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”O ciúme fala de quem eu sou”, diz psicóloga ao definir este sentimento de posse e insegurança

A profissional Daniela Generoso conversou com a Bons Fluidos sobre o assunto e apontou soluções para fugir das crises de ciúmes

Psicologa tiras dúvidas de como enfrentar o ciúme e a insegurança nas relações pessoais – Imagem de Thomas Wolter por Pixabay

É difícil encontrar quem nunca tenha sentido ciúmes em uma relação amorosa, de amizade ou familiar, por exemplo, não é mesmo? O contrário também é válido. É raro nos depararmos com pessoas que nunca tenham sofrido com o sentimento de posso e amargura por parte de outro indivíduo.

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Pensando nisso, a psicóloga Daniela Generoso, pós-graduada em Neuropsicologia e Psicologia Existencial Humanista, conversou com a Bons Fluidos sobre o que é o ciúme, como lidar com esse tipo de sentimento e afastar esta possessividade.

– Como definir o ciúme? É um sinal de insegurança?

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“Ciúmes é um sentimento gerado a partir do medo que tenho por acreditar que alguém ou algo seja meu. Isso é fruto de uma crença errada o próprio indivíduo, baseado na insegurança. Embora tenham pessoas que acreditem que ciúmes é cuidado, sentir ciúmes não é prova de amor, não é assertivo. O outro não nos pertence e isso dá a ele o direito de escolha, se quer ficar ao meu lado ou não. O ciúme fala de quem eu sou, não do que o outro é, fala dos meus medos e inseguranças. Todo sentimento que pode me levar a matar para defender aquilo que acredito ser meu não é saudável”.

– O que pode ser considerado ciúme excessivo? Existe diferença entre ciúme “comum” e ciúme excessivo?

“Não existe diferença entre ciúme excessivo para ciúme moderado. Ciúme é ciúme. Nós que muitas vezes acabamos romantizando dizendo que o meu ciúme é ciúme de cuidado, zelo. Já o ciúme mais agressivo que chega ao ponto de matar, de fazer mal, de bater, aí as pessoas consideram como um sentimento errado. Mas, na verdade, ciúme é ciúme porque interfere na qualidade de vida daquele casal, amigos ou familiares”.

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– Quando o ciúme se torna doentio? Pode levar a depressão?

“O ciúme é sempre doentio, porque ele significa que eu acredito que o outro é meu. Nesses casos, existe um sentimento de posse. Só posso sentir ciúmes de algo que pertence a mim. O ciúme pode, sim, levar a depressão, ansiedade, suicídio, dentre outros problemas emocionais”.

– Muitas pessoas associam os ciúmes como uma prova de amor. Você concorda com isso?

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“Ciúme não é prova de amor, se eu amo respeito e deixo ir. Ciúme é descontrole emocional e insegurança”.

– As redes sociais podem acabar alimentando o ciúme do parceiro?

“Qualquer coisa pode alimentar o ciúme de alguém que já estava doente. Mas é claro que nas redes sociais podem acontecer situações que acabam alimentando esse sentimento. Por exemplo, se eu vejo um comentário falando que a pessoa com quem eu me relaciono é bonita, logo me sinto insegura e penso que se essa pessoa levar uma ‘cantada’, eu posso perdê-la, como se o outro não tivesse suas escolhas e coubesse a mim escolher por ela, porque, teoricamente, ela seria incapaz de levar a ‘cantada’ e simplesmente dizer não”.

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– Como se livrar desse comportamento? Qual a importância de buscar um psicólogo?

“Reconhecendo a minha identidade, minhas limitações, medos e inseguranças com ajuda profissional de um psicólogo. Para adquirir autoconhecimento, quando eu sei quem sou e todas as minhas complexidades passo a fazer escolhas mais assertivas. Muitos traumas infantis geram insegurança que carregamos para vida adulta. A psicologia é uma ciência que ajuda a modificar comportamentos disfuncionais e a entender emoções adoecidas”.


Daniela Generoso  – CRP 05/52024 – Psicóloga Clínica, Pós-graduada em Neuropsicologia, Pós-graduanda em Psicologia Existencial Humanista, Mestranda na Universidade Européa Del Atlântico (Espanha), Formada pela UNESCO/UFRJ Interpretação de Desenho Infantil, Professora do Instituto Bete Shineidr e Presidente da Ong “É Possível Sonhar”, que atende crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica.