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Endometriose: o que é, quais os sintomas e como suplementar o tratamento

Published 13/10/2022
Endometriose: o que é, quais os sintomas e como suplementar o tratamento

Endometriose: o que é, quais os sintomas e como suplementar o tratamento - Freepik

Nesse mês, não tem como não falarmos sobre o Outubro Rosa. A campanha visa alertar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, e também, mais recentemente, levantar uma discussão acerca do câncer de colo de útero, ou câncer cervical.

Muito se fala sobre o câncer de mama, mas ainda existe muita desinformação e tabu sobre a endometriose e a síndrome do ovário policístico (SOP) – um transtorno bastante comuns entre mulheres em idade reprodutiva. Na minha coluna de outubro, há exatamente um ano, eu escrevi sobre síndrome do ovário policístico (SOP) e hoje escrevo sobre endometriose.

Estima-se que, em todo o mundo, a endometriose afete cerca de 180 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil – algo que acomete cerca de 10% das brasileiras. Um número assustador, não é mesmo?

O que é a endometriose?

A endometriose é um distúrbio em que o tecido que reveste o útero por dentro, chamado endométrio, ao invés de ser expelido na menstruação, vai para outras regiões da cavidade abdominal – e pode continuar crescendo. As complicações podem ser diversas, variando de acordo com região ou órgão atingido. Uma das regiões mais comumente atingidas é a dos ovários, o que pode levar à infertilidade que afeta cerca de 40% das mulheres com endometriose.

Os sintomas da endometriose

Dor e infertilidade são os principais sintomas: aproximadamente 20% das mulheres sentem apenas dor, 60% têm dor e infertilidade e 20% sofrem com infertilidade. Existem mulheres que sofrem dores incapacitantes e outras que não sentem nenhum tipo de desconforto. Entre os sintomas mais comuns estão:

A dor da endometriose pode se manifestar como uma cólica menstrual intensa, dor pélvica/abdominal na relação sexual, dor “no intestino” na época das menstruações ou uma mistura de todos esses sintomas juntos.

Diagnóstico

Conforme estudos, quando se faz o diagnóstico da endometriose, estima-se que a doença já esteja se manifestando há cerca de 3 ou até há 12 anos. O problema é que 20% das mulheres podem ser assintomáticas.

O diagnóstico é feito com base no exame clínico ginecológico, com auxílio de exames laboratoriais e de imagem. Para confirmar o diagnóstico, pode ser necessária a realização de biópsia. O que atrasa o diagnóstico é a normalização da dor, que muitas vezes é confundida com constipação intestinal, alterações musculares e infecciosas.

No tratamento médico, podem ser indicados analgésicos, anticoncepcionais e DIU (dispositivo intrauterino) de hormônio para interromper a menstruação e controlar os sintomas, o que varia de caso para caso. Quando não há uma resposta adequada do organismo ou quando existirem nodulações nas áreas afetadas, é preciso considerar a cirurgia como uma alternativa para a retirada de lesões ou de todo o útero (quando não há intenção de engravidar). No geral, a endometriose regride espontaneamente após a menopausa.

Suplementação para tratamento da endometriose

Primeiramente, afirmo que nenhum fitoterápico, alimento, infusão ou suplemento substitui seu tratamento médico, mas podem ser discutidos com seu profissional de saúde para amenizar ou tratar os sintomas.

Estudos vêm demonstrando que a suplementação com alguns compostos pode auxiliar no manejo tanto da endometriose quanto da SOP. A suplementação com ômega-3, por exemplo, pode reduzir o crescimento do tecido endometrial e a produção de citocinas pró-inflamatórias, contribuindo para a atenuação do quadro clínico de endometriose.

Já suplementação com N-acetilcisteína também consegue reduzir a inflamação e minimizar os sintomas. Além disso, evidências apontam que a suplementação com antioxidantes como as vitaminas C e E também podem contribuir para amenizar as dores pélvicas durante a menstruação (dismenorreia) e durante o ato sexual (dispareunia) em mulheres com endometriose.

No Brasil, inúmeras espécies medicinais são empregadas popularmente nos quadros de origem uterina, por suas atividades analgésicas, anti-inflamatórias, anti-hemorrágicas e hormonais. Como já é demonstrado com o chá-de-moça ou alecrim-bravo (Pectis brevipedunculata), o capim-limão ou capim-cidreira (Cymbopogon citratus), a uva (Vitis vinifera), o algodão (Gossypium hirsutum), entre inúmeras outras.

Alguns estudos científicos têm avançado continuamente com pesquisas realizadas com os extratos vegetais, como o extrato da casca do pinho marítimo (Pinus pinaster), com a resina do óleo de copaíba (Copaifera langsdorffii), com o fruto do alecrim-de-angola ou pimenta-dos-monges (Vitex agnus castus). Esses revelaram que tais substâncias podem promover melhora do quadro clínico através de vários mecanismos de ação como anti-inflamatória, antiproliferativa, indução da apoptose (morte celular), antioxidante, antiangiogênica, imunomoduladora e modulação das atividades do estrogênio.

Quais alimentos merecem uma atenção especial?

Folhas verde-escuras: agrião, rúcula, espinafre, escarola, chicória, almeirão, brócolis, couve-de-bruxelas, couve-manteiga, alimentos integrais (gérmen de trigo, arroz, aveia, centeio, cevada, milho, quinoa e amaranto), sementes de girassol, castanhas e tofu.

Gorduras poli-insaturadas: óleo de linhaça, linhaça, soja, milho, aveia, abacate e sementes de chia;
Vitaminas: alimentos integrais, vegetais, feijões, cogumelos, sementes de girassol e geleia real, por exemplo.

As infusões mais indicadas:

Cúrcuma: contém curcumina, substância que dá a cor laranja ao tempero, sendo conhecida por ter efeitos anti-inflamatórios. A curcumina reduz de forma confiável os marcadores de inflamação e aumenta os níveis de antioxidantes endógenos no corpo.

Salsa: contém apigenina, luteolina e crisina, cujas ações são antiproliferativa, antiangiogênica, antioxidante e anti-inflamatória.

Alho e gengibre: com alicina e gingeriol respectivamente, que agem diretamente sobre processos inflamatórios;

Camomila: contém apigenina potente antioxidante e anti-inflamatório, atua no alívio da dor.

Erva-de-são-cristóvão (Cimicífuga racemosa): auxilia na diminuição da cólica menstrual.

A endometriose pode trazer vários transtornos à vida da mulher, mas é possível controlá-la com boa alimentação, prática de exercícios físicos e controle do estresse que são os pilares da boa saúde. Sem esquecer, claro, da autoanálise e da orientação de um bom profissional de saúde.


Para mais informações, acesse @tejard no Instagram.

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