Famosos comentam sobre série ‘Adolescência’: “Não é ficção, é realidade”

O assunto tornou-se o foco de publicações de diversas pessoas, que vão da anonimidade à fama; inclusive, entre os mais conhecidos, estão nomes como Fernanda Lima, Maria Prata e Helio de La Peña

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A série ‘Adolescência’ virou tema de diversos vídeos nas redes sociais, inclusive de Fernanda Lima, Maria Prata e Helio de La Peña; confira – Divulgação/Netflix

A série ‘Adolescência‘ está dando o que falar, principalmente, nas redes sociais. O assunto tornou-se o foco de publicações de diversas pessoas, que vão da anonimidade à fama. Inclusive, entre os mais conhecidos, estão nomes como Fernanda Lima, Maria Prata e Helio de La Peña. E, para você ficar por dentro, trouxemos seus depoimentos. Confira:

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Fernanda Lima: “Nossos filhos estão nas mãos de quem?”

Fernanda Lima decidiu ligar a câmera para conversar um pouco com seus seguidores do Instagram, e então abordou a série ‘Adolescência’. Primeiramente, ela declarou que o impacto não foi o mesmo que da maioria dos telespectadores. “Engraçado, a série não me choca assim como as outras pessoas. Porque eu venho estudando, lendo e observando esse movimento adolescente há um tempo, então não é algo que me impressiona tanto. A série, de fato, é fantástica e expõe uma ferida aberta que a nossa sociedade está vivendo, que é o abandono dos nossos adolescentes”, iniciou.

Em seguida, propôs uma reflexão. “Nas mãos de quem, estamos colocando nossos adolescentes? E quais são as consequências disso? Por que? A conta chega, minha gente. Entregamos nossas vidas nas mãos de quem? E nossos filhos estão nas mãos de quem? Essa conta do 80-20, que 80% das meninas vão se interessar por 20% dos homens… Por que? Que homens são esses? Por que as mulheres estão dizendo não a esses meninos? Será que eles não são altamente violentos, agressivos, machistas, misógenos, que compartilham coisas horríveis de meninas? Como elas estão se protegendo? Falando que não os querem, não se relacionando com eles. Porque não estamos falando, aqui, de estética, mas um jeito de viver para o qual as meninas estão dizendo não”, opinou a apresentadora.

Por fim, enviou um recado aos pais: “Fiquem ao lado dos seus filhos adolescentes, compartilhem mais momentos juntos, os ouçam, gastem um tempo, é fundamental. Se não fizer hoje, a conta vem mais tarde e pode vir muito pior”.

Maria Prata: “Não é ficção, é realidade”

A jornalista Maria Prata, por sua vez, refletiu sobre o cenário. “Quando começamos a falar dos perigos das redes sociais para crianças e adolescentes, estávamos ouvindo opiniões de pedagogos, psicólogos, psicanalistas, depois, psiquiatras, neurocientistas. E, agora, escutamos opiniões que envolvem a polícia, os juízes, a lei”, chamou atenção, dando uma dica a quem a acompanha na rede social.

“Eu recomendo fortemente a você ouvir o podcast ‘Fio da Meada‘, da Branca Viana, em que ela entrevista a juíza Vanessa Cavalieri, para entender quais são os crimes que jovens e crianças estão cometendo online, e como eles são aliciados e como esse processo funciona. Não é ficção, é realidade. Eu ouvi, uma semana antes de assistir à ‘Adolescência’, e os dois falam exatamente sobre a mesma coisa, sobre uma desconexão entre pais e filhos. Vale a pena”, concluiu.

Helio de La Peña: “Conheço meus filhos de verdade?”

Além disso, Helio de La Peña também utilizou o meio virtual para falar com os pais. “Depois de assistir aos quatro episódios, me questionei: Conheço meus filhos de verdade? Sou pai de três rapazes, com 32, 23 e 21 anos. Dessa maneira, perguntei a eles sobre o que vi na série, o que era incel, red pill, e me surpreendi com as respostas. E aí eles se surpreenderam e quiseram saber como eu tomei conhecimento desses termos. Tinham certeza de que não faziam parte do meu universo”, contou.

Após o relato, então, falou um pouco sobre o cenário que circunda os mais novos. “O bullying sempre houve. Hoje, com as redes sociais, extrapola para todo colégio, bairro ou sociedade. E os pais só tomam conhecimento quando o filho se torna vítima ou é denunciado como agente de um ato violento. Os grupos do WhatsApp podem ser um caldeirão de crueldade, e o jovem passa a achar que está condenado a ter uma vida infeliz. Pode resultar em depressão profunda ou explosões agressivas”, ressaltou.

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E continuou: “Não é incomum o adolescente ter suas aulas de educação sexual nos sites pornô, onde, muitas vezes, a mulher é um mero objeto sexual. O jovem pode, facilmente, achar que esse é o normal. Será que é o caso do seu filho? Temos que ter discernimento. Um adolescente com boas notas e saudável pode ter uma personalidade totalmente diferente no mundo digital. Assista à série. Não é uma realidade distante, acontece aqui no Brasil”, finalizou o vídeo, que também foi compartilhado pelo UOL.

Editora e repórter da Bons Fluidos. A jornalista já passou pelo Estadão, Band e AnaMaria Digital