Saúde do coração

A preocupação com a aparência com certeza é um dos maiores interesses de nós, seres humanos. O que torna a dermatologia, a nutrologia, a endocrinologia e a cirurgia plástica, as especialidades médicas mais procuradas na busca constante pela beleza – o que de forma alguma é errado – desde que essa preocupação não seja exagerada e possa se transformar em um sinal do chamado Transtorno Dismórfico Corporal (TDC).

Raridade é buscar um médico para um check-up geral na sua saúde, já que a grande maioria só procura quando está realmente passando mal. Mesmo se sentindo saudável, você já procurou um cardiologista, clínico geral, endócrino, imunologista, gastro, etc. Só para ter certeza de que tudo está bem? Se sim, parabéns! E isso não te torna um hipocondríaco, ok?

Aquela frase que tanto ouvimos de que ‘refletimos por fora o que somos por dentro’ é uma grande verdade. Se as pessoas realmente buscassem ajuda dos profissionais de saúde como prevenção, com certeza muitos problemas de saúde seríssimos poderiam ter sido evitados e, com certeza, esse cuidado refletiria em sua beleza exterior.

Hoje escrevo sobre aquele órgão que é conhecido como o poderoso chefão, que dá ritmo para o sangue circular no nosso corpo, fornece oxigênio e nutrientes aos tecidos, remove resíduos e ajuda na regulação da temperatura corporal e transporte de hormônios e outras substâncias essenciais: O coração.

Embora os cuidados com ele devessem ser primordiais, as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no nosso país. Cerca de 30% dos óbitos estão relacionados às condições inerentes do sistema cardiovascular. Isso de acordo com dados do Ministério da Saúde. Preocupante, não é mesmo? Até porque, são muitos fatores que podem desequilibrá-lo, desde condições hereditárias, o processo de envelhecimento, questões socioambientais e hábitos de vida.

Fatores de risco

A Organização Pan-Americana da Saúde evidencia alguns fatores de risco comportamentais que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas e AVCs. Acho que todo mundo sabe o que afeta nosso coração – ou pelo menos deveria saber – que entre eles estão, obviamente, uma dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo e outras drogas como o consumo excessivo de álcool. Esses comportamentos podem levar ao surgimento de condições como pressão alta, glicemia elevada, hiperlipidemia (níveis elevados de gordura no sangue), sobrepeso e obesidade, efeitos diretamente associados às doenças cardiovasculares.

Sintomas e doenças cardiovasculares

São muitos os sintomas que mostram que nosso coração não vai bem e podem estar relacionados com diferentes doenças cardiovasculares. Por isso, caso apareçam alguns desses sinais procure atendimento médico. São eles:

Dor ou desconforto no centro do peito;
Falta de ar sem motivo aparente;
Sensação de tontura ou desmaio;
Inchaço nas pernas ou nos pés;

A doença venosa crônica (DVC) engloba diversas condições que afetam o funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos como, por exemplo:

Doença arterial coronariana (DAC): Ocorre quando as artérias coronárias que fornecem sangue ao coração ficam estreitadas ou bloqueadas devido à aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos). Isso pode levar à angina (dor no peito) e infarto do miocárdio (ataque cardíaco);
Infarto do miocárdio (ataque cardíaco): É quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é bloqueado, geralmente por um coágulo, causando danos ao músculo cardíaco;
Insuficiência cardíaca: Condição em que o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente para atender às necessidades do corpo. Pode resultar de outras doenças cardíacas, como a DAC ou hipertensão arterial sistêmica (HAS);
Arritmias: Distúrbios no ritmo cardíaco, sendo que o coração pode bater muito rápido (taquicardia), muito devagar (bradicardia) ou de forma irregular (fibrilação atrial). Algumas arritmias podem ser inofensivas, enquanto outras podem ser graves e necessitar de tratamento;
Acidente vascular cerebral (AVC): Popularmente conhecido como “derrame”, ocorre quando o fluxo sanguíneo é bloqueado em uma parte do cérebro (AVC isquêmico) ou há a ruptura de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). Pode causar danos cerebrais e déficits neurológicos.

Cuidados com o coração

Alimentação saudável

Estudos comprovam que uma dieta saudável e balanceada nutricionalmente é fundamental para a saúde cardiovascular, isso todo mundo sabe, não é?

A regra é bem simples, diminuir o consumo de gorduras saturadas e moderar a ingestão de álcool, sal e açúcar. Junto com isso, priorize uma alimentação rica em vegetais, frutas e grãos integrais, visando adquirir os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. Fácil, fácil!

Pratique exercícios físicos

A prática de atividade física constante ajuda a combater uma série de condições como a hipertensão, a diabetes e a obesidade, por exemplo.

De acordo com a Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é recomendado a realização semanal de atividades físicas por, pelo menos, 150 minutos com intensidade moderada ou 75 minutos com intensidade alta. Agora, caso fume, abandone de uma vez o cigarro que é fator de risco para derrames cerebrais (AVC), infarto e o desenvolvimento da hipertensão além de não combinar em nada com uma vida saudável.

Nutrição e saúde do coração

Junto com um estilo de vida saudável e o acompanhamento regular da saúde, alguns nutrientes vem mais do que bem para nossa saúde cardiovascular e se faz bem para o coração faz bem para o corpo todo!

