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Melasma: saiba como acontece e se é possível tratar naturalmente

Na coluna desta semana, Jamar Tejada comentou as causas, ainda incertas, do melasma e listou os principais compostos naturais que ajudam no tratamento

Jamar Tejada explicou como surgem o melasma e como tratá-lo – Flickr/ Ubiqi SG

Melasma é a reclamação número um dos problemas de pele, talvez dispute com as rugas e linhas de expressão, mas não desce do pódio, até porque as duas conferem o aspecto de envelhecimento da pele.

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Mas o que é o melasma?

O melasma se caracteriza por uma hiperpigmentação do tecido cutâneo e pelo aparecimento de manchas de coloração acastanhada, com bordas irregulares e limites bem definidos localizadas na face, incluindo testa, bochechas, queixo e parte superior do lábio, bem como em outras regiões do corpo que são constantemente expostas à luz solar, tais como antebraço e pescoço.

O melasma se desenvolve a partir do aumento da melanogênese, um processo responsável pela síntese da melanina, o pigmento que confere coloração à pele, para os olhos e cabelo, por isso o nome MELASMA , de melanina! O Melasma nada mais é do que a  síntese exacerbada de melanina e, consequentemente, o acúmulo deste no tecido cutâneo originando manchas escuras na pele.

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Já se sabe a causa?

Infelizmente ainda não existem causas definidas para o melasma, mas sabe-se que diversos fatores contribuem para o aumento da síntese de melanina, como o uso de anticoncepcionais, alterações hormonais, gestação — por isso a reclamação sempre é maior por parte das mulheres — além de predisposição genética e, principalmente, a exposição excessiva à luz solar sem utilizar fotoprotetores.

Pesquisas apontam que o melasma está relacionado diretamente com o fotoenvelhecimento do tecido cutâneo uma vez que diversas características associadas ao fotoenvelhecimento também estão presentes nos locais em que ocorre o aparecimento do melasma, incluindo a elastose solar – processo em que ocorre a degradação de fibras elásticas e de colágeno no tecido cutâneo, tornando a pele mais espessa.

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Explicando de forma mais científica, os raios solares causam danos ao atingirem a pele, como o aumento da produção de radicais livres, bem como a liberação de mediadores inflamatórios pelos queratinócitos, células localizadas na camada da epiderme da pele. Ainda, a exposição à luz solar pode provocar o aumento da vascularização e da expressão de endotelina-1, além de promover alterações na membrana basal, onde estão localizados os melanócitos.

Além disso, a luz visível emitida pelas lâmpadas e telas de celulares também pode acelerar estes efeitos, que em conjunto aumentam a proliferação de melanócitos e estimulam a melanogênese, favorecendo o surgimento do melasma. Também não estou dizendo que devemos ficar com burca trancafiados num quarto escuro, mas devemos diminuir esse conjunto de efeitos que aceleram o processo!

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E existem tipos diferentes de melasma?

O melasma pode ser classificado de acordo com sua gravidade e o local que ocorre. O melasma epidérmico (ou superficial) é caracterizado pelo aparecimento de manchas escuras nas camadas basais ou suprabasais da epiderme, enquanto o melasma dérmico (ou profundo) é aquele em que o acúmulo de melanina está localizado na camada intermediária da pele, a derme – camada entre a epiderme e a hipoderme, composta por vasos sanguíneos, glândulas sebáceas e sudoríparas, além de terminações nervosas.

Existe ainda o melasma misto, onde o acúmulo de melanina ocorre na epiderme e derme. O melasma pode ainda ser classificado de acordo com a região da face em que é encontrado, podendo ser: centro facial (regiões da testa, bochechas, nariz, lábio superior e queixo), malar (localizado nas áreas zigomáticas do rosto, popularmente conhecidas por maças do rosto) e mandibular (áreas da mandíbula, queixo e lábios).

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Existe tratamento?

Ainda que o melasma seja uma das condições dermatológicas mais frequentes, seu tratamento nem sempre é eficaz. Por se tratar de uma condição crônica, a utilização diária de protetor solar é fundamental para prevenir o seu aparecimento ou, ainda, auxiliar em seu tratamento. Uma vez que o melasma é diagnosticado, o tratamento deve ser realizado de forma contínua. De acordo com o tipo de hiperpigmentação e do local afetado em cada indivíduo, geralmente é um processo lento, que exige atenção constante, mas com excelentes resultados.

Atualmente o que mais se utiliza é a aplicação tópica de compostos despigmentantes (clareadores), além de tratamentos com laser,  microagulhamento e a realização de peelings faciais.

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Dentre os produtos mais utilizados para uso tópico no melasma destaca-se a famosa e antiga hidroquinona – composto amplamente utilizado como despigmentante cutâneo, que atua inibindo a enzima tirosinase, necessária para a síntese de melanina. No entanto, o tratamento com hidroquinona pode causar efeitos adversos indesejados (como dermatite, ocronose e hiperpigmentação pós-inflamatória), limitando a sua utilização para o tratamento.

Desta forma, diversos estudos têm investigado o potencial terapêutico de outros compostos nesta condição dermatológica, tais como os ácidos glicólico, kójico, tranexâmico e ferúlico, as vitaminas C e E, o alfa-arbutin, a niacinamida e a cisteamina, encontrados geralmente em farmácias de manipulação.

