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Mau hálito: possíveis causas e tratamentos não invasivos para o problema

Na coluna desta semana, Jamar Tejada esclarece as principais dúvidas a respeito do mau hálito, ou halitose, e apresenta possíveis tratamentos naturais

Mau hálito: você tem ou convive com alguém que sofre com esse problema?  – FREEPIK

O mau hálito, halitose, ou bafo, como é conhecido, é um problema que interfere não só na vida social de uma pessoa, mas também na emocional. O indivíduo com halitose, em certo estágio da vida, acaba deixando de se relacionar com amigos, familiares e até com possíveis amores, para evitar qualquer constrangimento. Pode-se dizer que este problema é um coadjuvante até mesmo da depressão.

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Aliás, o uso obrigatório de máscaras na pandemia passou a ser para os portadores de halitose mais do que uma proteção do vírus, passou a ser uma proteção do constrangimento, mas não dá para viver com máscara pelo resto de sua vida e raras exceções procuram orientação para enfrentar a situação. Por falar nisso, já reparou que as pessoas com halitose quase nunca sentem o próprio mal cheiro? 

Em geral, a pessoa que sofre do problema não se dá conta dele e quem convive com ela evita abordar o assunto. É mais fácil fechar o nariz do que enfrentar o aborrecimento do outro. Já passei por uma situação muito chata, há anos, quando peguei carona com um colega de trabalho: assim que o carro deu a partida senti um mal cheiro tão forte, que comecei a olhar debaixo dos pés, porque acreditei ter pisado num cocô de cachorro. Ele, muito constrangido, falou: “Você não pisou em nada não, é meu hálito, eu tenho um problema estomacal!”.

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Porque pessoas com mau hálito não sentem o próprio cheiro?

Elas não sentem, porque nosso olfato consegue perceber um odor por vez e, como esse odor é constante, o cérebro deixa de sentir esse cheiro quando se acostuma com ele. Esse processo, chamado de fadiga olfativa, ocorre tanto com a halitose, como com perfumes, por isso há pessoas que se encharcam com o perfume preferido e nem percebem, mas os colegas…

A maioria das pessoas acredita que o mal hálito está relacionado ao mal escovamento dos dentes e ao não uso de fio dental e quando se dá conta do problema passa a se tornar o maníaco da escovação, mas nem sempre o problema se resolve. A língua é revestida por papilas que conduzem informações ao cérebro com o intuito de reconhecer o sabor dos alimentos e entre as papilas há pequenas criptas onde se acumulam restos de alimentos e células que descamam do epitélio lingual. Esse depósito serve de meio de cultura para bactérias que, quando fermentam, liberam substâncias ricas em enxofre, provocando mau hálito. Então, aí já vai a primeira dica, não escove apenas os dentes, escove também a língua! Você já tem limpador de língua (raspador lingual)? 

Por que acordamos com mau hálito?

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O hálito da manhã acontece devido à leve hipoglicemia, à redução do fluxo salivar para virtualmente zero durante o sono e ao aumento da flora bacteriana proteolítica. Quando estes microrganismos atuam sobre restos epiteliais descamados da mucosa bucal e sobre proteínas da própria saliva, geram compostos de cheiro desagradável do tipo metilmercaptana, dimetilsulfeto e principalmente sulfidreto, que tem cheiro de ovo podre, são os compostos sulfurados voláteis. Após a higiene dos dentes (com fio dental e escova), da língua (com raspador lingual) e após a primeira refeição, a halitose matinal deve desaparecer. Se não desaparecer, precisa ser investigado.

O que é saburra?

É aquele material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que se adere ao dorso da língua em maior proporção na região do terço posterior. A saburra equivale a uma placa bacteriana lingual, em que os principais microrganismos presentes são do tipo anaeróbios proteolíticos, que produzem componentes de cheiro desagradável no final do seu metabolismo. 

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O mau hálito é contagioso?

Não. A saburra somente se forma em pessoas com predisposição à sua formação. Por isso, é muito comum observarmos casais em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável, a ponto de incomodar o outro. 90% a 95% dos casos de halitose são causados no ambiente bucal, e cerca de 5% a 10% têm causas sistêmicas como deficiências renais, diabetes ou hepáticas, como o caso do meu ex-colega de trabalho, portanto deve ser investigada, porque ela pode ser o indício de que algo não está bem.

Halitose pode ser atribuída a problemas estomacais?

Muita gente atribui a halitose a problemas estomacais, mas os esfíncteres (válvulas que se fecham depois da passagem dos alimentos) gastrointestinais não permitem a passagem dos odores do estômago para o meio externo. Há apenas duas situações em que o mau hálito pode ser atribuído ao estômago: eructação gástrica, ou arroto, e refluxo gastroesofágico, quando há deficiência no funcionamento da válvula que separa o esôfago do estômago.

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Mas vamos ainda a um terceiro motivo: quem adere a uma dieta low carb ou então quem passa por um longo período de jejum também tem um mal cheiro! Por quê? Porque sem alimento não temos glicose livre pra ser queimada no organismo, com isso nosso corpo vai utilizar a glicose armazenada no fígado, gerando uma rota que se chama gliconeogênese e na queima dessa glicose armazenada ocorre uma reação enzimática que libera cetona! Você já percebeu que essas pessoas têm um hálito com cheiro característico de cetona? É por isso! O chamado “bafo cetônico”, também comum em diabéticos, para melhorar esse bafo é só dar um substrato de glicose pro corpo, pode ser uma glicose de frutas, chamada frutose, ou seja, coma uma maçã, uma pêra… 

Inflamação na garganta pode causar mau hálito?

