Março Azul: Câncer de intestino está na lista dos top cinco

Vira e mexe, aparece na mídia, ou no nosso círculo social a notícia sobre alguém que está na batalha contra esse tipo de câncer

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Vira e mexe, aparece na mídia, ou no nosso círculo social a notícia sobre alguém que está na batalha contra esse tipo o câncer de intestino – Canva Equipes/JAME de ภาพของJajam_e

Não sei se vocês têm percebido como casos de câncer de intestino têm surgido cada vez mais, infelizmente. Vira e mexe, aparece na mídia, ou no nosso círculo social a notícia sobre alguém que está na batalha contra esse tipo de câncer.

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Casos de câncer de intestino

O câncer de intestino, ou câncer colorretal, tem apresentado um aumento preocupante, especialmente entre os jovens. Dados recentes mostram que, em 27 dos 50 países analisados, houve um crescimento na incidência desse tipo em indivíduos com menos de 50 anos, com aumentos anuais de até 4% em países como Nova Zelândia, Chile, Porto Rico e Reino Unido.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou, para entre 2023-2025, cerca de 45.630 novos casos de câncer colorretal por ano, sendo 21.970 em homens e 23.660 em mulheres, se consolidando como o terceiro tipo de câncer mais frequente no país, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma.

Por que os casos estão aumentando?

E por que isso tem acontecido? Diversos fatores contribuem para esse aumento, mas as mudanças nos hábitos alimentares, com maior consumo de alimentos ultraprocessados – ricos em gorduras saturadas, açúcares e aditivos químicos e pobres em fibras – estão entre as causas significativas. O estresse, o sedentarismo e o aumento da obesidade são fatores de risco também associados, não esquecendo, obviamente, do consumo excessivo de álcool. Estudos indicam que indivíduos que consomem mais de 30 gramas de álcool por dia possuem uma chance maior de desenvolver câncer colorretal.

Embora não haja uma maneira garantida de prevenir o câncer colorretal a alimentação desempenha um papel crucial na redução do risco. Abaixo, vou citar os alimentos que você deveria evitar e consumir para promover uma dieta saudável e fortalecer a saúde intestinal. Nada que não possa acrescentar, assim como nada demais que possa cortar!

Alimentos que aumentam o risco

  • Carnes vermelhas e processadas: O consumo excessivo desses alimentos está associado a um maior risco de câncer colorretal. Estudos indicam que dietas ricas em carnes vermelhas podem danificar o DNA, aumentando as chances de mutações que levam ao câncer.
  • Alimentos preparados em altas temperaturas: Grelhar ou fritar carnes até que fiquem queimadas leva à formação de compostos, como aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, classificados como potenciais carcinogênicos, que podem aumentar o risco de câncer de intestino.
  • Formação de acrilamida: A acrilamida é uma substância química que pode se formar em alimentos ricos em carboidratos, como a batata, quando cozidos em altas temperaturas, como na fritura, pois é, a deliciosa batatinha frita e chips entram aí! Estudos mostraram que a acrilamida é classificada como um potencial carcinógeno em humanos, embora a pesquisa ainda esteja em andamento para entender o seu impacto específico no câncer colorretal.
  • Alimentos ultraprocessados: Salgadinhos, cereais matinais, comidas prontas congeladas, biscoitos recheados, refrigerantes e os sucos de néctares são exemplos de alimentos que, quando consumidos regularmente, favorecem a obesidade e aumentam inflamações no organismo, elevando o risco de câncer colorretal.
  • Açúcares e carboidratos refinados: Alimentos como doces, refrigerantes e produtos de panificação feitos com farinha branca podem levar ao aumento de peso e à resistência à insulina, fatores de risco para o câncer.

