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Psicóloga dá dicas de como não deixar a paixão esfriar durante o isolamento – Pixabay

Há coisas na vida que nós não planejamos. Se apaixonar é uma delas, principalmente no momento em que estamos vivendo: isolamento social devido à pandemia no novo coronavírus. Que pesadelo, não?

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Vimos que o número de divórcios durante a quarentena aumentou significativamente. Mas e para aquelas pessoas que acabaram que ingressar num relacionamento? Existe salvação? Como conciliar a distância e a nova paixão?

A psicóloga Marina Prado Franco conversou com a Bons Fluidos e respondeu algumas questões sobre como manter a chama do novo relacionamento acesa durante a quarentena. Confira! 

1. Esse período de isolamento pode ser mais complicado para quem começou a namorar há pouco tempo?

Na realidade, esse período de isolamento pode vir a ser mais complicado tanto para quem começou a namorar há pouco tempo, quanto para casais que estão debaixo do mesmo teto 24 horas por dia, casais que estão há mais tempo juntos.

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Por ser algo novo, sem precedentes, muitas pessoas podem não saber como agir. Para quem começou a namorar recentemente, há menos de seis meses, por exemplo, como este é aquele período de paixão aflorada e de necessidade de contato físico mais intenso, isso pode sim dificultar a relação, justamente porque existem casos de namorados que optam por ficar juntos, mas ainda não se conhecem muito bem. Então isso pode vir a gerar algum tipo de atrito. Mas existem os casos de casais que preferem se manter distantes, por conta de riscos às outras pessoas. E aí, nascem receios do tipo: ‘Como vai ser?’, ‘Ainda não conheço muito bem meu parceiro. Será que ele vai suportar ficar tanto tempo afastado de mim?’. Os medos de esfriar a relação vão se tornar mais comuns para esses casal que estavam se formando. Por falta de estabilidade, o receio se torna maior.

2. Como não deixar essa paixão esfriar com o distanciamento?

Para que essa paixão não esfrie com o distanciamento, um recurso essencial para esses casais será a internet, principalmente as chamadas de vídeo. E que eles consigam manter, por exemplo, atividades que eles fariam se não existisse essa necessidade de isolamento, como assistir filmes juntos, jantares juntos, em que eles possam ter uma conversa ao vivo, da mesma maneira que eles teriam. E até usar a criatividade para momentos de intimidade via internet, como declarações, mensagens inesperadas, que irão surpreender seu parceiro. A retomada de hábitos antigos e românticos, como mandar um presente através de uma entrega, mandar cartas, podem ser saídas para reacender a paixão.

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3. Assistir às mesmas séries ou filme mesmo que a distância ajuda a se manter próximos nesse momento?

Justamente. Assistir aos mesmos filmes, às mesmas séries, e debatê-los. Talvez cozinhar juntos, ao mesmo tempo, enquanto vão fazendo e conversando, como se realmente estivessem juntos presencialmente. Mas, talvez, esse isolamento e essa pandemia venha para reformular um pouco a ideia de relacionamentos na atualidade, desmistificando o que chamamos de relacionamentos fluidos, ou seja, muito intensos no início, mas que logo se acabavam, muitas vezes, por faltar um pouco desse apego emocional, mais profundo. Talvez esse isolamento traga a possibilidade de reviver algumas características que estavam sendo esquecidas. O ‘encontro de almas’ seja agora mais possível, porque as pessoas estão tendo como trabalhar mais o contato íntimo, mas não necessariamente físico. Talvez esses encontros se tornem mais profundos e duradouros.

4. Como evitar sentir ansiedade e insegurança por não estar junto nesse momento?

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O importante é manter o diálogo. Um diálogo aberto, um diálogo sobre continuar falando sobre possíveis planos, para que se mantenha acesa a chama tanto da paixão, como do próprio relacionamento, para que se entenda que eles estão pensando igual, que têm planos semelhantes e se têm vontade me manter aquele relacionamento. Se por alguma razão algum dos dois sentir que não está suportando a distância e tem receios sobre isso, é importante colocar esse ponto para o outro, da maneira mais sincera possível.

Eu acho que esse isolamento fará com que casais que estavam mais afastados e não tinham muito tempo por conta de trabalho, se reaproximarem. Ou seja, será um momento de necessidade de se olhar para os problemas e enfrentá-los.


Marina Prado Franco, psicóloga formada pela Universidade Federal de Sergipe; Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CTC VEDA em São Paulo; Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP; realiza atendimento presencial e online. Tem experiência no atendimento com adolescentes e adultos.

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