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Prédio verde

Em 12 anos, ele já assessorou mais de 250 obras, tornando-as mais sustentáveis. E mostra que é possível construir, poupar recursos naturais e economizar ao mesmo tempo

LUIZ HENRIQUE FERREIRA – Wendy Barbosa

1) Há quem diga que construir de forma sustentável custa mais. Você concorda com isso?

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Não. O problema é realizar um projeto só para ter certifi cado de sustentabilidade, com selo importado, sem adaptá-lo à nossa cultura. Prédios com fachada de vidro, por exemplo, saem mais caro porque a carga de calor que recebem exige vidros de alto desempenho e muito ar condicionado. A conta deve ser ao contrário: olhar o que dispõe o orçamento e, depois, incorporar processos que reduzem custos.

2) Como você convence uma empresa a investir em um projeto mais sustentável?

Primeiro acabo com o sentimento de culpa que ela deve carregar por não fazer muito em relação à sustentabilidade. Depois mostro que o retorno de mídia é melhor e mais barato que anúncios para vender apartamentos. Mostro ainda que dá para ser mais efi ciente na gestão do projeto, diminuindo os custos de mão de obra e a geração de resíduos. Cada caso é um caso, mas, em geral, convenço pelo bolso.

3) Quem compra um imóvel para morar já está de olho em prédios mais verdes?

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No Brasil, isso já acontece com os corporativos, mas, entre os residenciais, deve levar ainda cerca de dez anos para mudar. E precisa mudar. Não faz sentido comprar apartamento por m² sem avaliar os custos ao longo da vida. Temos que fazer a conta olhando adiante: qual será o gasto com água, luz e condomínio? Um prédio mais sustentável é mais econômico em tudo isso. E também mais confortável e saudável.

LUIZ HENRIQUE FERREIRA, engenheiro civil formado pela USP e especializado em estratégias para negócios sustentáveis pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, criou em 2005 a Inovatech Engenharia, consultoria para construções sustentáveis que já certificou mais de 7 milhões de m² e tem mais de 60 clientes no Brasil.

 

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