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Engenheiro brasileiro permanece em isolamento durante duas semanas para simular missão espacial; entenda – Foto de Callum Hilton no Pexels

Já imaginou como deve ser viver temporariamente na Lua ou até mesmo em outro planeta? Quais seriam os desafios que teríamos que enfrentar?

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Essas foram algumas das perguntas respondidas pelo engenheiro aeroespacial Lucas Brasileiro, que aceitou participar da missão EuroMoonMars 3, uma simulação extraterrestre projetada pela Agência Espacial Europeia, a ESA, e que foi colocada em prática em janeiro de deste ano.

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Lucas, formado pela Universidade de Brasília e doutorando na França, enfrentou esse desafio único ao lado de mais cinco pessoas também selecionadas para viver durante duas semanas em uma região explorada pela Nasa e ESA no Havaí, arquipélago vulcânico isolado no Pacífico Central pertencente aos Estados Unidos.

A intenção da EuroMoonMars 3 seria simular um habitat espacial, como o da Lua ou de Marte, em uma área adversa do planeta Terra. Os missionários passaram juntos os 14 dias em uma espécie de domo, local este que imita um alojamento que poderia ser usando em futuras missões espaciais.

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Para o portal Tilt, do UOL, o brasileiro contou que, dentre os desafios enfrentados, o banho de apenas 8 minutos semanais era um deles. Será que você conseguiria sobreviver com essa pouca quantidade de água em um local inóspito? Lucas, então, dividiu com a mídia a ideia que teve: “Eu vim com a solução do balde de água. Então, eu colocava um minuto de água no balde e tomava meu banho tranquilamente. E este protocolo foi inserido para outras missões. Foi uma solução que encontrei e pude me higienizar com o balde de água, que é o que a gente faz no Brasil quando há algum problema de encanamento e a água não vem”.

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Outro problema que Lucas destacou foi a rotina desgastante dentro da redoma: “A minha função era de engenheiro-chefe e, nesse caso, eu tinha que tomar conta do sistema o tempo inteiro. De hora em hora, checar níveis de bateria e de água, tudo isso era uma coisa diária e então essa nova rotina foi um desafio. Também os testes psicológicos no fim do dia, quando estávamos cansados. Um deles era relacionado a missões marcianas”.

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“Os engenheiros aeroespaciais focados em propulsão, eletrônica, no controle de voo, em estruturas e materiais estarão sempre tentando achar meios seguros, com soluções para dificuldades que poderão vir. A ideia dessas missões é não perder ninguém”, disse sobre seu trabalho.

Por fim, ao deixar a EuroMoonMars 3, Brasileiro falou sobre a sensação de voltar ao “mundo normal”. “Quando a gente saiu, a gente começou a ver as coisas mais verdes, ver gente, comer comida que considera natural, comida de verdade. Então, apesar de duas semanas de isolamento total, é um pouco chocante essa saída”, finalizou.

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