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ocitocina
ocitocina – o hormônio do amor – Canva Pro/Science Photo Library

Romântico que sou, confesso que fiquei um tanto decepcionado quando descobri que o amor é, em grande parte, uma reação hormonal. Aquele friozinho na barriga quando escuta a voz do outro, aquela bobeira que nos faz ficar com cara de tonto, aquele pensamento que nos perturba o dia e noite inteiros na criatura amada é uma consequência de um hormônio produzido no cérebro, a ocitocina. Pois é, o amor é uma reação química!

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Produzida pelo hipotálamo – uma área do cérebro- e armazenada em um órgão que fica na base do nosso crânio com tamanho de um grão de ervilha – a glândula pituitária – a ocitocina age como um neurotransmissor quando liberada, permitindo a ligação entre neurônios, ativando ou desativando processos do sistema nervoso.  Ela e suas “amigas”: serotonina, dopamina, noradrenalina e a endorfina, formam o grupo conhecido como “hormônios da felicidade”, por sua capacidade de regular as sensações humanas.

A ocitocina também oscila, aumentando quando você sente o toque do amado (a) e também após o orgasmo e está relacionado à construção de laços entre todos os mamíferos. Inclusive, estimula o vínculo físico entre as mamães e seus bebês e induz a produção de leite – aliás, a estimulação mamária é uma das formas de promover a liberação da ocitocina no organismo. Outro dos papéis mais importantes desse hormônio é na hora do parto, pois é responsável por ajudar nas contrações uterinas.

No sexo, esse neurotransmissor proporciona o efeito-cascata que levará ao orgasmo. Ele torna nossas zonas erógenas mais sensíveis e quanto mais estímulos, mais ocitocina agirá no nosso organismo. Essa resposta acontece porque os receptores da ocitocina estão presentes em vários órgãos, particularmente em nossos órgãos genitais, induzindo as contrações musculares necessárias para facilitar o transporte de espermatozoides e o efeito da lubrificação. No homem, a ocitocina aumenta o volume de esperma e intensifica essa experiência do orgasmo.

Ainda há um estudo muito interessante realizado pela Universidade do Estado de Michigan (EUA) que acreditam que a molécula de ocitocina pode cicatrizar corações machucados, não machucados pela dor de amor, mas por traumas físico, como um ataque cardíaco, mas esse estudo só foi realizado com células humanas in vitro e em uma espécie de peixe, peixe-zebra, logo seu efeito ainda não pode ser comprovado experimentalmente em humanos. Para saber mais sobre essa pesquisa, ela foi publicada no periódico Frontiers in Cell and Developmental Biology

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No meio científico acredita-se que a oxitocina inibe o centro de medo no cérebro, facilitando a diminuição dos seus estímulos.  Ela reduz a liberação do hormônio ACTH, que estimula a produção do cortisol, o conhecido hormônio do estresse, atuando no nosso “relax”, pode-se dizer que a ocitocina é um hormônio ‘tímido’ porque, para que seja produzida, é preciso que a mulher esteja em um ambiente tranquilo, onde se sinta segura e confiante.

Diante de tantas vantagens da ocitocina, obviamente a ciência já criou a forma sintética.  A ocitocina sintética foi desenvolvida nos Estados Unidos, na década de 50, e é usada até hoje para induzir partos sendo aplicada na veia, com soro, para estimular as contrações uterinas, em casos específicos. A diferença entre a natural e a sintética é que a sintética não atua no cérebro da mulher, não tendo a mesma ação benéfica no sistema nervoso central, trazendo calma e amenizando a dor, sendo indicada quando o parto para de evoluir na fase ativa.

Existe também no mercado outras formas farmacêuticas, que precisam de prescrição de profissional habilitado como o spray nasal complicação restrita a promoção da ejeção de leite em mulheres que apresentam dificuldade para amamentar ou para extrair o leite, em casos selecionados, não sendo uma forma farmacêutica segura para induzir o parto porque não é possível controlar a dose, como acontece com a aplicação venal. Também estão disponíveis no mercado comprimidos sublinguais e capsulas que tem sido utilizada com proposito de melhora das funções sexuais e como estimulante do prazer e humor, melhorando vínculo afetivo e individual, fobias sociais e até mesmo autismo. 

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Bom, biologicamente a ocitocina é um hormônio formado por nove aminoácidos, sendo sete deles produzidos pelo nosso organismo: cisteína (x2), tirosina, glutamina, asparagina, prolina, glicina, isoleucina e a leucina. Esses dois últimos não são produzidos pelo nosso corpo e devem ser ingeridas pela alimentação. A isoleucina é encontrada principalmente em oleaginosas – como castanha-de-caju, castanha-do-pará, amêndoas, amendoim, avelã -, além da abóbora, batata, ovos, leite e seus derivados, ervilha e feijão preto. A leucina também está presente nas oleaginosas, na ervilha e no feijão, além do pepino, tomate, berinjela e repolho. A falta ou escassez de algum desses aminoácidos afeta a produção de ocitocina pelo organismo, com efeito sobre os mecanismos que ela atua.

Caso você não tenha uma alimentação sugiro a suplementação desses aminoácidos que podem ser adquiridos em farmácia de manipulação com orientação obviamente de um profissional de saúde, sem sombra de dúvida a suplementação de aminoácidos é uma via mais positiva que o uso de uma forma sintética do hormônio.

Quais são os sintomas de falta de ocitocina?

A pessoa que produz quantidades insuficientes de ocitocina apresenta instabilidades mentais e físicas. Entre os principais sintomas podemos citar:

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– Palidez;

– Falta de expressões emocionais;

– Estresse;

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– Diminuição da libido;

– Diminuição da função cognitiva, memória e atenção;

– Distúrbio do sono;

– Falta de lubrificação durante o sexo;

– Dificuldade de chegar ao orgasmo;

– Tensão e dores musculares;

– Maior sensibilidade à dor;

– Dificuldade de amamentar; 

– Ansiedade e medo excessivos.

Esses sintomas são relacionados a outros problemas e doenças, por isso consulte um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.

Outras formas de se liberar a ocitocina são:

Um abraço demorado: Pesquisas mostram que abraços superiores a 30 segundos têm potencial para estimular a liberação de ocitocina no cérebro. Esse ato é especialmente recomendado para crianças, que podem crescer com sensação de acolhimento;

Ter mais relações sexuais: Estudos mostram que o corpo é gradativamente tomado por ocitocina durante uma relação sexual. Esse é um processo que começa com os primeiros estímulos táteis e atinge o nível máximo durante o orgasmo;

Tomar sol: A ocitocina tem sua produção influenciada pela exposição ao sol, assim como a endorfina. Se você não consegue tomar sol por qualquer motivo, pode usar uma luz UVB ou suplementar com vitamina D;

Relaxar: Música calma, yoga, banhos quentes e meditação induzem a liberação do hormônio em nosso organismo.

Ocitocine-se e tenha um bom dia!