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Dificuldades no primeiro ano de casados? Psicóloga Alessandra Augusto dá dicas e explica como enfrentá-las – Freepik / Prostooleh

O primeiro ano de casados é uma nova etapa na vida do casal. Duas pessoas que passam a dividir não apenas o espaço físico, mas também as emoções cotidianas, as contas, conquistas e a frustrações, coisas que não saem exatamente como esperavam.

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Sim, as dificuldades do primeiro ano de casados são fatos para muitos. A psicóloga Alessandra Augusto conversou com a Bons Fluidos e explicou um pouco mais sobre a “crise” enfrentada pelo casal nesse novo período para o casal e ainda deu dicas para enfrentar essa situação da maneira mais saudável possível.

Por que o primeiro ano de casados é tão difícil?

“Não é para todos os casados que o primeiro ano se torna difícil, mas há alguns casais que enfrentam problemas. Na maioria das vezes, isso ocorre porque uma das partes entende que a conquista já foi feita, e deixa de regar esse relacionamento, entendendo que já não se faz necessário os bons-dias floridos, os elogios, as músicas, que deixarão de aparecer. Surgirão assim os problemas do dia a dia, que antes não eram divididos e vividos. Isso traz um estranhamento para o primeiro ano de casamento”.

Existe muita expectativa? Um espera muito do outro?

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“A expectativa cresce, porque nós nos apresentamos essa forma de felicidade. É cultural entendermos que após o casamento nós iremos viver felizes para sempre. Essa felicidade é acoplada ao casamento. Nós apresentamos isso aos filhos com os contos de fada e histórias românticas. E mesmo sabendo que não irá ser como nas histórias, cria-se essa fantasia, entendendo que é função do outro lhe fazer feliz. Isso não é uma forma legal de começar um casamento nem uma união. O interessante é que eu esteja feliz, que o outro esteja feliz, que estejamos bem, saudáveis mentalmente, aí nós iremos nos unir e juntos iremos construir uma vida em equilíbrio”.

Muitas pessoas acreditam que as diferenças serão amenizadas depois do casamento. Isso realmente acontece?

“Não, com o casamento essas diferenças não vão amenizar. Se existem diferenças, é melhor que sejam conversadas durante o namoro, durante o noivado, para que o casal organize os pensamentos e tome a decisão adequada. É preciso refletir se é essa pessoa que eu quero que esteja ao meu lado. Eu não curo ninguém, eu não mudo ninguém, por isso as diferenças devem ser conversadas antes do casamento, pois dividir o mesmo teto, compartilhar o dia a dia, irá fazer com que essas diferenças fiquem mais acentuadas, e isso pode causar uma surpresa desagradável”.

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É comum casais pensarem em se separar por causa das diferenças do primeiro ano?

“Sim, é comum. Um dos fatores que levam a separação no primeiro ano de casamento são as diferenças, que ficam mais acentuadas com a divisão do espaço e a rotina do dia a dia. Encontramos indivíduos que não conseguem lidar com essas diferenças, não conseguem lidar com o temperamento, comportamento e hábitos do cônjuge, que antes não eram vistos, porque moravam em casas separadas. Na união, essas diferenças ficam mais acentuadas”.

Dê dicas ou sugestões para ajudar a diminuir os conflitos e o casal viver de forma feliz.

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DICA NÚMERO 1: “Eu acho que a primeira dica é o diálogo. É preciso conhecer o parceiro, o cônjuge, é preciso estabelecer objetivos que possam incluir o meu parceiro, e é preciso que meu parceiro tenha objetivos aonde eu esteja incluída. Que a gente possa conversar sobre esses planos. Conhecer o comportamento do outro. Isso eu desenvolvo no período de namoro. Essa é uma dica para que decida casar. Será que esse é realmente o parceiro ou parceira que eu desejo passar o resto da minha vida? Pense nisso”.

DICA NÚMERO 2: “A segunda dica é ter respeito. Eu preciso respeitar o outro. Como eu disse, eu não mudo o outro e o outro não me muda, mas no momento em que eu respeito a forma de ser e a forma de pensar do outro, eu também vou ser respeitada. E a tendência de chegarmos a uma solução, mediante alguma demanda estressante ou algum conflito, é muito maior do que quando não existe respeito entre as partes. Isso também pode estar corroendo o relacionamento, isso vai fazer com que eu tenha um desfavorecimento da minha fala, do meu discurso, quando meu esposo ou esposa não me respeita”.

DICA NÚMERO 3: “A outra dica é flexibilizar. Eu preciso também entender o quanto eu estou disposto a flexibilizar em nome desse meu parceiro. Ora, se marcamos um jantar aonde os dois querem estar juntos, querem sair, socializar, mas um não come carne, um não come peixe, e o outro não bebe, então eu vou em comum acordo organizar e flexibilizar. Por exemplo, hoje eu estou com muita vontade de comer carne, mas o meu parceiro quer comer peixe, será que eu posso flexibilizar hoje para o meu parceiro comer o peixe dele? E no jantar eu escolho uma outra coisa. Em um relacionamento onde impera a minha vontade e eu não dou espaço para o outro, fica difícil de ter um prosseguir. Eu preciso ser flexível”.

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Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você.