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Síndrome da rainha má: psiquiatra explica como a mente persegue o corpo e distorce a imagem

A psiquiatra Maria Francisca Mauro explicou o termo “rainha má” e destacou os sinais que indicam este transtorno

Psiquiatra explicou o que é síndrome da rainha má e como ele influencia na forma como nos enxergamos – Pexels/ Ismael Sanchez

“Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?” a famosa frase atribuída à Rainha Má da Branca de Neve, na história dos Irmãos Grimm, ainda diz muito sobre a nossa relação com o espelho. Afinal, no conto de fadas ele é falante e aparentemente sincero, detendo a ideia de belo.

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Na vida real, quem faz à vez é a nossa mente. É ela que cria falsos paradigmas, um imaginário excludente e comparativo de que nunca estamos satisfeitas com o que vemos refletido no objeto.

É nessa linha tênue, entre sentir-se insatisfeito com alguma parte do corpo ou pensar de maneira obsessiva sobre o assunto, que mora o problema, como explica a psiquiatra Maria Francisca Mauro.

“Atitudes como se observar de maneira compulsiva, praticar exercício físico horas a fio, sentir uma insatisfação constante com o corpo, usar roupas largas para esconder regiões que se acredita estarem deformadas por serem grandes  e, em casos mais graves, ter vergonha de sair de casa, podem ser um sinal de que algo está bem errado”, explica a psiquiatra que é especializada na área de Transtornos Alimentares e Obesidade.

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Só se vê imperfeições

A insatisfação com o físico ocupa um lugar central nas pessoas que sofrem na relação com a comida. Maria Francisca aponta que nesse diagnóstico as pessoas só enxergam as imperfeições, e o físico passa a ser um constante marcador de descontentamento.

“A barriga é grande, a coxa é gorda, a bochecha está inchada, a papada é deformada, o glúteo é gigante, o braço está gordo e por aí vai. A imagem do espelho está sempre denunciando e perseguindo quem tem este tipo de problema. Não se trata daquela olhada rápida, do preciso dar uma segurada na boca, ou mesmo, aquele pensamento de que um pouco de exercício seria bom”, esclarece a psiquiatra.

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Estima-se que a prevalência mundial dos Transtornos Alimentares seja em torno de 1% da população, e o principal grupo acometido é composto por mulheres jovens. Devido ao alto impacto que estes quadros causam na vida de quem sofre com a relação com a comida não se pode negligenciar este tipo de comportamento. 

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O emocional não fica de fora

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No conto há uma evidente rivalidade e competitividade entre mulheres: Branca de Neve e a Rainha Má. Assim como na vida real, elas são vítimas de uma sociedade que preza pela “beleza feminina” e esse padrão é responsável por traumas e relações distorcidas com a imagem.

“Dependendo da forma que isto afeta a relação com a comida e peso corporal, a busca da ‘perfeição’ pode ser o representativo de quadros como anorexia, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar, transtorno purgativo, dentre outros quadros alimentares”, esclarece Maria Francisca que finaliza indicando buscar ajuda através de profissionais capacitados, como psiquiatras, psicólogos e nutricionistas dedicados à área do comportamento.

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