É difícil quem nunca tenha ao menos escutado o nome de Joana d’Arc (1412-1431). Mundialmente conhecida por seu senso de justiça, a guerreira francesa está completando neste dia, 16 de maio, 100 anos como Santa reconhecida pela Igreja Católica.
Filha de camponeses, Joana nasceu na região de Lorena, França. Sua família era muito religiosa, inclusive ela, que frequentava a Igreja regularmente.
Dizendo ter sido guiada por vozes de mensageiros de Deus, d’Arc se infiltrou entre os soldados e lutou para salvar a França da invasão inglesa no que ficou conhecido como Guerra dos Cem Anos, disputa que durou de 1337 a 1453.
A batalha entre as duas grandes potências europeias ocorreu após a morte do rei francês Carlos IV. O monarca não havia deixado herdeiros. Pelo parentesco, o trono francês seria destinado à corte inglesa, dando origem ao conflito.
A historiadora Maíra Rosin declarou em entrevista à BBB News: “A figura de Joana mostra uma relação da Igreja Católica com as pessoas consideradas hereges”. Lembrando que, o indivíduo que professa uma heresia, se caracteriza por ser aquele que contraria o que foi estabelecido como dogma pela Igreja.
Acusada de feitiçaria, d’Arc foi morta pela Inquisição, acusada de feitiçaria. Como as outras ‘bruxas’ da época, teve sua vida tirada em uma fogueira aos 19 anos de idade.
Foram necessários 489 anos para que a Igreja reconhecesse a francesa como uma verdadeira Santa. Em 16 de maio de 1920, papa Bento 15 (1854-1922) lembrou da guerreira como um ser admirável. Sobre sua morte, ele recordou os fiéis: “Imediatamente os prodígios ocorreram. De fato, muitos dos presentes viram o nome de Jesus escrito dentro da chama do fogo na qual ela foi queimada”. O pontífice ainda citou que uma pomba teria sido vista voando nas chamas da fogueira, além do coração de Joana, que permaneceu ileso e cheio de sangue.
“O papel importante dela é isso: uma presença em um lugar inusitado […]. O papel histórico dela foi estar em um lugar onde as mulheres não costumam estar. Isto é um fato, independentemente do feminismo”, declarou ainda a historiadora.