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Rinite alérgica: imunoterapia é uma das formas de controle da doença respiratória crônica

Dra. Maria Cândida Rizzo esclareceu pontos importantes sobre medidas que podem ser tomadas para o controle da rinite

Profissional fala sobre formas de controlar a rinite alérgica – Freepik

A rinite alérgica é uma doença muito presente em milhares de brasileiros.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, 30% da população possui algum tipo de alergia. A rinite alérgica é uma das mais altas do mundo com 25% de prevalência, seguida apenas pela asma alérgica, que atinge cerca de 20% da população infantil e adolescente do país.

E aliás, a rinite tem cura? Tem como ser controlada? Quais são as formas de controle mais usadas pelos especialistas? E em meio á pandemia do coronavírus, pacientes da doença crônica precisam redobrar os cuidados?

Fizemos todas essas perguntas para a Dra. Maria Cândida Rizzo, coordenadora do Departamento Científico de Rinite da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, para entender melhor sobre o assunto.

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1) Rinite tem cura?

A resposta é: não. Mas acalme-se! A Dra explicou melhor o motivo.

“A rinite é considerada uma doença respiratória crônica, uma vez que atinge primariamente as vias aéreas superiores, especificamente a mucosa nasal. É crônica pelo fato de ser um processo inflamatório mantido localmente, mesmo sem exteriorização clínica. Por isso, não se fala em cura do processo, e sim em controle clínico”.

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2) Sendo assim, quais são as formas de controle mais conhecidas para a rinite?

“A rinite pode ser controlada com medidas não farmacológicas, farmacológicas e pelo uso de imunoterapia alérgeno-específica, expôs a especialista.

“Em relação às medidas não farmacológicas para rinite, vale ressaltar os cuidados com a residência, em especial o dormitório do paciente, para uma menor exposição diária a alérgenos de ácaros domésticos. Devemos ficar atentos também a outras fontes de alérgenos, como animais domésticos, baratas e fungo. Quanto a medidas farmacológicas, há atualmente uma última diretriz brasileira para o tratamento de rinite alérgica, que deve ser observada pelos médicos na abordagem dos pacientes. A imunoterapia alérgeno-específica. Ela tem indicação de uso em casos de rinite em que se conhece o alérgeno principal envolvido (paciente sensibilizado) e quando há extrato disponível e confiável (quanto à reatividade imunológica)”, continuou.

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A Dra. deixou claro que, normalmente, pacientes que não têm os casos controlados de forma clínica, são os mais cotados para receber esse tipo de tratamento: “Após o diagnóstico e, dependendo da evolução clínica do paciente, ele pode ser um candidato ao recurso da  imunoterapia específica. Ou seja, apesar de ter indicação em indivíduos com rinite e sensibilização a aeroalérgenos (agentes que estão no ar), é normalmente utilizada quando a evolução do paciente não se mostra satisfatória no que se refere ao controle clínico”.

3) Basicamente, o que é a imunoterapia?

De acordo com a ASBAI, a imunoterapia é “muito eficiente para tratar alergias ao pólen, ácaros e asma”.

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“Também conhecida como vacina de alergia, vem sendo indicada recentemente também para pacientes com alergia alimentar, cuja sensibilização não seja transitória. A eficácia do tratamento com imunoterapia depende de vários fatores: qual sensibilização alérgica está sendo tratada; qualidade do material empregado; qual a doença alérgica; o alérgeno é clinicamente relevante; idade do paciente; gravidade da doença, etc. O índice de eficácia na alergia a venenos, por exemplo, é cerca de 90%. Nas respiratórias, varia entre 60% e 80% dos casos e nas alergias alimentares em torno de 30%”.

3) Quem tem rinite precisa ter um cuidado extra em tempos de coronavírus?

“Em relação à pandemia atual de Covid 19, a presença de rinite por si só, não estabelece fator de risco adicional ao portador. O paciente com rinite deve manter o controle da patologia, seguindo rigorosamente as orientações médicas para o seu caso, e desta forma terá menos probabilidade de contrair vírus respiratórios que circulam normalmente nesta época do ano.  É importante que as comorbidades de rinite estejam igualmente sob controle, como, por exemplo, asma brônquica — que, com grande frequência, está presente em pacientes com rinite”, pontuou a Dra. Maria Cândida Rizzo.