Intolerância religiosa: Monja Coen e outros líderes debatem o tema

O SIM São Paulo 2025, encontro de música e economia criativa da América Latina, reúne cerca de 60 painéis com debates e apresentações que celebram a diversidade e a inovação na música brasileira

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Líderes religiosos debatem a sociedade e a importância de combater a intolerância religiosa – SIM São Paulo / Divulgação

Intolerância religiosa e o despertar espiritual foram temas  debatidos no painel “O Despertar da Consciência”, apresentado na SIM São Paulo 2025. Estiveram à mesa Monja Coen, o pastor Kleber LucasBabalorixá Rodney William e Lama Padma. A mesa foi mediada pela artista Luiza Lian. No encontro, os participantes proporcionaram ao público uma reflexão sobre o ser humano e seu encontro com o íntimo.

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Durante o painel, foi discutido principalmente o esquecimento do indivíduo como detentor da consciência humana universal. Além disso, a volta ao individualismo e a visão distorcida do que seria viver em sociedade.

Intolerância religiosa em pauta

Monja Coen, uma das mais renomadas lideranças do budismo no Brasil, afirma que o ser humano ainda está distante de entender que precisamos ter paciência no processo de compreensão da própria contradição de viver. “Estamos presentes em nós mesmos para mudarmos de rumo. Todos temos as plenas condições de modificar a realidade em que vivemos. O respirar, o viver e o sentir têm o início no cerne da existência. O que procuro ensinar é sobre o valor e aprendizagem que existem no silêncio, quando voltamos ao que mais importa no final — a nossa consciência, o nosso eu universal”, explica.

Em seguida, o Pastor Kléber Lucas, que é líder cristão, afirmou que se identifica como pastor. No entanto, também vê proximidade com os pretos velhos, entidade conhecida da umbanda. O líder cristão, que nasceu em São Gonçalo, no RJ,  afirma que passou por momentos difíceis na infância e que terreiros de candomblé e umbanda  sempre o ajudaram. “O terreiro nunca foi somente um lugar de espiritualidade. Quando passei fome, eles me ajudaram, quando fiquei doente, eles também me acolheram”, diz Kleber.

“Quando eu falo destes temas, a comunidade evangélica logo me ataca com violência. Como vou falar de consciência humana quando me atacam assim? Estamos adormecidos e adoecidos, em meio a um fundamentalismo que somente nos separa. Por isso estar aqui nesta mesa para mim é alentador”, lamenta o religioso.

Candomblé

Para o babalorixá Rodney William, o candomblé é fundamental no papel do acolhimento aos indivíduos para a construção de uma  sociedade menos narcisista:  “Em minha crença, tudo é um ritual e serve para nos preparar para o peso do mundo. O terreiro é uma extensão da nossa forma de pensar. São as minhas memórias e de todos aqui presente, pois é a memória dos nossos ancestrais que nos ensinam e nos transformam como indivíduos”, conclui.

* Texto elaborado com informações da assessoria da conferência SIM São Paulo 2025.

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