Como surgiu o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa?

A importância de se relembrar da luta ao respeito da diversidade religiosa surgiu há 18 anos

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O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa surgiu há 18 anos e chama atenção para a luta ao respeito da diversidade religiosa – Reprodução/Freepik

Hoje, é uma data para se refletir a respeito da intolerância religiosa. Em 2007, foi criado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, e nós te contamos o motivo abaixo.

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O que há por trás desta data?

A importância de se relembrar da luta ao respeito da diversidade religiosa surgiu há 18 anos, mais especificamente por causa de um caso com a Mãe Gilda Iyalorixá. Isso porque, em 1999, ela foi vítima de intolerância religiosa, já que fundamentalistas religiosos invadiram, depredaram seu templo e agrediram seu esposo. Em janeiro do ano seguinte, a mesma acabou falecendo de infarto.

Quem foi Mãe Gilda Iyalorixá?

Iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos era conhecida como Mãe Gilda de Ogum e fundou o Terreiro de Candomblé, Ilê Axé Abassá de Ogum. O local, em Salvador, foi registrado em 1988, mas a jornada da mulher começou muito antes. Ela teve sua iniciação no Candomblé em 1976, no Terreiro de Oya, e, quando completou sete anos, conquistou o cargo de yalorixá. E não foi só neste âmbito que ela realizou mudanças, pois foi uma ativista social e participou de ações para a melhoria do bairro de Nova Brasília, de Itapuã.

Por que tanto preconceito para com as religiões afro-brasileiras?

De acordo com o historiador Tadeu Mourão, o Brasil foi majoritariamente católico por muito tempo. Até o século XIX, esta crença era a mais aceita na sociedade. A partir do século XX, várias denominações evangélicas começam a se multiplicar e uma visão para com outros tipos de religiões fica ainda mais solidificada. Quando o assunto é religião, no Ocidente, e aqui no Brasil, se depara com uma concepção de mundo em que ‘o meu Deus existe, a minha religião é verdadeira, e a de todo mundo é falsa e demoníaca’. Esse tipo de pensamento está junto com a grande maioria das instituições cristãs ocidentais”, conta.

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No caso das religiões afro-brasileiras, também há o racismo, e Mourão atribui a alguns fatores: “Primeiro, pelo tamanho que elas têm, pelo número de pessoas que fazem parte delas. Segundo, por serem religiões negras. O racismo vai ter sempre um peso fundamental para entender porque essas religiões são perseguidas”.

Este aspecto também está presente em manifestações culturais da negritude, tal como a capoeira, o samba e o funk. “Todas essas produções das culturas negras sofreram perseguição, mas todas elas têm algo em comum. Em algum momento, geram atração da classe média branca, que passa a querer consumi-la. Com isso, eles fazem adaptações para encaixar dentro de um padrão, que vai ser aceito por essa classe média branca”, explana. Clique aqui e leia a matéria completa.

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