Entretanto, é importante lembrar que a utilização de quaisquer ativos descritos aqui deve ser feita apenas mediante recomendação e acompanhamento profissional da saúde e não substituem quaisquer tratamentos médicos já utilizados.

Veja os principais nutrientes que podem ser aliados de um coração saudável:

Berberina

Composto utilizado tradicionalmente pela medicina chinesa e ayurvédica, a berberina é um alcaloide natural que apresenta diversas propriedades farmacêuticas. Suas principais funções estão relacionadas aos benefícios para doenças cardiovasculares e metabólicas.

Os estudos mostram que esse nutriente tem efeito terapêutico no tratamento de condições cardiometabólicas como hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca, aterosclerose, derrame, diabetes e esteatose hepática, associadas à disfunção metabólica (MASLD).

Saiba mais sobre a berberina aqui: https://www.bonsfluidos.com.br/bem-estar/berberina-e-o-ativo-natural-da-vez.phtml

Coenzima Q 10

A Ubiquinona, também chamada de Coenzima Q10, está presente em praticamente todas as células do organismo e participa dos processos de produção de ATP (Trifosfato de adenosina – nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia) desempenhando um papel muito importante para a disposição, tanto no dia a dia quanto na prática de exercícios físicos. A sua presença no organismo também contribui para a eliminação de radicais livres, por exemplo.

Apesar de ser sintetizado no próprio organismo, o componente está presente em muitos alimentos, como brócolis, carnes, cereais, frutos secos e ovos de galinha. No entanto, a deficiência da Coenzima Q10, muitas vezes causada por restrições na dieta, pode sugerir a necessidade de suplementação.

Falando especificadamente nos efeitos cardíacos, estudos comprovam que a coenzima Q10 demonstrou diminuição do estresse oxidativo e da inflamação, efeito de proteção miocárdica e melhora dos sintomas de insuficiência cardíaca, da fração de ejeção e da função diastólica.

D-ribose

É um carboidrato simples que tem função essencial na formação de ATP (adenosina trifosfato), considerada a “moeda de troca” energética do organismo. Dessa forma, esse nutriente ajuda na reposição energética da musculatura do nosso corpo e do nosso coração.

Algumas condições cardiovasculares, como a isquemia miocárdica, reduzem os níveis de ATP, causando um estado disfuncional. Nesse cenário, a D-ribose se mostrou um importante fator para aumentar essa substância e melhorar a função cardíaca após a isquemia.

Magnésio

O magnésio é um mineral que está envolvido em mais de 600 reações metabólicas em nosso organismo⁷. No âmbito cardiovascular, esse mineral pode influenciar o metabolismo miocárdico, a homeostase do cálcio, o tônus vascular, a resistência vascular periférica e o débito cardíaco, ou seja, ele atua na manutenção da pressão arterial; protege os vasos sanguíneos do entupimento por gordura (aterosclerose); assim como, aumenta o fluxo sanguíneo nos mesmos; ajuda a manter o equilíbrio dos batimentos cardíacos, seja regulando as cargas elétricas ou atuando na contração muscular cardíaca, prevenindo arritmias e, ainda, possui efeito anti-inflamatório, garantindo ainda mais proteção aos vasos sanguíneos e às células cardíacas.

Ômega-3

O velho e bom ômega 3 é um tipo de gordura poli-insaturada saudável e essencial, proveniente do óleo de peixe. As evidências mostram que o consumo desse nutriente está associado a menor risco de infarto do miocárdio, DAC e outras DCV.

Ainda, a suplementação de ômega-3 também está associada a menor risco de morte por doença arterial coronariana e doenças cardiovasculares e tem ainda uma série de benefícios, mas o foco aqui é o coração!

Resveratrol

O resveratrol é um polifenol com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Devido a isso, pode ter efeito cardioprotetor, reduzindo o estresse oxidativo e melhorando o funcionamento do endotélio – camada de células que reveste a parede dos vasos sanguíneos.

Assim, é um nutriente que parece agir na manutenção da circulação sanguínea e na preservação do tônus vascular, além de se mostrar eficaz para amenizar os sintomas das doenças cardiovasculares.

Vitamina K2

Ainda que pouco mencionada dentre as vitaminas importantes para a saúde como um todo, a vitamina K2 exerce funções essenciais no organismo. Para a saúde cardiovascular, ela tem impactos positivos devido à sua ação na homeostase do cálcio e na ativação da proteína Gla da matriz, uma inibidora da calcificação vascular. Dessa forma, esse nutriente contribui para o bom funcionamento do sistema cardiovascular.

Referências

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RIQUE, A. B. R., et al.. “Nutrição E Exercício Na Prevenção E Controle Das Doenças Cardiovasculares”. Revista Brasileira De Medicina Do Esporte. Vol. 8. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. 2002. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbme/a/dm8yGprRmkgcqBZKRyXrfMK> Último acesso em: 22 de julho de 2024

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HARIRI, Essa et al. “Vitamin K2-a neglected player in cardiovascular health: a narrative review.” Open heart. Vol. 8. 2021. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8596038> Último acesso em: 22 de julho de 2024

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