A pandemia ainda não acabou, isso é fato. Mas os encontros familiares, felizmente, estão começando a acontecer. Com a indicação mais do que necessária da reclusão em casa durante o período de isolamento, apenas com familiares de convívio direto, geralmente, como casais ou pais e filhos, os avós tiveram que esperar alguns bons meses para reencontrar seus netos com segurança. E os aconchegantes abraços vindos de uma avó e um avô, não têm igual!
O distanciamento foi árduo, não há como negar. E não só a distância, como a preocupação para com os mais velhos que, desde o início da pandemia, eram nossa maior preocupação — por entrarem no temido grupo de risco. Mas a ciência venceu e as vacinas chegaram em uma, duas, três doses! Com maioria imunizada, os abraços se tornaram possíveis e os encontros saudosos foram regados de muita emoção.
Não foi fácil, mas os reencontros finalmente chegaram
Lene Maria Pinezi, 77, moradora de São Caetano do Sul, ficou viúva há nove anos. Sozinha, ela contava os dias para reencontrar os três netos, com quem tinha contato semanalmente. “Eu via meus filhos e netos praticamente todos os dias. Os almoços em família que oferecia, por mais rápidos que fossem, traziam movimento para o meu dia a dia. Era muito gostoso. A pandemia foi um choque. Meu marido lutou contra o Mal de Parkinson durante 25 anos. Depois que ele faleceu, foi uma luta contra a depressão, mas minha família esteve sempre ao meu lado me ajudando e fazendo companhia”.
Dar voltas rápidas no quarteirão, maratonar novelas e ligar para os mais chegados foram algumas das atividades que permitiram que Lene preenchesse seus dias de isolamento. Em conversa, ela admite: “Não foi fácil. Era muito triste”.
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Imunizada, ela falou sobre o reencontro com a família e netos: “Aconteceu aos poucos. Um convite para jantar na casa do filho aqui, outro almoço na minha casa ali. Sempre de máscara. Mas passamos a nos ver, isso foi muito importante. Aos poucos, fomos nos sentindo confortáveis para nos abraçar, beijar. Isso fez toda a diferença. Agora vejo como estou bem mais feliz, animada de novo”.
Vittória Burattini, 21, relatou sobre a proximidade com os avós, que moram no apartamento de cima em um prédio na Pompeia, bairro de São Paulo. Com os pais médicos atendendo em hospitais públicos e privados, na linha de frente no combate contra a covid-19, a neta ficou um ano e meio sem encontrá-los.
“O mais difícil, talvez, tenham sido as festas. No Natal, Ano Novo, aniversários, a gente não se reuniu. E meus avós estão velhinhos, eles têm 85 e 86 anos. Mas agora com a terceira dose da vacina e eu também imunizada com duas doses, eu os vejo com mais frequência”, disse Vittória.
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Espontaneamente, a jovem contou que, durante o isolamento, ela chegou a mudar a cor dos cabelos do castanho para o loiro. “Quando encontrei com minha vó pela primeira vez, ela chegou a nem me reconhecer, o que foi um choque para mim”. Mas não foi apenas Vittória que mudou. “Quando eu a vi depois de meses, ela estava com os cabelos bem branquinhos e de andador”, disse. A avó sofreu um acidente durante a pandemia e fraturou a bacia. “Mas ela ficou muito feliz ao me ver! Nos abraçamos, sentamos para contar histórias, relembrar o passado, e celebrar que conseguimos passar por todo aquele momento conturbado. Foi, no mínimo, emocionante.”, finalizou.
Vídeo emocionante
Em suas redes sociais, o apresentador Luciano Huck compartilhou um vídeo emocionante em que avó e neta se reencontram num aeroporto. Ambas de máscaras, as familiares correm para o abraço apertado que acabou no chão, sem se importar com olhares alheios que, sinceramente, devem ter assistido à cena emocionados, assim como os internautas. O momento era só delas.
“Quantos avós ficaram meses e meses esperando por esse abraço durante a pandemia? Finalmente, os abraços estão voltando!”, escreveu Luciano na legenda da publicação.
Abaixo, assista ao vídeo do reencontro: