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TDAH e Espiritualidade: Explorando as Altas Habilidades Pessoais e Espirituais

Published 18/08/2024
TDAH

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - Pexels/Tara Winstead

Tenho 43 anos e, desde criança, vivia no mundo da lua. Essa frase foi dita pela minha mãe há mais ou menos seis meses, quando resolvi finalmente correr atrás do diagnóstico final do meu TDAH. A escola sempre foi muito difícil para mim; eu ficava desmotivada com muita facilidade, exceto para teatro, dança, criações, apresentações de trabalho e redações. No mais, estudar era terrivelmente exaustivo.

Fora os estudos, eu amava tudo que tinha desafios, brincadeiras, corridas, enfim, eu adorava desafios nas estradas e muitas vezes fazia esse trajeto de bicicleta junto com a molecada. A adolescência veio, junto com ela a mediunidade cada vez mais latente, e foi uma grande mistureba.

Imagine ser TDAH, ter altas habilidades e, para programar uma simples agenda ou fazer uma planilha no Excel, era tortura. Comecei meu laudo aos 23 anos, na faculdade de psicologia, e durante muito tempo procrastinei (como tenho ranço dessa palavra) em buscar um laudo que concluísse o que eu já sabia. Confesso que fui a três psiquiatras, dois neurologistas e uma neuropsicóloga, tudo isso para me atestar o que eu já sabia. Mas eu não parei por aí; fiz os exames mais modernos do cérebro, fiz tomografia computadorizada, SPECT da cabeça, cintilografia cerebral e mapeamento. Enfim, a busca foi longa e cara.

Tudo para saber que meu cérebro é perfeito, graças a Deus e à espiritualidade, e a única coisa que ele não tem, ou quase não tem, é dopamina.

Confesso para você que já esqueci uma entidade em uma sala no templo e, quando fui lembrar, já se haviam passado três horas. Esses dias, quase fui abduzida por um portão eletrônico; sim, eu estava no celular, andando na rua, e não percebi que o portão estava fechando.

Enfim, sou eternamente grata a Deus e à espiritualidade por nunca ter tido nenhum dos traços negativos comportamentais e sociais do TDAH. O que ele faz na minha vida é me estimular acima do normal para criação, pois tenho o famoso QI acima da média para algumas áreas, então meu único cuidado é com o excesso de trabalho.

Mas, afinal de contas, qual a ligação do TDAH com a espiritualidade? Vou explicar de forma científica, já que sou graduada em psicologia e estou fazendo especialização em psicanálise.

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é muitas vezes percebido apenas através das lentes dos desafios que impõe na vida cotidiana. No entanto, é importante olhar para este transtorno sob uma perspectiva diferente, considerando como ele pode estar associado a altas habilidades espirituais. Como espiritualista, é fundamental reconhecer e valorizar essas capacidades, utilizando-as como ferramentas poderosas para o crescimento pessoal e a conexão com o mundo espiritual.

Sensibilidade Aumentada | Isso tenho desde pequena e é comum TDAHs terem também.

Pessoas com TDAH frequentemente demonstram uma sensibilidade aumentada ao ambiente ao seu redor. Essa sensibilidade pode se manifestar não apenas em resposta a estímulos físicos, mas também em uma percepção mais acentuada de energias sutis e campos espirituais. Essa capacidade permite uma conexão mais profunda com o mundo espiritual, facilitando experiências como mediunidade, intuição e empatia espiritual.

Intuição e Percepção Intuitiva| Isso pode ser um fator poderoso para a habilidade de clarividência, uma das minhas habilidades parapsíquicas.

A intuição é uma habilidade espiritual que pode ser particularmente forte em pessoas com TDAH. Essa percepção intuitiva pode surgir da capacidade de captar informações além da lógica e do raciocínio analítico. Muitas vezes, pessoas com TDAH confiam em sua intuição para tomar decisões rápidas e precisas, o que pode ser uma forma de conexão direta com a sabedoria universal e guias espirituais.

Criatividade e Pensamento Divergente | Nossa visão como médium precisa ir além das aparências.

A mente de alguém com TDAH frequentemente trabalha de maneira não linear, saltando de uma ideia para outra. Esse estilo de pensamento pode ser uma vantagem significativa em contextos espirituais, onde a criatividade e a capacidade de ver além do convencional são essenciais. Essa abordagem criativa permite a visualização de soluções espirituais inovadoras e a capacidade de se conectar com diferentes dimensões de consciência.

Energia e Entusiasmo Espiritual| No plano espiritual e mediúnico, nunca sabemos de fato o que vai acontecer. Estamos ali para sermos aparelhos de conexão com o plano espiritual e místico. Sabemos que temos o controle da situação, mas a novidade de quem vem, o que irá fazer, cria um senso de novidade diária ou semanal.

A hiperatividade, frequentemente associada ao TDAH, pode ser vista como uma abundância de energia vital. Quando canalizada adequadamente, essa energia pode ser direcionada para práticas espirituais, como meditação ativa, dança espiritual ou qualquer forma de expressão criativa que envolva movimento. Essa energia pode também facilitar a realização de rituais e práticas espirituais que exigem um alto nível de comprometimento e intensidade.

Capacidade de Envolvimento Profundo | O hiperfoco na espiritualidade ajuda nas questões de conexões e clarividência.

Embora a atenção possa parecer dispersa, muitos indivíduos com TDAH têm a capacidade de se concentrar intensamente em atividades que realmente capturam seu interesse. Esse fenômeno, conhecido como “hiperfoco”, pode ser extremamente benéfico em práticas espirituais, permitindo uma imersão profunda em meditações, estudos espirituais e comunicações com o plano espiritual.

Resiliência e Crescimento Espiritual| Um TDAH que desenvolve sua espiritualidade de forma livre é facilmente voltado para a síndrome de Poliana, nada o abala, pois a fé é imensa.

Lidar com os desafios do TDAH frequentemente desenvolve uma grande resiliência e força interior. Esta força pode ser uma base sólida para o crescimento espiritual, permitindo que o indivíduo enfrente obstáculos com uma atitude positiva e perseverante. A resiliência desenvolvida pode ser transformada em um poder espiritual, facilitando a superação de bloqueios e a evolução espiritual contínua.

Como espiritualista, psicóloga e com muitos estudos sobre a mente humana e também TDAH, é crucial reconhecer que o TDAH pode ser uma manifestação de dons espirituais únicos. Em vez de focar apenas nos desafios, devemos cultivar e nutrir essas altas habilidades espirituais, ajudando as pessoas com TDAH a se conectarem profundamente com sua essência espiritual. Ao fazer isso, não apenas empoderamos indivíduos com TDAH, mas também enriquecemos a prática espiritual como um todo, reconhecendo a diversidade de dons que cada alma traz ao mundo.

Paz e Luz,
Kelida

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