Durante o mês de setembro acontece a campanha do “Setembro Amarelo” que tem como objetivo a prevenção ao suicídio e o incentivo aos cuidados da saúde mental. Para falar sobre o assunto, a educadora física Carol Borba alerta sobre a importância dos exercícios físicos no combate de doenças como depressão, ansiedade e estresse, isso porque a prática libera substâncias no cérebro que ajudam a melhorar o humor.
“A ausência de endorfina no cérebro pode causar problemas desde o mau humor até a depressão. Também tem outro hormônio muito conhecido, que é a serotonina, que tem relação total com o nosso humor. O lado positivo da atividade física regular não é só a satisfação momentânea logo após o exercício. Isso é muito importante, tem relação até com o sono”, explica.
A prática de atividades físicas também ajuda a estimular o crescimento de células nervosas no hipocampo, que está ligado diretamente com a parte do cérebro que cuida da memória. “Além de melhorar nossa saúde mental como um todo e até mesmo quando a gente tiver mais velho, prevenindo Alzheimer e tudo mais, ajuda muito as pessoas que têm problemas de depressão”, comenta Carol.
Segundo a especialista em treinos online, os exercícios podem ser benéficos para a saúde mental a longo prazo também. “A liberação de endorfina a longo prazo pode até promover a regeneração de uma rede de neurônios e o exercício também reduz o nível de estresse oxidativo”, diz.
Carol entende a dificuldade de uma pessoa com sintomas de doenças psicológicas de saírem da cama e encontrarem alguma atividade que as façam mexer o corpo, mas afirma que após se exercitar vem a sensação de relaxamento, superação e até mesmo de prazer. Sem contar os outros benefícios que as atividades físicas podem trazer como emagrecimento, definição muscular, controle e prevenção de outras doenças, além de mexer com a autoestima.
“Não que você tenha que fazer um exercício extenuante, mas essa sensação de superação pessoal pode ser muito simples, como por exemplo uma pessoa que estava acamada sem vontade de levantar e de repente ela levantou e fez 15 minutos de exercício que seja. Isso já dá uma sensação de superação e já faz muito bem para a pessoa”, alega.
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Para a educadora física o importante é começar. “Se conseguir dar esse primeiro passo, seja para caminhar ou tentar fazer natação ou um exercício em casa, uma dança em casa na frente da televisão, isso vai motivar, melhorar a autoestima e fazer com que a pessoa queira continuar porque essa sensação pós-exercício vai ser tão boa”, relata.
Carol também não descarta o incentivo de outras pessoas. “É importante ter incentivo de outras pessoas que estão vivendo junto e até mesmo partir essa vontade de querer mudar e melhorar a situação da própria pessoa” justifica.
Durante a pandemia da Covid-19, que necessitou do isolamento social, o número de pessoas que relataram algum sintoma ligado a doenças mentais aumentou 90% de acordo com artigo publicado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E segundo Carol, os exercícios podem servir como remédio nesse momento.
“Muitas pessoas, até mesmo pelo estilo de vida que a gente tem levado, pela pandemia que estamos vivendo, são afetadas por esses problemas e algumas pessoas precisam de ajuda médica. Já atendi casos de pessoas que tinham depressão e que o médico indicava o exercício físico como um remédio. As pessoas que já tentaram de tudo podem vivenciar os benefícios da prática de exercício físico regular no dia a dia”, finaliza.