Ícone do site

Duda Reis reflete sobre amamentação: ‘Não sei se amei e fiquei me sentindo culpada’

Published 09/01/2025
amamentação

A atriz e empresária Duda Reis falou sobre dificuldades na amamentação - Reprodução/ Instagram

Basta surgir uma mãe e logo ela passa a ter uma companhia inseparável (além do bebê): a culpa materna, que pode aparecer em diferentes fases da maternidade. Para algumas, ela já desponta quando o assunto é amamentação. Recentemente, a atriz e empresária Duda Reis foi questionada sobre amamentação e respondeu: “Estou tentando entender o processo. Eu ainda não sei se eu amei e eu fiquei me sentindo bem culpada assim por isso, sabe? Nesses dias… Mas eu não sei se eu amo. Meu peito machucou já algumas vezes, de sangrar mesmo. Eu não sei, é muito pessoal”.

No fim, por temer as possíveis críticas em relação à fala, fez uma ponderação: “Nem sei se devia estar falando isso, pois abre muitas portas pra muitas coisas.” 

Amamentação e culpa materna

A amamentação ajuda a reforçar o vínculo entre mães e filhos. É um ato de amor. Para o bebê, não existe alimento mais completo que o leite materno. Como podemos ver, são muitos os motivos para que ela seja estimulada e celebrada, não é mesmo?

No entanto, o que as mães e avós não contam pra gente é que o ato de amamentar pode ser doloroso e extremamente desafiador. Há mães que, por motivos físicos ou emocionais, sofrem e muito para conseguir amamentar os filhos. E, além disso, sofrem com a culpa e os julgamentos sociais.

Para Telma Abrahão, especialista em Neurociência e Desenvolvimento Infantil, é preciso um olhar mais carinhoso com relação à maternidade. Ela explica que “alimentar o bebê, seja no peito ou com leite extraído, é uma prova de amor e dedicação. Em vez de se prender à culpa, é necessário se permitir viver esse processo como um aprendizado e ser gentil consigo mesma”.

Idealização da sociedade

Segundo a especialista, a sociedade idealiza a mãe de uma forma injusta com as mulheres: quando se é mãe, não pode reclamar de nada, tem que amar cada momento, aguentar calada. “A idealização da maternidade é uma das maiores fontes de sofrimento para as mulheres. Espera-se que a mãe seja perfeita, paciente e que não sinta dificuldades, mas isso é irreal. A maternidade é repleta de desafios emocionais e físicos, e falar sobre essas dificuldades não faz de ninguém uma mãe ruim, muito pelo contrário. Essa abertura cria espaço para um vínculo genuíno com o bebê, porque o vínculo não se forma apenas com o ato de amamentar ou em momentos idealizados; ele nasce do contato, do cuidado, da presença, mesmo que imperfeita. Reconhecer e validar os sentimentos das mães é fundamental para que elas se sintam acolhidas e fortalecidas em sua jornada.”

Sair da versão mobile