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Portadora de câncer de mama, mulher cria grupo solidário para ajudar pacientes com o mesmo diagnóstico; conheça sua história

No mês da conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, a Bons Fluidos conversou com a contabilista Jaqueline Chagas sobre a importância de seu projeto social

Mulher com câncer de mama é exemplo de solidariedade – Pixabay / Arquivo pessoal

“No dia 04 de março de 2016, fui diagnosticada com câncer mama, aos 35 anos, por meio de um exame de rotina. Infelizmente, o cêncer era grau 3 e estava em estágio avançado. Eu só pensava ‘Deus, por quê?’. Naquele momento, foi como se abrisse um buraco no chão, tudo ficou cinzento. Só conseguia pensar na minha mãe. Como ela iria receber e aguentar a notícia?  

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Comecei meu tratamento com oito sessões de quimioterapia e, em setembro, tive neutropenia gravíssima, com uma infecção que poderia me levar ao óbito. Em março de 2017, fiz a cirurgia de retirada do nódulo. Sofri muito com o tratamento, tive todas as sequelas possíveis, além de queimaduras grau 3 nas radioterapias. Um ano após o diagnóstico, fiz hirestomia radical com abertura vertical e retirada do útero, o que me impediu de ser mãe. Também perdi meus cabelos durante o tratamento. 

O que me restou foi ser forte e lutar pela vida. Não tinha outra opção. Ao observar meus desafios nesse período, pensei em uma maneira de ajudar outras pessoas que tinham o mesmo diagnóstico. Fundei no dia 15 de janeiro de 2018 o Grupo Unidas para Sempre, que tem como objetivo dar suporte e apoio ao paciente com câncer e outras patologias. Criei um grupo nas redes sociais para que mulheres com câncer pudessem compartilhar entre elas suas dores. O número de participantes foi aumentando cada vez mais e ainda tivemos indicações de profissionais que se apresentavam como voluntários. 

Atualmente, contamos com o apoio de psicólogas, nutricionistas, advogadas, oncologistas, clínico geral, assistentes sociais, enfermeiras, dentistas, terapeuta sexual, neuropsicólogo entre outros profissionais, que atendem as pessoas que não possuem recursos para cobrir esses custos.

A pandemia aumentou os nossos desafios e de quem estava doente, pois além de enfrentar a luta contra a doença, os pacientes precisam lidar com o isolamento social, os cancelamentos ou remarcações de consultas e exames, e em alguns casos, a falta de emprego. Percebendo a nova necessidade das famílias, já que muitos parentes dos doentes perderam o emprego, começamos uma mobilização para doar cestas básicas e kits de higiene pessoal. 

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Para mim, o câncer não foi o fim. Estou tendo uma nova vida, tentando ser melhor do que já fui. Hoje eu não existo, eu vivo. Esse projeto me motiva e me impulsiona a buscar sempre mais. Meu desejo é alcançar mais pessoas, obter mais ajuda e, desta forma, atender um número maior de famílias e pacientes. Sonho que o grupo cresça pelo Rio de Janeiro e um dia alcance o Brasil.  

Sei que cada uma de nós tem um legado. O meu é de doar todo amor que posso e viver a vida intensamente, afinal só tenho o hoje. Da minha maior dor e na luta contra morte, Deus me deu a vida e o Unidas para sempre. Essa é minha missão!”.


Este depoimento foi escrito por Jaqueline Chagas, contabilista, paciente que luta contra o câncer e fundadora do Grupo Unidas para Sempre, que tem como objetivo dar suporte e apoio ao paciente com câncer e outras patologias. 

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Para colaborar com o “Unidas Para Sempre”, os números são (21) 99160-6851 e 976718109. Para encontrar o projeto basta pesquisar por ‘unidasparasempreRJ’.