Pessoas que sofrem com infecções das vias aéreas superiores como amigdalite, faringite, sinusite, adenoide e alteração das fossas nasais costumam ter dificuldade de respirar pelo nariz e se tornam respiradores bucais durante o dia todo ou pelo menos à noite, aumentando a descamação da mucosa por ressecamento. Logo, há um aumento da viscosidade da saliva, com diminuição do fluxo salivar e formação de saburra lingual (sendo esta a origem do mau hálito). Muitas pessoas extraem as amígdalas para resolver o problema de mau hálito, mas isto não ocorre, porque a causa do mau hálito não era as amígdalas, mas sim, a redução do fluxo salivar. 

(Mais sobre Jamar Tejada)

Tratamento para a halitose

Claro que higiene bucal é o primeiro passo, mas existem alguns fitoterápicos e mesmo probióticos que podem te ajudar! Seguem algumas dicas, mas não esqueça: consulte um profissional de saúde, principalmente se os sintomas persistirem após a higiene.

Probióticos

Ainda que não seja propriamente uma doença, o mau hálito é um desconforto enorme para muitas pessoas – e em 90% dos casos é causado por problemas na cavidade e na microbiota oral, que é uma comunidade bacteriana que habita o interior da nossa boca – a maioria das pessoas compartilha as mais de 700 diferentes espécies já identificadas pela ciência. Dentre os gêneros mais comuns da cavidade oral estão o Streptococcus G, o Veillonella G e o Granulicatella G.  

Certas bactérias orais que causam cáries e doenças na gengiva, como o Porphyromonas gingivalis, são capazes de adentrar o estômago através da saliva, resistir à acidez gástrica e invadir o intestino desregularizando-o como uma espécie invasora. Este desequilíbrio, chamado disbiose, desenvolve mudanças negativas nas funções do organismo.

Os probióticos para saúde bucal são poderosos escudos de proteção contra a disbiose, tanto mantendo a microbiota intestinal a salvo de espécies invasoras quanto promovendo a harmonia da própria microbiota oral. A disbiose oral está associada, inclusive, ao desenvolvimento de periodontite, artrite reumatoide e doenças hepáticas.

Geralmente focados na área gastrointestinal, já há alguns anos os probióticos são utilizados também para promover a saúde bucal e impedir a disbiose oral com comprovada eficiência. Um número cada vez maior de estudos atesta que o consumo de cepas probióticas contendo microrganismos vivos é capaz de tratar ou prevenir diversos problemas bucais – com diferentes cepas probióticas indicadas para cada caso.

Estudo com o Streptococcus salivarius subsp thermophilus indica que 85% das pessoas que tomaram este probiótico tiveram redução nas bactérias causadoras do mau hálito.

Mas não basta sair tomando cápsulas desse probiótico, o acompanhamento de um profissional da saúde é necessário para saber se realmente é indicado ao seu caso, é sabido que automedicação e doses erradas podem alterar ainda mais sua flora intestinal agravando ainda mais o problema!

Zedoária

Planta nativa da Índia, no Brasil é mais conhecida pelo uso de seus rizomas, que devem ser colhidos quando a planta perde totalmente suas folhas após a floração. Pode ser ingerida através de capsulas manipuladas, tintura, extrato fluído ou mesmo como infusão.

Atua principalmente no trato digestivo, promovendo seu bom funcionamento, pois inibe a secreção do ácido gástrico e aumenta a secreção biliar, evitando a azia e a má digestão, prisão de ventre, cólicas e gases intestinais e estomacais.

É indicada na prevenção e tratamento de úlceras gástricas e duodenais, bem como nas doenças de fígado (cálculo biliar e colesterol alto). Atua contra o mau hálito, proporcionando uma agradável e duradoura sensação de frescor em todo o trato digestivo superior. É um poderoso depurativo do sangue, ativando a circulação e promovendo ampla desintoxicação do organismo.

Toxicidade/Contraindicações: Não deve ser utilizada nos três primeiros meses de gravidez e durante a lactação. 

CHAMPORUS ® 

Esse produto patenteado, obtido do cogumelo branco, espécie de cogumelo comestível mais consumida no mundo, com 20% de polissacarídeos, é popular não somente pelo sabor, mas também devido ao alto conteúdo em nutrientes. O extrato da espécie possui importante efeito desodorante, atuando sobre os componentes tóxicos causadores de maus odores corporais, das fezes e mau hálito, podendo ser ingerido na forma de cápsulas, encontrado em farmácias de manipulação.

O extrato demonstra um efeito desodorante pela inibição da geração de nitrogênio amoniacal. Além disso, em ensaio in vitro, foram investigados os efeitos sobre o componente metilmercaptano da halitose, sendo que o extrato demonstrou aumentar o peso molecular do metilmercaptano, reduzindo seu odor. Isso ocorreu pela conversão do grupo mercapto do metilmercaptano para grupo sulfa. 


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