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Em época de coronavírus, a automedicação pode gerar sérios prejuízos, principalmente em idosos; Entenda!

Geriatra alerta para riscos da cultura de procurar medidas intuitivas para combater doenças

Os perigos da automedicação nos idosos – Pixabay

Os olhos de todo o mundo estão voltados os idosos, porque eles estão no centro da questão do novo coronavírus, em um grupo de risco que tem taxa de letalidade de 15%.

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A orientação, então, é evitar que qualquer um com possibilidade de transmitir o Covid-19 se aproxime das pessoas de idade.

Mas, em casa, de quarentena, eles estão seguros? Talvez, desde que, nesse cenário, isolados, eles não adotem medidas caseiras para se proteger da doença.

Pois é! Esse é o alerta o geriatra Vinícius Lisboa, Diretor Clínico do Hospital de Transição Paulo de Tarso, instituição mineira que oferece linhas de cuidados em Reabilitação, Cuidados Crônicos e Paliativos. Segundo o especialista, é cultural das pessoas de mais idade a automedicação, mas ela pode ser um risco em um momento como este. Por isso, o médico levantou informações importantes sobre a doença e a faixa etária que ela mais assusta. 

POR QUE OS IDOSOS?

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Estamos falando de uma síndrome gripal, que é bem diferente de um resfriado simples. Ou seja, são sintomas respiratórios associados à febre e repercussões sistêmicas, que podem evoluir a um processo mais grave do ponto de vista infeccioso, como uma sepse, conhecida popularmente como infecção generalizada. Pela idade, o idoso já tem, automaticamente, uma lentidão maior da resposta imunológica. Além disso, é normal que ele já tenha algumas comorbidades crônicas, como diabetes, hipertensão, doença cardíaca… Elas aumentam o risco de complicações.

Por isso, é importante alertar que não basta focar apenas na síndrome. É importante cuidar das doenças de base para que o idoso não esteja tão suscetível ao agravamento do quadro, em caso de contágio

O PERIGO DA AUTOMEDICAÇÃO

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Os idosos têm o hábito de se automedicar ou usar medidas caseiras. Eles seguem uma linha mais intuitiva. Isso é cultural já que antes havia um acesso mais irrestrito a medicações, como antibióticos.

Podemos dizer que medidas caseiras, como o consumo de chás ou a hidratação, por exemplo, não têm tanta repercussão no quadro clínico da doença. Não vão piorar a condição em que as pessoas se encontram. O receio é com medicamentos, que podem não ser os indicados. Isso, não só pela interferência nos sintomas, mas também pelos efeitos colaterais e prejuízos para o organismo como um todo ou na resposta imunológica que eles podem provocar.

Muitos analgésicos, por exemplo, ou antigripais têm na sua composição substâncias antialérgicas, que podem ter ação no neurotransmissor mais significativo para a nossa atividade corporal, a acetilcolina, o que pode trazer dificuldade de concentração, de triangulação e pode até comprometer como um todo o funcionamento do organismo, trazendo outras repercussões não só relacionadas à síndrome gripal.

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E aí caímos naquele ponto de fragilizar a saúde de alguém que já tem uma lentidão maior na resposta imunológica. 

ASSISTÊNCIA MÉDICA

Os idosos têm as mesmas orientações que os demais grupos. Não é o fato de desenvolver o mínimo sintoma respiratório que deve levar a pessoa a procurar um pronto-atendimento, em caráter de urgência. Apenas se ela tiver contato diário com alguém que tenha apresentado sintomas respiratórios específicos e, a partir daí, venha a desenvolver sintomas respiratórios, acompanhados de febre. É nessa condição que ela deve procurar ajuda. No caso de fatores mínimos, discretos fatores nasais, sintomas alérgicos, entre outros, é melhor não expor o idoso a um ambiente onde ele estará suscetível, inclusive, a outras doenças. 

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COMO PREVENIR?

É difícil sair do lugar comum neste caso: o recomendado é lavar as mãos mesmo, com frequência e qualidade. Além disso, deve-se evitar contato com pessoas com maior potencial de transmitir a doença.


O Dr. Vinícius Lisboa é geriatra. E, há seis anos, atua também como Diretor
 Clínico do Hospital de Transição Paulo de Tarso, uma instituição de referência, que oferece linhas de cuidados em Reabilitação, Cuidados Crônicos e Paliativos. Formado pela Santa Casa, o médico fez especialização no Hospital das Clínicas da UFMG. Atualmente, dá aula de geriatria na Faculdade Ciências Médicas.