Eu duvido!
A gente só pensa nisso quando começa a “apertar” os olhinhos para ver se consegue ler melhor, ou quando como dizia minha vó: “A vista está cansada!”
A visão é um dos sentidos mais importantes e complexos do nosso corpo e é responsável por 85% das informações processadas pelo cérebro, que nos permite identificar cores, formatos, profundidade e luminosidade e ainda realizar atividades cotidianas, como ler, dirigir e reconhecer rostos. Ela tem influência até nosso sono, avisando nosso cérebro quando é hora de acordar ou de dormir.
Mas, infelizmente nossos olhos envelhecem! Assim como nosso corpo, as estruturas oculares vão se desgastando com o tempo. Geralmente, depois dos 40 anos percebemos a perda de foco – que é o meu caso – e depois dos 60 anos, aumenta a predisposição para catarata, síndrome do olho seco, degeneração macular, retinopatia diabética e glaucoma.
Fatores hereditários são agravantes, mas os fatores externos podem piorar ainda mais a situação como, por exemplo, os raios solares, luz azul artificial emitida por dispositivos eletrônicos, a poluição e o cigarro. É claro que a alimentação tem papel importante aí, pois quanto pior ela for, mais fundo você está pisando no acelerador desse desgaste – que não se dá apenas nos olhos. E é aí que uma suplementação bem orientada pode fazer toda a diferença, seja na proteção a visão e/ou como auxiliar na prevenção de doenças oftalmológicas.
Estresse oxidativo X saúde ocular
Os radicais livres são gerados como subprodutos normais do metabolismo celular, no entanto, sua produção pode aumentar devido a fatores externos – como os citados no início do texto.
Quando há um desequilíbrio entre a formação e a remoção de radicais livres no organismo – devido à diminuição dos mecanismos de defesa antioxidantes endógenos e/ou do aumento da geração de EROS (Espécies Reativas de Oxigênio) e/ou ERNS (Espécies Reativas de Nitrogênio) – ocorre o estresse oxidativo e precisa haver um equilíbrio.
O problema é que os olhos são altamente suscetíveis ao estresse oxidativo, a retina é um tecido rico em ácidos graxos poli-insaturados que são prontamente oxidáveis e a atividade metabólica necessária para o processamento visual é constante, e ainda exige um grande consumo de oxigênio, levando à produção de espécies reativas de oxigênio.
Ao longo do tempo, o estresse oxidativo excessivo pode danificar as membranas dos tecidos oculares levando ao desenvolvimento de diversas doenças oftalmológicas.
Por isso que uma suplementação bem-feita é uma estratégia fundamental na proteção contra os efeitos prejudiciais do estresse oxidativo e atua preservando a saúde ocular.
Nutrientes X saúde ocular
Como sempre, primeiramente alerto que as dicas de suplementação abaixo não substituem quaisquer medicações e que devem ser orientadas por um profissional de saúde habilitado seja um médico, farmacêutico ou nutricionista. Como sei que vão questionar, eles podem ser encontrados em farmácias de manipulação e drogarias na forma de cápsulas ou comprimidos, ok?
Vamos lá então.
Primeiramente vou citar os mais populares quando se fala em saúde ocular, estou falando dos carotenoides, como licopeno, betacaroteno, luteína, zeaxantina e astaxantina, que são pigmentos naturalmente encontrados em raízes, folhas, sementes, frutas e flores, que também podem ser encontrados, em menores quantidade, nos alimentos de origem animal, como ovos, carnes e peixes. Eles fortalecem o sistema imunológico, ajudam a diminuir o risco do surgimento de alguns tipos de câncer e previnem o envelhecimento precoce, porque têm uma ação antioxidante, anti-inflamatória e fotoprotetora conferindo proteção contra diversas condições que afetam a visão.
Estudos clínicos demonstram o efeito benéfico desses carotenoides na prevenção da degeneração macular e da catarata relacionadas à idade. Através de suas propriedades antioxidantes, são capazes de neutralizar espécies reativas de oxigênio, protegendo os fosfolipídios da membrana dos fotorreceptores contra peroxidação lipídica e, consequentemente, do desenvolvimento de um quadro inflamatório local. Ainda possuem a capacidade de filtrar a luz azul, reduzindo os danos induzidos por essa luz.
Extratos vegetais, como o saffron (popularmente conhecido como açafrão) possuem importantes propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que protegem a retina. Logo, para indivíduos com glaucoma, caem mais do que bem já que o açafrão aumenta a difusão de oxigênio, melhora o fluxo sanguíneo na retina e reduz a pressão intraocular.
A vitamina E é outro antioxidante que protege as células da retina contra o estresse oxidativo e, combinada com outros antioxidantes, pode retardar a progressão da degeneração macular em indivíduos com risco elevado. Além disso, a vitamina E ajuda a proteger as proteínas do cristalino contra a oxidação e a agregação, processos envolvidos na formação das cataratas, reduzindo assim o risco dessa condição.
O zinco é um mineral presente em altas concentrações no tecido ocular, particularmente na retina e na camada de tecido vascular sob a retina. Ele atua como cofator para diversas enzimas antioxidantes, ajudando a reduzir o estresse oxidativo. O zinco também é essencial para a formação de melanina, um pigmento que protege os olhos contra os danos causados pela luz. Estudos sugerem que a suplementação de zinco auxilia na manutenção da estrutura ocular e pode retardar a progressão da degeneração macular.
Ah, e não esqueça dos óculos de sol para proteger os olhos dos danos causados pela exposição à radiação ultravioleta e não ficar “pendurado” em frente as telas que emitem a luz azul. Seus olhos agradecem!