Existe alguma ligação científica entre a inteligência e o consumo de álcool? Estudos na área da psicologia e saúde pública frequentemente exploram as correlações entre inteligência e comportamentos no estilo de vida. Uma investigação dessa natureza, que acompanhou estudantes do ensino médio de 1957 ao longo de sua vida, trouxe à tona discussões sobre como a habilidade cognitiva pode influenciar os hábitos de consumo de álcool na idade adulta. Os resultados apontaram que indivíduos com maior coeficiente intelectual (QI) na adolescência apresentaram uma tendência a consumir álcool de maneira moderada ou excessiva quando adultos.
Inteligência x consumo de álcool
A associação observada entre inteligência elevada e maior consumo de bebidas alcoólicas levanta questões sobre os motivos subjacentes a esse comportamento. Dentre as hipóteses, sugere-se que pessoas mais inteligentes tenham mais oportunidades sociais e maior exposição a contextos que envolvem o consumo de álcool, além do impacto de níveis de estresse que podem estar associados a profissões que exigem alta capacidade intelectual.
Outro fator relevante identificado pelo estudo foi a relação entre renda e consumo de álcool. Indivíduos com rendimentos mais altos tendem a consumir mais bebidas alcoólicas. Essa tendência pode ser atribuída ao fato de que pessoas com maior poder aquisitivo têm mais acesso a atividades sociais onde o álcool é consumido, além de maiores recursos para comprar tais bebidas.
Nesse sentido, o estudo sugere que uma renda mais alta pode estar ligada a um estilo de vida que envolve tanto maior acesso às bebidas quanto ao ambiente onde seu consumo é normatizado, como eventos sociais ou encontros de trabalho. Isso talvez contribua para o aumento dos níveis de estresse, que muitos tentam mitigar por meio do álcool.
O que o estudo mostrou?
A pesquisa lança luz sobre a complexidade da relação entre inteligência e hábitos de consumo. Inicialmente, vale observar que essa correlação pode estar na natureza multifacetada da inteligência e como ela influencia a vida social e escolhas pessoais de um indivíduo. Pessoas com QI mais elevado podem ter mais acesso a ambientes acadêmicos e profissionais que encorajam ou toleram o consumo de álcool.
Além disso, a inteligência pode levar a níveis mais altos de curiosidade e busca por novas experiências, que incluem o consumo de álcool. Por fim, esses fatores, somados a um ambiente econômico favorável, formam condições propensas ao aumento do consumo.
O estudo em questão definiu o consumo moderado como sendo até 29 bebidas mensais para mulheres e até 59 para homens. No entanto, especialistas enfatizam que não há quantidade de álcool considerada completamente segura para a saúde. Além disso, conselhos médicos atuais sugerem moderação e conscientização sobre os riscos potenciais associados ao consumo regular de bebidas alcoólicas.
Essas definições de consumo foram usadas nos dados para avaliar padrões entre diferentes grupos demográficos e implicações na saúde. Por fim, é importante ressaltar que mesmo níveis considerados “moderados” podem trazer riscos à saúde a longo prazo.