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Setembro Amarelo: como a exposição na internet pode afetar a saúde mental dos influenciadores

Influenciadora digital comentou como teve sua saúde mental afetada pelas redes sociais e reforçou a importância papel dos influencers de conscientizar seus seguidores sobre a campanha de prevenção ao suicídio

Como a internet pode afetar a saúde mental – Unsplash/ Freestocks

“Lidar com a internet não é fácil”, resume Isabela Crociolli. Influenciadora digital desde 2011, ela afirma que a exposição de sua imagem já afetou bastante a sua saúde mental ao longo do tempo.

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“Não vou fingir que não afetou. As pessoas emanam muita energia em cima da sua vida e de tudo o que você posta. Sou muito sensitiva, percebo facilmente a maldade das pessoas. Desde quando comecei a trabalhar na área artística, minha ansiedade ficou mais aflorada”, aponta. Ela, que também trabalha como modelo e já participou do reality Game dos Clones, na Record TV, passou, inclusive, a bloquear certos usuários para deixar de ler mensagens de ódio.

“Quando recebo comentários negativos, normalmente bloqueio na hora. Não ligo muito porque sei quem eu sou Quando conhecemos nossa essência, comentários negativos não pesam muito. Tenho uma fé grande e sei que muitas coisas são provações”, explica Isa. 

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Por outro lado, ela também recebe pedidos de ajuda de fãs que relatam problemas ligados à saúde mental. Apesar de querer muito ajudá-los, ela reconhece que não é a pessoa mais indicada para isso.

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“Além disso, existem aqueles seguidores fanáticos, capazes de me perseguir. É perceptível quando a linha de pensamento vira um pedido de ajuda ou até mesmo uma ameaça, como nas frases ‘se eu não te ver, eu irei me suicidar”, desabafa. 

“Já li isso algumas vezes e é horrível. Fico pensando se a pessoa realmente se matou. Tento não me apegar respondendo de volta porque não quero pegar este problema para mim. Porém, por dentro, torço para que a pessoa tenha encontrado a paz e desistido do ato.” 

Para a influencer, a prática de terapia tem sido tão importante quanto o apoio da família, quando o assunto é saúde mental. 

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“Faço terapia há mais de cinco anos e enxergo uma evolução enorme. Da mesma forma que cuidamos do corpo, temos que cuidar da nossa mente. É um exercício de vida para nos tornarmos pessoas melhores. Enxergo muita diferença no meu dia a dia, em como enfrentar as situações adversas. Meus parentes também me ensinaram a ter pé no chão e isso acabou contribuindo muito também. Por isso, quando existe um problema, eu tento resolver da melhor forma”, afirma.

Neste mês de Setembro Amarelo, campanha mundial de prevenção ao suicídio, Isabela ainda destaca o papel dos influencers de conscientizar seus admiradores – não só sobre esse tema, mas tantos outros debates de relevância social no Brasil.

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“É responsabilidade das pessoas públicas alertar os seguidores sobre a seriedade do assunto. Alguns acabam não levando o suicídio muito a sério, mas estima-se que haja anualmente entre 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não fatais no mundo. Por isso, não podemos fechar os olhos e fingir que esse problema não existe”, ressalta.