Toda família tem sua história e, muitas vezes, suas intrigas e complicações. E, por isso, hoje, você pode não saber, mas existe a possibilidade de algo na sua vida estar sendo impactado por decisões e atitudes de gerações anteriores. Confira como isso acontece e porque a constelação familiar pode te ajudar a desmanchar este emaranhado.
Como a constelação familiar age?
Para entender como o processo acontece, primeiramente, imagine um lago. Agora, pegue uma pedra e jogue dentro dele. Vai formar ondas, certo? Bert Hellinger, criador da constelação familiar, diz que a abordagem terapêutica funciona neste esquema do exemplo. “Esta pedrinha que foi jogada vai fazer movimentos na água e tocar todos. Agora, como vai tocar? Depende da consciência pessoal de cada pessoa. A pedrinha vai cair no fundo, mas também não sabemos quanto tempo ela demora para atingir o fundo. Então é muito lindo o trabalho, mas é fenomenológico. Ele vai ser aquilo como ele pode se apresentar”, explica a terapeuta transpessoal e consteladora, Juliana Lotumolo.
A reverberação nas gerações anteriores
Por reverberação, a especialista conta que, quando você passa pelo processo, é possível que ele toque outras pessoas da sua família. “Por reverberação, isso vai tocando as gerações anteriores e vai permitindo que elas também possam se libertar da dor e do sofrimento. Vou dar um exemplo. Não tem uma mãe que se sinta bem ao ver o filho doente. Quando este filho resolve ser saudável, mesmo com esta mãe doente, ele pode liberá-la para que possa estar em paz. Esteja ela aqui, na dimensão terrena, ou esteja já nos céus, como a gente diz. E, assim, temos a libertação”, esclarece.
Desfazendo os emaranhados
“Bert Hellinger dizia que aqueles que ficaram, muitas vezes, presos e emaranhados, viram fantasmas dos sistemas, então a constelação pode, não só liberar o nosso coração para que a gente possa estar no nosso lugar, indo em direção a este portal da vida, mas pode fazer com aqueles que estão atrás também possam, de novo, ganhar forças. E, talvez, a minha mãe esteja doente porque, lá atrás, a minha bisavó foi excluída por ela. E, quando eu faço uma constelação incluindo a minha bisavó, a minha mãe também está livre disso. Ju, mas aí cura o câncer, cura a doença da mamãe? Talvez não, mas traz a liberdade, traz a paz do coração”, afirma.
“E o que é mais lindo é que as próximas gerações têm um caminho mais leve. Não que elas não vão ter também aquele amor infantil, de, muitas vezes, querer salvar o mundo, mas elas estão mais liberadas dessas cargas”, ressalta.
A constelação familiar pode alcançar as outras encarnações?
Segundo Juliana, o temas vidas passadas não é falado quando o assunto é constelação familiar, já que possui uma relação muito estreita com a crença religiosa. “Porém, tem uma similaridade muito grande. As vidas passadas emaranham, se enroscam, fazendo com que gerações futuras precisem, de novo, resolver problemas do passado, que nada mais é o que acontece quando as ordens do amor estão em desordem, alguém vai pagar a conta. E não é Karma – diferente da filosofia hindu – é simplesmente um servir que está neste amor infantil, e que você pode optar por fazer dele uma honra, agora, sendo diferente”, finaliza.
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