Vanessa da Mata: “Pediram que não cantasse a parte ‘sou macumbeira’ em uma TV”
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a cantora Vanessa da Mata falou sobre um episódio de intolerância religiosa que aconteceu no início da carreira
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a cantora Vanessa da Mata falou sobre um episódio de intolerância religiosa que aconteceu no início da carreira
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a cantora Vanessa da Mata falou sobre um episódio de intolerância religiosa que aconteceu no início da carreira, logo que lançou o primeiro disco. Durante a entrevista, que foi ao ar nesta segunda-feira (6), a artista revela que já teve problemas com a presença de elementos de religiões de matriz africana em suas composições.
A princípio, ela foi questionada pelo jornalista Leandro Cacossi, apresentador e produtor da Rádio Eldorado, se teve medo de colocar a religiosidade na música, se foi foi algum tabu. Assim, no primeiro disco, ela cantava “Sou perigosa, sou macumbeira” no álbum Não me Deixe Só. “Rolou algum medo, alguma coisa de ‘podem me boicotar por causa da religião?'”
A música em questão tem um trecho que diz:
“Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou de bem, mas…”
A artista respondeu: “Ah, tentaram muito. Fui numa TV de outra religião e pediram não canta essa parte de macumbeira. Eu falei ‘tá, tudo bem’. Eu cantei e nunca mais eu voltei. Só vi as pessoas correndo e foi engraçado.
Posteriormente, fez uma revelação sobre sua crença: “Nessa época, inclusive, eu era ateia (…) A música vinha, ‘peço tanto a Deus para esquecer’, e eu escrevia, mas não tinha essa fé.”
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Apesar disso, Vanessa recorda que, somente depois, aos 40 anos, se batizou no Candomblé. “Gosto de inserir os detalhes brasileiros, a beleza imagética das canções, contar na primeira pessoa a história, mas não era uma questão de fé. Era mais uma questão poética do que de fé”.
Vera Magalhães é a apresentadora do Roda Viva. Participam da bancada de entrevistadores Ademir Correa, diretor de conteúdo da Rolling Stone Brasil; Lais Franklin, editora-chefe da revista Bravo!, Maria Fortuna, jornalista de cultura do jornal O Globo; e Priscilla Geremias, editora de Cultura da revista Marie Claire.