem a replicá-las. “Criar um ambiente de respeito e carinho em casa é o primeiro passo para que a criança leve esses valores para suas amizades, formando vínculos que vão além da infância e se estendem por toda a vida”, conclui.
*Matéria feita em parceria com Alice Veloso, da Publika.aí Comunicação.