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Por que homens são mais resistentes à terapia? Psicóloga elenca os motivos

A psicóloga Fabiane de Faria listou os motivos que têm feito alguns deles repensarem na possibilidade

Psicóloga comenta por que homens são mais resistências à terapia – Unsplash/ Kelly Sikkema

Quantos homens você conhece que faz terapia? Pesquisas apontam que o volume ainda é muito baixo. De acordo com dados da plataforma de atendimento online, aterapia, de março a agosto deste ano, a média do número de cadastros masculinos foi de 20%, sendo de 9,7% em março – mês com menor número de cadastros.

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Seja por motivos culturais ligados à masculinidade ou por acharem que não precisam, homens acreditam que são naturalmente fortes, resistentes e tampouco ficam doentes, portanto, não precisam de ajuda para lidar com a saúde mental.

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A depressão acomete mais de 264 milhões de pessoas no mundo e é responsável por cerca de 800 mil mortes por suicídio todos os anos. Entre os homens, os dados são ainda mais alarmantes. O Ministério da Saúde aponta que eles representam quatro vezes mais casos, chegando a 9,2 suicídios a cada 100 mil, enquanto a taxa de mortalidade entre as mulheres é de 2,4.

Ansiedade, relacionamentos, estresse, insegurança e vida profissional, esse é o top 5 das motivações que os levaram a procurar ajuda nos últimos seis meses, de acordo com a aterapia. Para Fabiane de Faria, psicóloga e idealizadora do projeto, a desinformação é um motivo recorrente para que não se procure ajuda.

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“Muitos acreditam que depressão é sinônimo de fraqueza, o que na verdade é um mito”, pontua a especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.

A seguir, ela lista cinco motivos para que você faça terapia. Confira:

1 – Melhora da inteligência emocional e do autoconhecimento

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É muito por conta desse autoconhecimento, da gente estar atento e em alerta, que conseguimos ter inteligência emocional para agir diante de determinadas situações, reconhecer aquele campo. Ter uma atitude mais certeira e não automática, para não recair no relacionamento com o outro. O autoconhecimento faz esse mapeamento das nossas reações, fazendo com que a gente lide melhor com elas.

2 – Ressignificação de crenças

Todos os acontecimentos que vivemos, os aprendizados, a família em que a gente nasce, faz com que a gente vá formando crenças e essas acabam influenciando muito nas nossas ações. Se a gente tem alguma crença disfuncional, precisamos trabalhar para reorganizá-las até que se tornem funcionais. 

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3 – Ajuda a lidar com seus relacionamentos pessoais e profissionais

É muito do manejo emocional. Aprendemos que toda emoção tem um significado, não existe boa e emoção ruim, todas são necessárias. Mas é preciso saber como lidar com elas, fazer com que elas funcionem de maneira adequada. A gente acaba não extrapolando.

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4 – Facilidade para organizar pensamentos, elencando prioridades de vida

É a partir desse momento que conseguimos ter mais consciência para não agir de maneira emocional, mas sim organizada e racional. É possível elencar o que é mais importante na nossa vida, assim tudo passa a funcionar melhor, porque não é regido pela emoção.

5 – Compreensão dos sentimentos e da forma de lidar com eles

É muito baseada também no manejo emocional, nessa capacidade de regular as nossas emoções, de conhecer, de conseguir sentir tudo o que vem, mas não extrapolar. Por exemplo, se você tem uma perda, é preciso sentir a tristeza, você tem que passar pelo luto, mas não deixar essa tristeza te paralisar.

 

 

. Fabiane Curvo de Faria: Psicóloga, formada pela PUC-Rio, com especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, e experiência na área de Terapia Dialética Comportamental. É credenciada ao Employee Assistance Program, com atendimentos a mais de 200 empresas. Co-fundadora da plataforma digital Sala de Ideias, na qual disponibiliza textos informativos sobre saúde emocional. Além disso, é idealizadora da plataforma on-line aterapia.