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Recente abstinência forçada das redes sociais desencadeia ansiedade e desperta gatilhos em seus usuários  

A psicóloga Maria Rafart explica como essa dependência que as pessoas criaram nas redes sociais impacta diretamente na vida de cada um

Entenda os impactos da abstinência das redes para alguns usuários – Unsplash/ Adem Ay

A queda global das principais redes sociais da atualidade (Facebook, Instagram e WhatsApp) deixou muita gente desnorteada, principalmente os que dependem dessas plataformas de interação social para fins profissionais. Mesmo poucas horas fora do ar, a pane impactou diretamente a vida de milhares de pessoas, a ponto de fazê-las buscar alternativas parecidas que suprissem a ausência dos serviços que saíram do ar.

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Como é o caso do Telegram, que substitui o WhatsApp sempre que o aplicativo fica off, e do Twitter, que voltou a ser o principal local de convívio e compartilhamento de conteúdo enquanto o Instagram esteve fora do ar. A psicóloga Maria Rafart explica como essa dependência que as pessoas criaram nas redes sociais impacta diretamente na vida de cada um. 

“As redes sociais são o destino favorito dos internautas de celular: nelas você se informa, compra, compara, fofoca, e, de quebra, procrastina. Muitas coisas são deixadas de lado para estar no celular. A dependência de celulares faz com que os usuários parem mais tempo do que deveriam on-line, e tenham grandes dificuldades em controlar o tempo gasto na internet”, diz a especialista. 

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Ainda segundo Rafart, a ausência das plataformas, que muitas vezes são usadas como uma válvula de escape das atribulações da vida real, desencadeia uma série de problemas emocionais, a começar com a ansiedade.

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“A abstinência forçada de ontem gerou muita ansiedade: os comportamentos de dependência de smartphones possuem as características de qualquer vício, como sentir ansiedade quando o aparelho não está disponível, e até sentimento de pânico pela impossibilidade de acessar uma rede social. A expressão veio do inglês: “no-phone-phobia”, e chegou no Brasil como nomofobia. É a fobia, o medo de não poder usar o próprio celular. Uma outra expressão, PSU, ou uso problemático de smartphones, também é utilizada para descrever o mesmo tipo de comportamento”. explica.

A psicóloga cita ‘o mal da tecnologia’: pessoas cada vez mais dependentes de aparelhos. “Não ter o telefone por perto pode gerar altas taxas de ansiedade em grande parte dos usuários. Muitos estudos apontam para cerca de 60% de usuários dependentes. Outros vão além: um estudo realizado em 2019 por professores do Centro Universitário UniAteneu concluiu que, em Fortaleza, mais de 70% dos adolescentes entrevistados tinham problemas com a dependência de smartphones”. 

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A solução para casos como este é muito parecida com o tratamento de outras dependências: “Diminuir a exposição aos celulares até chegar a um tempo de uso desejável e razoável. Algo que pode ajudar nesta abstinência é buscar atividades presenciais, como atividades físicas, cozinhar, fazer artesanato, arrumar armários, brincar com animais e o contato olho no olho com outras pessoas. Precisamos reaprender a conversar e interagir de forma presencial com outras pessoas, e com o mundo que nos rodeia”, aconselha Rafart.