Como manter a sua mente afiada: Dicas estratégias para melhorar a memória e manter o cérebro mais saudável

Neste mundo cheio de estímulos, está cada vez mais difícil prestar atenção e memorizar as coisas e a medida em que envelhecemos, é comum nos preocuparmos com o declínio da memória e com a agilidade mental

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Veja dicas para deixar sua memória afiada – Canva Equipes/Khosro

Quem nunca se viu esquecendo palavras ou chegando em um cômodo e perguntando: “O que eu vim fazer aqui mesmo?”.

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Neste mundo cheio de estímulos, está cada vez mais difícil prestar atenção e memorizar as coisas e a medida em que envelhecemos, é comum nos preocuparmos com o declínio da memória e com a agilidade mental.

No entanto, essa queixa está surgindo cada vez mais cedo, conforme observo em minha prática clínica como médica psiquiatra. Alguns culpam a idade, outros até o COVID-19, mas a verdade é que muitas causas podem ocasionar perda de memória.

Alguns deles são bem comuns, já outros, merecem mais atenção.

Não há como fugir do envelhecimento natural. O nosso corpo é uma maquininha e com o tempo, é normal que essa máquina fique mais lenta e comece a apresentar ‘defeitos’. Podemos observar uma redução na velocidade de processamento e dificuldade em lembrar nomes e eventos recentes. Isso acontece devido a diminuição do cérebro de formar novas conexões também é comum acontecer a redução de algumas áreas cerebrais específicas, como o hipocampo – uma importante região responsável pela nossa memória.

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Por outro lado, há inúmeras as doenças que podem contribuir para a perda de memória, bem como alterações nutricionais, doenças endócrinas, doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, que envolvem a deposição de placas tóxicas para os neurônios, danificando estruturas importantes do cérebro, ou até mesmo lesões cerebrais, como traumas, acidentes vasculares cerebrais e infecções podem causar perda de memória abrupta e localizada. Além disso, os transtornos psiquiátricos como a depressão, ansiedade crônica e TDAH podem afetar a memória de curto prazo e a capacidade de concentração.

Segundo a especialista que consultei para esse texto, Dra. Sheila Martani médica geriatra, o que ajuda a manter a memória afiada dos idosos são atividades físicas regulares incluindo a dança como uma atividade poderosa. “Na minha experiência vejo também que os idosos que tem interação social com outras pessoas da mesma idade ou mesmo boa relação familiar também apresentam melhora na memória. Precisamos estar atentos nos diagnósticos que podem influenciar a memória desse grupo especialmente alteração na tireoide, baixa dosagem de vitamina b12, depressão ou infecções agudas como pneumonia, infecção do trato urinário e outras”, diz.

Mas, há salvação. Algumas estratégias podem ajudar a manter a memória afiada já que, embora a perda de memória possa ter várias causas, existem estratégias respaldadas pela neurociência e psiquiatria que podem ajudar a manter o cérebro ativo.

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Evite fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo: A gente acha que está abafando fazendo várias coisas ao mesmo tempo, não é mesmo? Mas, o que acontece é que o nosso cérebro não consegue focar em várias coisas ao mesmo tempo e quando ele fica sobrecarregado, acaba focando e desfocando várias vezes. Por isso que, ao contrário de quem acha que está ganhando tempo quando faz isso, o que acontece como os multitarefas é que acabam deixando as coisas ainda mais atrapalhadas e demoradas. E tudo isso ocasiona em dificuldade de concentração e como consequência não conseguimos fixar a informação para depois lembrá-la. Portanto, para proteger a sua memória, faça sempre apenas uma coisa de cada vez.

Cuidados gerais com a saúde: Não tem jeito, a nossa saúde cerebral depende da nossa saúde corpórea e, por isso, precisamos cuidar do sistema cardiovascular, prevenindo hipertensão diabetes e colesterol alto, pois tudo isso pode ocasionar em comprometimento da circulação sanguínea e o sangue tem diversos nutrientes que também nutrem as células da nossa mente. Assim, se há alteração na circulação, há também comprometimento na função cognitiva.  Por isso que exercício físico, dieta nutritiva, evitar álcool e tabaco são medidas que ajudam bastante.

Controle o estresse: É muito importante o manejo do estresse quando não estamos bem, quando estamos estressados, tristes ou quando não temos tempos para descansar. Quando a mente fica sobrecarregada e não consiga focar, é hora de descansar, buscar momentos de lazer, observar a balança e equilibrar o estilo de vida.

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Desafie o seu cérebro: Faça contato com novas pessoas, novos olhares, novos ambientes e coloque o cérebro à prova das mais diversas formas. Isso ajuda a criar novas sinapses, ou seja, novas conexões cerebrais. Entenda que quando fazemos algo novo, estamos estimulando área cerebrais que ainda não foram usadas, ou que nao utilizamos constantemente. Isso ajuda a reduzir o risco de declínio cognitivo. Desafie-se sempre aprendendo novas coisas como um novo idioma, uma arte, uma viagem diferente ou até conhecendo pessoas novas.

Cuide-se de dentro para fora: A nutrição é a matéria-prima para a produção de diversos neurotransmissores cerebrais e através de uma dieta nutritiva que conseguimos energia para as diversas reações biológicas do nosso corpo e do nosso cérebro. Existem alguns nutrientes que ajudam na circulação cerebral bem como ajudam no eixo cérebro intestino. Por isso, é interessante o consumo de peixes ricos em ômega 3, frutas, verduras e carnes e até, em alguns casos, é importante ainda a suplementação de ômega 3, por exemplo. Mas, isso deve ser avaliado caso a caso com o médico especialista ou nutricionista.

Garanta boas noites de sono: É na hora de dormir que há a nossa consolidação da memória, além da secreção de diversos hormônios importantes para o nosso corpo. Quando dormimos mal ou fora de hora, os hormônios do nosso ciclo circadiano ficam bagunçados e podem alterar o nosso estado de alerta, a nossa concentração e posteriormente, a nossa memória. Hoje sabemos que dormir mal pode inclusive aumentar o risco para demências além de aumentar a chances de ansiedade e depressão – que são doenças que afetam diretamente a nossa cognição. Fique atento ainda à apneia do sono, já que é uma doença muito comum e pouco investigada.

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Medite: Praticar meditação ou mindfulness por 10 a 20 minutos diariamente pode ajudar a treinar a mente para focar no presente, reduzir o estresse e melhorar o sono. Essas práticas contribuem para uma mente mais relaxada e eficiente na memorização.

Leia e escreva: Em um mundo tão tecnológico, saiba que ler e escrever são atos que utilizam de diversas áreas cerebrais e ajudam para que haja um enorme engajamento mental, já que é preciso estar atento para decodificar compreender integrar o que está sendo dito e sedimentar as informações. Ao ler, há uma ativação de múltiplas áreas do cérebro como áreas da linguagem, áreas do processamento cognitivo e área de codificação. No mais, ainda ajuda a aprimorar a atenção sustentada.

Aproveite das técnicas mnemônicas: As técnicas mnemônicas facilitam a codificação das informações, tornando-as mais fáceis de recuperar. Crie associações visuais ou verbais, use acrônimos e rimas para lembrar fatos ou listas.

Jogue mais:  Jogos como quebra-cabeças, xadrez e Sudoku e até mesmo alguns jogos eletrônicos, ajudam na resolução de problemas e na memória temporária, mantendo o cérebro ativo e engajado.

Fique de olho em você e mantenha um estilo de vida saudável!

Se observe e caso não esteja bem, busque ajuda médica.