Alimentos recomendados para a prevenção

E, agora, os alimentos recomendados para prevenção que não nenhuma novidade, mas continuam fora da lista da maioria das pessoas:

Frutas e vegetais

Sucos e alimentos frescos são ricos em fibras, vitaminas e antioxidantes, que ajudam a proteger as células do intestino. Alimentos, tais quais brócolis, couve, cenoura, espinafre e frutas cítricas, são especialmente benéficos. As frutas vermelhas e roxas, em especial – como morangos, açaí, cerejas naturais, uvas pretas e framboesas – são ricas em antocianinas, pigmentos vegetais com propriedades antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres e proteger as células contra danos que podem levar ao desenvolvimento de câncer.

Além disso, quero lembrar que o consumo diário de três a cinco porções de frutas, incluindo as vermelhas, fornece vitaminas, minerais e fibras essenciais que contribuem para a saúde intestinal e auxiliam na prevenção do câncer colorretal.

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Cereais integrais

Alimentos como aveia, arroz integral e quinoa, são fontes importantes de fibras dietéticas, que promovem a saúde intestinal e ajudam a regular o trânsito intestinal.

Leguminosas

Feijões, lentilhas e grão-de-bico são ricos em fibras e proteínas, além de ajudarem na manutenção de um microbioma intestinal saudável.

Peixes e frutos do mar

Fontes de ácidos graxos ômega-3, como salmão e sardinha, possuem propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a proteger contra o câncer.

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Oleaginosas

Nozes, amêndoas e sementes são ricas em ácidos graxos saudáveis, fibras e antioxidantes, oferecendo benefícios nutricionais importantes sem os riscos associados a alimentos processado

Laticínios

O consumo diário de laticínios, especialmente leite, pode reduzir significativamente o risco de câncer colorretal. O cálcio presente nesses alimentos desempenha um papel protetor.

Dieta equilibrada

Adotar uma dieta rica em vitaminas e minerais, como a dieta mediterrânea, que enfatiza o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, pode reduzir o risco de câncer.

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Quanto aos sinais e exames

O câncer de intestino pode não apresentar sintomas em seus estágios iniciais, mas à medida que a doença avança, alguns sinais podem se manifestar. É importante estar atento às alterações nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação persistente e mudanças no formato ou na aparência das fezes (fezes mais finas ou em fita). Também vale a atenção para a presença de sangue vermelho vivo ou material escuro e pegajoso nas fezes pode ser um sinal de problemas graves; dor abdominal como cólicas, dor ou desconforto abdominal frequente que não desaparece, perda de peso inexplicada mesmo sem alteração na dieta ou nível de atividade, fadiga persistente ou fraqueza que não melhora com o descanso e anemia.

Principais exames para a detecção do câncer de intestino

E quais são os principais tipos de exames que geralmente são realizados para a detecção do câncer de intestino?

  • Colonoscopia: O exame mais comum e considerado o padrão-ouro. Um tubo flexível com uma câmera é inserido pelo reto para examinar todo o cólon. Polípos podem ser removidos durante o exame, e biópsias podem ser feitas para análise. 2
  • Sigmoidoscopia: Semelhante a colonoscopia, mas examina apenas a parte inferior do cólon. Este exame pode ser usado como uma triagem.
  • Exames de fezes: Teste de sangue oculto nas fezes que detecta sangue invisível nas fezes.
  • Teste de DNA nas fezes: Avalia alterações genéticas nas células das fezes que podem indicar câncer ou pólipos.
  • Tomografia Computadorizada (TC): Uma TC do abdômen e pelve pode ser usada para analisar o cólon e outros órgãos. Isso pode ser útil em casos em que a colonoscopia não é possível. Enfim, a regra básica e essencial é adotar hábitos saudáveis, prática regular de atividade física e a manutenção de um peso corporal adequado, regra que não vale só para o câncer de intestino, mas para uma vida com mais saúde!

Esteja atento aos sinais do seu corpo e consulte regularmente um profissional de saúde para orientações personalizadas e não deixe de realizar a colonoscopia principalmente se você tiver casos de câncer na família e acima dos 50 anos!

A prevenção e a detecção precoce são fundamentais na luta contra o câncer de intestino.

Boa saúde!