Em particular, um estudo recente conduzido com 55 mulheres (idade entre 27 e 60 anos) demonstrou que a aplicação tópica de um sérum contendo 3% de ácido tranexâmico, 1% de ácido kójico e 5% de niacinamida, duas vezes ao dia, promoveu uma redução significativa das manchas de pele após 12 semanas de tratamento.

Foi observada também uma melhora significativa da textura e da homogeneidade do tom de pele destas mulheres a partir das duas primeiras semanas de uso do creme contendo os compostos. Tais efeitos permaneceram até o término do estudo e demonstram o potencial terapêutico destes compostos para atenuar os efeitos do melasma.

Existe tratamento natural e realmente eficaz?

Sim! Para aqueles que preferem tratar por vias mais naturais, existem alguns fitoterápicos que ajudam e muito nesse processo, vou citar os três mais utilizados e que são minhas preferidas que podem ser manipulados em cáspsulas:

Polipodium Leucotomos

É uma planta originária da América Central com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e de fotoproteção contra o estresse foto oxidativo. Estudos revelam uma redução do impacto dos raios UV contra as células da pele, preservam os fibroblastos e mantendo sua capacidade de produzir colágeno.

Essa planta é uma alternativa complementar para a proteção solar, e não como um substituto do uso de protetores. A Polypoidum ajuda a regular o sistema imunológico e protege a pele de eritemas (inflamação causada pela exposição excessiva aos raios ultravioletas). Por ter propriedades antioxidantes, ela inibe a liberação da enzima metaloproteinase, responsável pela quebra de fibras de colágeno e elastina – causa do fotoenvelhecimento, e assim, preserva o sistema cutâneo. O uso de Polypodium leucotomos combinado, fornece fotoproteção oral para a pele e protege o DNA das células. No entanto, não dispensa a necessidade de usar o filtro solar.

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Principais indicações:

– Antioxidante, anti-inflamatória e imunomodulatória

– Fotoprotetor contra eritemas

– Aumenta a tolerância ao sol

– Reduz as alterações da pele após a exposição ao sol

– Mantém a elasticidade da pele

– Protege o DNA das células

Picnogenol

(Extrato de Pinus pinaster) é um extrato natural da casca do Pinheiro Marítimo rico em bioflavonóides sendo um potente antioxidante. O Extrato de Pinus pinaster é de grande valor para a saúde das artérias e da pele, atuando de forma sinérgica com uma série de nutrientes essenciais.

Principais indicações:

– Aumento do colágeno e melhor coesão de elastina (melhorando a maciez e a elasticidade da pele); age como protetor solar interno e externo.

– Age como anti-inflamatório; reduz a dor da artrite e de algumas dores de cabeça.

– Age como anti-histamínico; reduz a reação alérgica (febre, etc).

– Reforça os capilares, as artérias e as veias, ajuda a reduzir as “manchas roxas” e varizes; reduz a retinopatia nos diabéticos;

– Reduz os efeitos do “stress” e ajuda a reduzir as úlceras;

– Melhora a flexibilidade das articulações;

– Melhora a memória, a vitalidade e favorece um maior bem-estar.

Hidroxitirosol

É o nome do composto polifenol retirado do extrato do fruto da oliveira com ação antioxidante comprovada e, além de todos os benefícios conhecidos para a saúde, também é capaz de promover na pele os mesmos efeitos dos peelings químicos e físicos de forma não invasiva. Está revolucionando o mercado farmacêutico com resultados surpreendentes.

Vantagens do Hidroxitirosol:

– O peeling em cápsulas garante benefícios adicionais em comparação aos peelings tradicionais:

– Pode ser usado em todos os fototipos cutâneos;

– Apresenta boa adesão ao tratamento;

– Não causa desconforto cutâneo, como os peelings tradiconais;

– Apresenta segurança de uso e ausência de complicações.

Ações do Hidroxitirosol no colágeno:

– Estimula a produção de colágeno e aumenta o tempo de vida dos fibroblastos. Sarsour et al. (2012) demonstraram em um estudo ex vivo que hidroxitirosol:

– Aumenta a vida cronológica de fibroblastos humanos normais;

– Melhora significativamente o tempo de duplicação da população de células.

Na Elastina:

– Melhora a elasticidade cutânea e reduz a perda e as alterações funcionais da elastina dérmica.

– De acordo com Braam et al. (2006), o tratamento antioxidante com hidroxitirosol (associado a vitamina E, queratina, entre outros) modula a expressão gênica de fibroblastos alterada com a idade.

Na Melanina:

– Promove diminuição da hiperpigmentação cutânea com melhora da uniformidade da tonalidade da pele.

– Dos compostos fenólicos predominantes no óleo de oliva, o hidroxitirosol é o composto antioxidante mais potente. Vários estudos têm demonstrado a capacidade antioxidante superior do hidroxitirosol sobre os antioxidantes da oliva e também sobre as vitaminas C e E.

Na Descamação:

– Estimula a renovação celular e modula a taxa de crescimento e apoptose de queratinócitos.

– Hidroxitirosol é capaz de modular a taxa de renovação celular, normalizando a descamação da pele.

Como podem ver soluções sempre existem, basta ter paciência e se informar com os profissionais certos! E lembre-se mesmo sendo de fácil acesso evite a automedicação e busque orientação de um profissional de saúde experiente! Quando o assunto é nossa saúde toda atenção é pouca! Ótimo tratamento e “bora” ficar mais jovens!

JAMAR TEJADA

Fontes:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31141852/

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/pcmr.12684


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