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Birras não são ataques contra os pais e retratam a imaturidade do cérebro das crianças, defende especialista

Para a especialista em controle emocional, as birras refletem a dificuldade e imaturidade das crianças de lidar com as frustrações

Especialista em educação emocional ensina pais a interpretarem as “birras” dos filhos – Pixabay

Muitas crianças têm suas atitudes mal interpretadas quando se jogam no chão ou se frustram diante do “não”. Os pais, ao não compreenderem porque esse comportamento acontece, acabam se irritando e perdendo a paciência com seus filhos.

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Mas será que os pais compreendem o que realmente significam as “birras”?

Para especialista em educação emocional e autora do livro “Pais Que Evoluem – Um novo olhar para a infância”, Telma Abrahão, as birras das crianças têm uma explicação: “Coloco “birras” entre aspas porque quando compreendemos os motivos dessas atitudes, sentimos vontade de mudar esse termo para algo menos julgador ou que demonstre o que elas realmente representam durante a infância. Ao contrário do que muita gente pensa, as crianças não agem assim para provocar seus pais, mas, sim, porque possuem um cérebro imaturo e ainda não aprenderam a lidar com suas emoções e frustrações”.

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Segundo ela, as “birras” não são ataques contra os pais, mas um pedido desesperado de ajuda por diferentes motivos, menos por manipulação. Crianças pequenas possuem dificuldade em expressar o que sentem. Elas não estão te testando ou sendo malcriadas de propósito. É por pura imaturidade neurológica e uma real incapacidade de administrar o que sentem. 

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Por volta dos dois anos, a criança faz descobertas incríveis e ganha uma enorme capacidade de interação, mas as áreas de autorregulação do seu cérebro ainda não se desenvolveram e por isso tanta dificuldade para lidar com as próprias emoções. A criança, nesse estágio, começa a perceber que não é uma extensão dos pais, mas, sim, que possui vontades próprias e a esses novos quereres, muitas vezes reprimidos pelos pais, soma-se uma frustração intensa, acompanhada de muitos choros e gritos. 

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Esse entendimento nos ajuda a ter mais empatia diante das “birras”, em vez de achar que a criança está desafiando a autoridade dos pais. Não adianta achar que ela está sendo malcriada e apenas pedir para que se acalme porque seu cérebro ainda é incapaz de seguir esse comando. Cabe ao adulto ajudá-la a colocar seus sentimentos em palavras e, a partir daí, começar a gerenciar dia após dia as pequenas frustrações que vão surgindo no caminho. 

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O cérebro dos seres humanos só termina de se desenvolver por volta dos 25 anos, então imagine como é difícil para uma criança pequena reagir às inúmeras frustrações que enfrenta durante a infância.

Elas vão aprender a usar a razão com o tempo e também vendo o modelo dos seus pais. Se você explode quando se irrita, provavelmente seus filhos aprenderão a fazer o mesmo. Até um adulto muitas vezes não sabe lidar com o que sente, imagine uma criança, que não tem maturidade cerebral nem emocional. Isso é um processo de aprendizagem, e todos os pais deveriam ter ciência dele para lidar melhor com essa fase tão desafiadora da infância.
 

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